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Revista GC - Ed.44 - Dezembro 2013
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Editorial

Engenharia não é commodity

O ano de 2014 chegou ao fim. E se tivéssemos que traduzi-lo em uma única frase, diríamos que esse foi um período de grandes incertezas. Não dá para dizer exatamente se ele foi bom ou ruim para a indústria da construção. As opiniões variam de acordo com o segmento da indústria ou com o ponto de vista pelo qual ele é observado.

O ano começou em clima de esperança de retomada da expansão do setor, que em 2012 havia amargado severos recuos. Medidas de estímulo adotadas pelo governo, como a desoneração da folha de pagamentos, que reduziu o custo da mão de obra; o Programa de Investimentos em Logística, concebido para eliminar gargalos através de concessões da infraestrutura de transporte; ou as novas regras de incentivo ao financiamento de projetos de investimento de longo prazo (Lei 12.715, de setembro de 2012) soaram como promessas de dias melhores. Só que não renderam os resultados esperados em curto prazo.

Inicialmente, a estimativa do SindusCon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo) e da Fundação Getúlio Vargas (FGV) era de que o PIB (Produto Interno Bruto) da construção civil brasileira, em 2013, cresceria 4% sobre o ano anterior. Mas antes mesmo do fim do ano, as previsões recuaram para 2%, ficando abaixo até mesmo do crescimento do PIB do País, estimado em 2,5%.

Ainda com base nas estimativas do SincusCom-SP e da FGV, a taxa de investimento do setor deverá fechar o ano em 19,3% do PIB, e o emprego formal na constru


O ano de 2014 chegou ao fim. E se tivéssemos que traduzi-lo em uma única frase, diríamos que esse foi um período de grandes incertezas. Não dá para dizer exatamente se ele foi bom ou ruim para a indústria da construção. As opiniões variam de acordo com o segmento da indústria ou com o ponto de vista pelo qual ele é observado.

O ano começou em clima de esperança de retomada da expansão do setor, que em 2012 havia amargado severos recuos. Medidas de estímulo adotadas pelo governo, como a desoneração da folha de pagamentos, que reduziu o custo da mão de obra; o Programa de Investimentos em Logística, concebido para eliminar gargalos através de concessões da infraestrutura de transporte; ou as novas regras de incentivo ao financiamento de projetos de investimento de longo prazo (Lei 12.715, de setembro de 2012) soaram como promessas de dias melhores. Só que não renderam os resultados esperados em curto prazo.

Inicialmente, a estimativa do SindusCon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo) e da Fundação Getúlio Vargas (FGV) era de que o PIB (Produto Interno Bruto) da construção civil brasileira, em 2013, cresceria 4% sobre o ano anterior. Mas antes mesmo do fim do ano, as previsões recuaram para 2%, ficando abaixo até mesmo do crescimento do PIB do País, estimado em 2,5%.

Ainda com base nas estimativas do SincusCom-SP e da FGV, a taxa de investimento do setor deverá fechar o ano em 19,3% do PIB, e o emprego formal na construção deverá aumentar 1% em relação a 2012.

Construir ficou mais caro em 2013. O custo da construção civil, calculado pelo IBGE, apresentou aumento de 0,45% no Brasil, em novembro.

Considerando o acumulado dos últimos 12 meses, a variação foi de 0,08%.

Para o setor de máquinas e equipamentos para a construção, no entanto, os resultados são bem mais animadores. Estudo feito pela Sobratema indica que mais de 74,1 mil máquinas novas entraram no mercado em 2013, o que representa um crescimento de 5% sobre 2012, quando foram comercializadas 70,3 mil unidades.

Vários fatores contribuíram para esse cenário de incertezas, tais como a queda dos investimentos do setor público para a infraestrutura. Várias obras do PAC “patinaram” em 2013, apresentando baixo nível de execução. Das 42 maiores obras citadas no primeiro balanço do PAC, ao final de 2007, apenas metade entrou em operação até hoje pela previsão inicial, a esta altura, seriam 40 obras.

A suspensão de várias obras rodoviárias do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) também impactou o mercado. De um total de 1.153 contratos existentes, 167 (ou 14%) estão paralisados hoje.

Em compensação, foi mantido o ritmo de contratação de moradias do Programa Minha Casa, Minha Vida, o que deu fôlego ao setor. Na segunda etapa do programa, mais de 1,9 milhão de unidades foram contratadas de 2011 até agosto deste ano. Segundo o 8º Balanço da segunda fase do PAC 2, o programa alcançou 77% da meta, com 2,9 milhões de moradias contratadas em todo País.

Um bom alento veio, também, da indústria do petróleo e gás. De acordo com o BNDES, os investimentos do setor no Brasil podem chegar a R$ 378 bilhões nos próximos três anos compreendendo exploração, produção, refino, transportes, gás e energia.

Tantas incertezas, com surtos de forte demanda alternados por períodos de desaquecimentos do mercado, poderiam ser evitadas se o setor não sofresse tanto as consequências da inércia e da falta de planejamento dos órgãos governamentais, na implantação de programas de desenvolvimento para o país.

O Brasil necessita de quase US$ 2 trilhões em investimentos para pôr em ordem os serviços públicos nos próximos 30 anos. Isto significa muito trabalho pela frente, com competência e seriedade, gerando empregos, renda e desenvolvimento para o País. Mas tem que ter planejamento. Como costuma dizer o ex-presidente do Instituto de Engenharia, Aluízio de Barros Fagundes, Engenharia não é commodity. Planejar é preciso!

 

 

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