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Revista GC - Ed.61 - Julho 2015
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Matéria de Capa - Cobertura M&T Expo

Crise no mercado e exportações

O mercado de construção civil é um dos que mais tem sofrido com a atual crise econômica, com forte queda nas vendas nos primeiros meses deste ano. No caso do segmento de equipamentos para o setor da construção, o volume de vendas nos primeiros cinco meses de 2015 foi 44,3% inferior ao resultado do mesmo período do ano passado, de acordo com o Estudo de Mercado Sobratema: O Mercado Brasileiro de Equipamentos para Construção – Tendências.

A pesquisa, apresentada pelo consultor Brian Nicholson, foi um dos destaques do M&T Expo Congresso. A sondagem ouviu 32 empresas (27 construtoras e sete locadoras).

Para os dirigentes da Sobratema, a recuperação do setor pode estar nas recentes concessões anunciadas pelo governo em obras de infraestrutura. Oportunidade é o que não falta, como mostrou o vice-presidente da entidade, Mario Humberto Marques, que também realizou palestra durante o congresso. Ele analisou os investimentos necessários ou previstos para melhorias em áreas como portos, aeroportos, rodovias, hidrovias, ferrovias, água, energia elétrica, mineração. Porém, frisou que, apesar de ser um imenso universo de oportunidades de negócios, existem entraves como queda do PIB, alta da inflação e, principalmente, falta de confiança. “Este último é motivado pela falta de transparência das concessões anunciadas em 2012”, citou.

O lado bom de todo esse cenário um tanto cinzento é que os empresários tendem a ser menos pessimistas do que o cenário real, segundo constatou Brian Nicholson em sua pesquisa. “Isso é importante, pois se a pessoa não for otimista, é melhor mudar de barco”, finalizou. E o quadro revelado pela sondagem é realmente impactante: para 94% dos entrevistados, os resultados de 2015 serão piores ou muito piores, na comparação com 2014. Entre os dados negativos apontados, como atraso nas obras e falta de crédito, um dos destaques ficou com o desemprego: 79% das empresas demitiram neste ano, por conta da queda nas vendas.

Embora tenha servido para sacudir o mercado, dando uma leve injeção de otimismo, a nova etapa do Programa de Investimentos em Logística (PIL) anunciado pela presidente Dilma Rousseff, exatamente no dia da abertura da M&T Expo 2015 ainda deixa de molho as “barbas”


O mercado de construção civil é um dos que mais tem sofrido com a atual crise econômica, com forte queda nas vendas nos primeiros meses deste ano. No caso do segmento de equipamentos para o setor da construção, o volume de vendas nos primeiros cinco meses de 2015 foi 44,3% inferior ao resultado do mesmo período do ano passado, de acordo com o Estudo de Mercado Sobratema: O Mercado Brasileiro de Equipamentos para Construção – Tendências.

A pesquisa, apresentada pelo consultor Brian Nicholson, foi um dos destaques do M&T Expo Congresso. A sondagem ouviu 32 empresas (27 construtoras e sete locadoras).

Para os dirigentes da Sobratema, a recuperação do setor pode estar nas recentes concessões anunciadas pelo governo em obras de infraestrutura. Oportunidade é o que não falta, como mostrou o vice-presidente da entidade, Mario Humberto Marques, que também realizou palestra durante o congresso. Ele analisou os investimentos necessários ou previstos para melhorias em áreas como portos, aeroportos, rodovias, hidrovias, ferrovias, água, energia elétrica, mineração. Porém, frisou que, apesar de ser um imenso universo de oportunidades de negócios, existem entraves como queda do PIB, alta da inflação e, principalmente, falta de confiança. “Este último é motivado pela falta de transparência das concessões anunciadas em 2012”, citou.

O lado bom de todo esse cenário um tanto cinzento é que os empresários tendem a ser menos pessimistas do que o cenário real, segundo constatou Brian Nicholson em sua pesquisa. “Isso é importante, pois se a pessoa não for otimista, é melhor mudar de barco”, finalizou. E o quadro revelado pela sondagem é realmente impactante: para 94% dos entrevistados, os resultados de 2015 serão piores ou muito piores, na comparação com 2014. Entre os dados negativos apontados, como atraso nas obras e falta de crédito, um dos destaques ficou com o desemprego: 79% das empresas demitiram neste ano, por conta da queda nas vendas.

Embora tenha servido para sacudir o mercado, dando uma leve injeção de otimismo, a nova etapa do Programa de Investimentos em Logística (PIL) anunciado pela presidente Dilma Rousseff, exatamente no dia da abertura da M&T Expo 2015 ainda deixa de molho as “barbas” de muitos empresários do setor. Pelos corredores da feira, a nova etapa do programa – que pretende destravar o nó logístico e minimizar as deficiências na infraestrutura do país, especialmente as relacionadas aos sistemas de transporte, era vista com muita desconfiança.

Na opinião de vários empresários do setor, a nova etapa é vista no mercado com uma lista de intenções, já que muitas obras não têm estudos prontos e autorizações necessárias para serem repassadas à iniciativa privada, sendo mesmo, em muitos casos, uma reciclagem do plano anterior.

Para Luciano de Oliveira, diretor comercial da Ticel Equipamentos Ltda, os efeitos do pacote de medida ainda demoram. “Por enquanto não temos nada, apenas um anúncio. Gostaria que o mercado reagisse de imediato, em curto prazo, ao pacote de concessões anunciados. Mas está tudo parado, há muita inadimplência. O setor não sentirá os efeitos do pacote de imediato. Até licitar tudo isso, chegaremos ao final deste ano. Talvez a partir do segundo semestre sentiremos os efeitos desta medida”, lamentou.

Luis Mamede, diretor executivo da HLT Equipamentos Especiais acredita que os resultados demorarão ainda mais a surtir efeito. “Temos que ter um olhar otimista, porém atento, visto que grande parte do pacote só será executada depois de 2018. Para sair do papel, as obras dependem muito dos investimentos privados, mas o governo cortou mais de R$ 40 bilhões de recursos que seriam destinados à infraestrutura, em 2015,” reclama.

Já Fernando Groba, gerente geral da Atlas Copco divisão Construction Technique, crê que o anúncio das novas concessões trouxe uma agenda positiva para o setor. “A nossa expectativa é que, agora, a situação possa melhorar e estimular os negócios, e que o cliente possa ficar mais otimista. A retomada do setor, porém, só acredito que virá no final deste ano ou no início de 2016”.

Gilvan Medeiros Pereira, diretor presidente da Ammann Latin America concorda que os efeitos custarão a serem sentidos. “Apenas notaremos os primeiros reflexos positivos a partir de 2016. O certo é que, neste ano, ainda veremos uma redução importante no ritmo de obras, principalmente, uma descontinuidade dos pagamentos do governo federal”. Mas ele pondera: “ o Brasil precisa investir em infraestrutura. Será muito bom para alavancar novos negócios, mesmo que seja para sentirmos os efeitos daqui alguns anos”.

Enquanto o mercado nacional permanece no compasso de espera, a alternativa adotada por importantes players desse cenário, no Brasil, para manter as vendas aquecidas, é a exportação de parte crescente das suas produções. Essa foi outra tendência identificada durante a M&T Expo 2015.

É o que está acontecendo, por exemplo, com a Schwing-Stetter Brasil.  A partir do começo de 2014, o braço brasileiro do grupo passou a ser a plataforma de exportação para todo o mercado da América Latina, além de Cuba e África. Até então, esses mercados eram atendidos diretamente pela matriz, na Alemanha, com o apoio da filial da Schwing-Stetter dos Estados Unidos.

Quem revelou a estratégia do grupo foi Ricardo Lessa, Diretor-Presidente da Schwing-Stetter Brasil. Segundo ele, as exportações deverão corresponder a nada menos que 30% do total da produção no Brasil. Até então, as exportações ficavam em torno de 5% a 10% de toda a produção nacional. Lessa esclarece, no entanto que, assim que o mercado brasileiro reagir, a empresa terá capacidade para atender a essa demanda sem prejuízo das exportações. “Nossas fábricas têm suas capacidades instaladas dimensionadas bem acima da demanda atual do mercado brasileiro. Isso nos permite dedicar parte dessa produção ás exportações com muita tranquilidade. Quando o Brasil retomar as grandes obras – o que nós acreditamos que acontecerá em breve –, estaremos aptos a atender ao mercado interno com igual competência”, afirma o executivo.

Ele lembra que, entre 2008 e 2010, a empresa investiu pesado na ampliação de suas linhas de produção e no modelo de gerenciamento das fábricas, na expectativa de um boom no mercado interno de obras de infraestrutura. Esses investimentos, ainda hoje, permitiriam à empresa aumentar sua produção sem a necessidade de novos aportes de recursos em planta ou de contratação de pessoal.

A proposta da Schwing, segundo Lessa, é fornecer a esses mercados não apenas equipamentos e máquinas, mas soluções completas, com ênfase no pós-venda. Para isso a empresa pretende trabalhar com uma rede de dealers exclusivos.

Sem abandonar o mercado brasileiro, a Schwing tem, ainda, como parte da sua estratégia, intensificar sua atuação junto a pequenas e médias construtoras e concreteiras. “Esses pequenos continuam investindo, enquanto que os grandes pararam”, revela o presidente da Schwing-Stetter Brasil.

Por fim, Lessa revela o terceiro apoio do tripé de estratégia da Schwing: investir pesado no pós-venda. “Isso significa intensificar o fornecimento de peças e serviços e a execução de reformas completas de equipamentos para o mercado nacional. Engloba, ainda, a oferta de treinamento de mão de obra para nossos clientes. Para isso nós aprimoramos nosso simulador de operação, de forma a permitir que ele faça uma avaliação mais completa do operador.”

Mesmo no contexto de retração do mercado nacional, a Schwing-Stetter Brasil não deixou de levar para a M&T Expo alguma novidade tecnológica. Essa inovação é o robô para projeção de concreto via úmida, modelo TSR 30.14, importado da Alemanha.

Movido por um motor Cummins B4 5/80 (80HP) ele é equipado com bomba para concreto projetado, tem capacidade produtiva de 33 m³/h e 59 bar de pressão no concreto, lança telescópica com alcance de até 14 m com rotação de até 270º, o que proporciona ao operador melhor operabilidade e auto grau de ergonomia.

Outro importante participante da cadeia do concreto, que adota as exportações como alternativa de faturamento é a Putzmeister Brasil. A empresa, através do seu diretor de Vendas, Rodrigo Satiro, revelou que vai intensificar sua atuação no mercado de exportação, como alternativa para a queda das vendas internas. Ao longo de 2015, a empresa pretende direcionar 90% da sua produção para o mercado latino-americano. Em 2014, o percentual da produção exportado foi de 45%.

“Além disso, vamos investir nossas atividades no pós-venda e na prestação de serviços, com o objetivo de compensar a redução das vendas”, anunciou Satiro. Em 2014, esse nicho de mercado representou nada menos que 20% de todo o faturamento da empresa no Brasil. “Nossa intenção é fazer esse número crescer. Para isso, investimos pesado, no ano passado, no reforço da nossa estrutura de atendimento ao cliente e de assistência técnica”.

Os investimentos somaram cerca de R$ 1 milhão, em novos postos de serviço que passaram a integrar a estrutura de atendimento ao cliente. Foram inauguradas novas bases, em Itajaí (RS), Recife (PE) e na própria fábrica, em Atibaia (SP), onde funciona também um grande departamento de pós-venda, com numeroso estoque de peças.

A base de Itajaí atendeu justamente à decisão estratégica de cobrir o Sul do País e atender melhor à Argentina, Uruguai, Chile e Paraguai, principais mercados de exportação da Putzmeister Brasil.

Durante a M&T Expo, a empresa apresentou sua linha de bombas de concreto rebocáveis, para as mais diversas aplicações. Entre os destaques estavam a TK 40 e a TK 50. Os modelos são versáteis, mais leves, mas nem por isso menos robustos que equipamentos maiores. Dimensionados para os rigores de canteiros de obras de vários tamanhos, eles possuem um funil em angulo, mais fácil de encher e limpar.

Fáceis também de operar e manter, as bombas de concreto rebocáveis da Linha TK oferecem, segundo o fabricante, uma montagem mais rápida, bombeamento mais suave, facilidade de limpeza e confiabilidade de longo prazo.

O BNDES e o apoio às exportações

No esforço por exportar bens com valor agregado para regiões com grandes demandas por máquinas e equipamentos, nos segmentos da construção e mineração, as empresas têm no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES um forte aliado.

Na palestra Financiamento às Exportações com Apoio do BNDES, realizada durante o M&T Expo Congresso, Wu Yong Lei, gerente de Comércio Exterior do banco, apresentou linhas de financiamento que podem beneficiar empresas interessadas em exportar para diversas partes do mundo. As linhas são divididas nas categorias pré-embarque e pós-embarque.

No primeiro grupo estão linhas que podem beneficiar a empresa exportadora, sua cadeia de fornecedores e também as tradings, com prazos para pagamento de até 36 meses. Na categoria pós-embarque o financiamento funciona como suporte para a empresa que está no exterior e deseja comprar bens do Brasil. Os valores de financiamento variam entre US$ 100 mil e U$$ 1 milhão, e os prazos para pagamento chegam a 15 anos. Já as taxas de juros variam conforme o risco de cada país. “O BNDES é um banco que utiliza recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) e quer estimular a geração de emprego e renda no país”, disse o palestrante.

 

 

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