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Revista GC - Ed.25 - Abril 2012
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Métrica Industrial

Ataque duplo

Construtoras participam do crescimento da energia eólica em duas frentes construindo ou investindo como empreendedores

Segundo a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), a potência instalada da geração eólica no Brasil aumentou 54% em 2010. Os dados são do Balanço Energético Nacional (BEN) de 2011. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) confirma a tendência de incremento dessa fonte na matriz de energia do País: de acordo com o Banco de Informações da Geração (BIG), o parque eólico nacional cresceu 326 MW, alcançando 928 MW ao final de 2010, em decorrência da inauguração de catorze parques eólicos.

Entre os novos empreendimentos, o relatório da EPE destaca alguns com potência instalada superior a 40 MW, caso do Volta do Rio, do Bons Ventos e do Canoa Quebrada (respectivamente 42 MW, 50 MW e 57 MW), todos no Ceará. E do empreendimento Alegria I (51 MW), localizado no Rio Grande do Norte. Eles reforçam a participação da vertical eólica no fornecimento de energia interna no Brasil.

Na avaliação da Abeeólica, entidade que reúne a cadeia de players do setor – desde os donos de parques eólicos até os fabricantes de equipamentos –, a participação desse tipo de geração deve aumentar ainda mais. A estimativa da instituição é de que o segmento atinja a capacidade instalada de 20 GW antes de 2020, como prevê a EPE, responsável pelo planejamento que serve como base para as decisões governamentais.

Por trás do avanço da energia eólica existem vários fatores. Alguns deles são estruturais e outros de curto prazo ou conjunturais. Uma recente apresentação da Abeeólica indica que entre os fatores estruturais incluem-se o avanço tecnológico dos aerogeradores usados na produção. O Brasil por ser relativamente novo na adoção desse tipo de tecnologia está desfrutando da revolução técnica do segmento. A altura das torres, que permite maior captação de vento, também foi incrementada nos últimos anos, atingindo 100 m, o que significa maior geração de energia.

Ao mesmo tempo, o País é o único grande mercado para oferta de equipamentos de geração eólica no mundo. Isso acontece em função dos possíveis compradores dos Estados Unidos e Europa terem puxado o freio face à crise econômica. Adicionalmente, os outros dois grandes compradores – China e Índia – dão preferência aos seus fabricantes internos. Resultado: uma corrida dos fornecedores de tecnologia par


Segundo a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), a potência instalada da geração eólica no Brasil aumentou 54% em 2010. Os dados são do Balanço Energético Nacional (BEN) de 2011. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) confirma a tendência de incremento dessa fonte na matriz de energia do País: de acordo com o Banco de Informações da Geração (BIG), o parque eólico nacional cresceu 326 MW, alcançando 928 MW ao final de 2010, em decorrência da inauguração de catorze parques eólicos.

Entre os novos empreendimentos, o relatório da EPE destaca alguns com potência instalada superior a 40 MW, caso do Volta do Rio, do Bons Ventos e do Canoa Quebrada (respectivamente 42 MW, 50 MW e 57 MW), todos no Ceará. E do empreendimento Alegria I (51 MW), localizado no Rio Grande do Norte. Eles reforçam a participação da vertical eólica no fornecimento de energia interna no Brasil.

Na avaliação da Abeeólica, entidade que reúne a cadeia de players do setor – desde os donos de parques eólicos até os fabricantes de equipamentos –, a participação desse tipo de geração deve aumentar ainda mais. A estimativa da instituição é de que o segmento atinja a capacidade instalada de 20 GW antes de 2020, como prevê a EPE, responsável pelo planejamento que serve como base para as decisões governamentais.

Por trás do avanço da energia eólica existem vários fatores. Alguns deles são estruturais e outros de curto prazo ou conjunturais. Uma recente apresentação da Abeeólica indica que entre os fatores estruturais incluem-se o avanço tecnológico dos aerogeradores usados na produção. O Brasil por ser relativamente novo na adoção desse tipo de tecnologia está desfrutando da revolução técnica do segmento. A altura das torres, que permite maior captação de vento, também foi incrementada nos últimos anos, atingindo 100 m, o que significa maior geração de energia.

Ao mesmo tempo, o País é o único grande mercado para oferta de equipamentos de geração eólica no mundo. Isso acontece em função dos possíveis compradores dos Estados Unidos e Europa terem puxado o freio face à crise econômica. Adicionalmente, os outros dois grandes compradores – China e Índia – dão preferência aos seus fabricantes internos. Resultado: uma corrida dos fornecedores de tecnologia para o Brasil. O País, inclusive, já passa a ter fabricação local e não só montagem, indicando que pode vir a ser uma plataforma de exportação para os vizinhos da região.

E, com o avanço dos projetos, as construtoras brasileiras participam desse crescimento de duas formas. A primeira é atuando diretamente na construção dos parques eólicos, caso da Mercurius Engenharia. Segundo o portal Ambiente Energia, a empresa já deteria a construção de 18 parques que somariam 656 MW de capacidade instalada (dados de 2011). E a construtora também já participaria de novos projetos, recém-anunciados a partir do leilão A-3, realizado no ano passado (normalmente, a Aneel realiza três leilões por ano, o A-3, o A-5 e o leilão de reserva). É importante notar que essa participação da Mercurius acontece com a empresa dominando o know how de construção de parques eólicos e não como dona do empreendimento.

Em depoimento ao portal, o diretor da empresa, Dante Bonorandi, expressou sua avaliação de continuidade dos projetos na área eólica nos próximos anos, com a participação da empresa sendo cada vez maior. E a atuação da companhia não se limita ao Nordeste, região mais destacada para esse tipo de geração. Prova disso é que ela responde por 50% do parque eólico localizado em Tramandaí, no Rio Grande do Sul.

Outra construtora focada na implementação de parques eólicos é a Petra. De acordo com informações institucionais da empresa, ela teria desenvolvido técnicas próprias para instalação de torres geradoras, com um portfólio de serviços que inclui desde os serviços de escavação até as etapas de drenagem e fundação. Com obras nos campos de Taíba e Aracati, no Ceará. Um dos avanços técnicos conseguidos com a experiência na construção de parques eólicos seria a redução de 50% nos volumes de escavação previstos originalmente em projetos. O uso de agregados naturais também teria reduzido significativamente os custos de transporte para pavimentação das áreas.

Diferentemente da Mercurius e da Petra, grandes empresas como Odebrecht e Galvão Engenharia representam outro tipo de inserção de construtoras no segmento de geração eólica: elas são donas de parques de geração. Ambos os grupos criaram divisões específicas para a atuação no mercado. É o caso da Odebrecht Energia, que recentemente participou do leilão de reserva realizado no ano passado pela Aneel. A partir desse leilão, a empresa deve implantar 108 MW de capacidade instalada e 50,5 MW médios, tendo como base de operação a cidade de Rio Grande (RS) e adotando equipamentos da Alstom.

Essa capacidade nominal será acrescida aos 1.400 MW que a Odebrecht Energia acumula em termos de potência instalada em projetos de fontes renováveis na América Latina. Somente em projetos eólicos, ela detém quatro parques com 108 MW de potência instalada e outros 16 a serem implantados, que totalizam 365 MW.

A Galvão Energia, por sua vez, tem no radar uma capacidade instalada prevista superior a 1.000 MW na área eólica, que é parte de seu portfólio de opções. Atualmente, são cerca de 94 MW de potência instalada e outros 250 MW que estão em ativação, fazendo da empresa mais um dos players que compõem um dos três grupos apontados pela Abeeólica como empreendedores desse tipo de fonte alternativa. Ao lado das construtoras, existem dois outros grandes investidores: as empresas tradicionais do setor elétrico (CPFL, Eletrobras, etc) e os grandes investidores da área financeira.

 

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