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Revista GC - Ed.35 - Março 2013
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Concreto Hoje

Espanhóis desenvolvem concreto verde

Pesquisadores catalães trabalham para ter uma versão comercial da tecnologia ainda em 2014. Além de viabilizar jardins verticais, o material aumenta a absorção de CO2

Os pesquisadores do Grupo de Tecnologia Estrutural da Universidade Politécnica da Catalunha (UPC), da Espanha, deram um passo a mais para a adoção do chamado concreto verde. O material recebe esse nome por apresentar características que favorecem o crescimento de líquens e musgos em sua camada exterior. Os estudos não se concentram somente nas vantagens da tecnologia, mas também em formas de acelerar o desenvolvimento dos materiais. Tecnicamente, o conceito de concreto verde tem como base a aplicação de uma placa biorreceptiva e com múltiplas camadas nas fachadas das construções. O objetivo é permitir um crescimento biológico acelerado, ou seja, a transformação de qualquer estrutura de concreto em um verdadeiro jardim vertical. Previsto para ser lançado comercialmente em 2014, o projeto da UPC tem um forte apelo de sustentabilidade, desde a absorção de CO2 até o controle térmico no interior de edifícios, além do aspecto estético.

Para dar ao concreto as propriedades citadas os cientistas utilizam uma combinação de dois tipos de materiais conhecidos. O primeiro deles é uma variação carbonatada do concreto tradicional de cimento Portland, o qual é tratado por até 14 dias em um sistema controlado em ambientes com 65% de umidade relativa do ar e que recebe dióxido de carbono. Com isso, o material final acaba tendo um pH mais alcalino. O segundo material da combinação é um concreto composto de fosfato de magnésio, conhecido como MPC e que possui um pH levemente ácido. Esse último já foi adotado para operações de reparo no passado, em função de ter um processo acelerado de endurecimento.

De acordo com os pesquisadores da UPC, a combinação dos dois materiais foi desenvolvida para acelerar o crescimento de microalgas, musgos, líquens e fungos, obedecendo aos parâmetros de pH, porosidade e rugosidade das superfícies de painéis, especialmente desenhados para cobrir as estruturas de concreto. A composição dos painéis também é específica, apresentando três camadas especiais aplicadas por cima do concreto estrutural. A primeira delas é impermeável e serve para impedir a penetração de umidade no material estrutural. A segunda é a chamada biológica, pois capta e armazena água da chuva, servindo como ambiente adequado à colonização de organismo


Os pesquisadores do Grupo de Tecnologia Estrutural da Universidade Politécnica da Catalunha (UPC), da Espanha, deram um passo a mais para a adoção do chamado concreto verde. O material recebe esse nome por apresentar características que favorecem o crescimento de líquens e musgos em sua camada exterior. Os estudos não se concentram somente nas vantagens da tecnologia, mas também em formas de acelerar o desenvolvimento dos materiais. Tecnicamente, o conceito de concreto verde tem como base a aplicação de uma placa biorreceptiva e com múltiplas camadas nas fachadas das construções. O objetivo é permitir um crescimento biológico acelerado, ou seja, a transformação de qualquer estrutura de concreto em um verdadeiro jardim vertical. Previsto para ser lançado comercialmente em 2014, o projeto da UPC tem um forte apelo de sustentabilidade, desde a absorção de CO2 até o controle térmico no interior de edifícios, além do aspecto estético.

Para dar ao concreto as propriedades citadas os cientistas utilizam uma combinação de dois tipos de materiais conhecidos. O primeiro deles é uma variação carbonatada do concreto tradicional de cimento Portland, o qual é tratado por até 14 dias em um sistema controlado em ambientes com 65% de umidade relativa do ar e que recebe dióxido de carbono. Com isso, o material final acaba tendo um pH mais alcalino. O segundo material da combinação é um concreto composto de fosfato de magnésio, conhecido como MPC e que possui um pH levemente ácido. Esse último já foi adotado para operações de reparo no passado, em função de ter um processo acelerado de endurecimento.

De acordo com os pesquisadores da UPC, a combinação dos dois materiais foi desenvolvida para acelerar o crescimento de microalgas, musgos, líquens e fungos, obedecendo aos parâmetros de pH, porosidade e rugosidade das superfícies de painéis, especialmente desenhados para cobrir as estruturas de concreto. A composição dos painéis também é específica, apresentando três camadas especiais aplicadas por cima do concreto estrutural. A primeira delas é impermeável e serve para impedir a penetração de umidade no material estrutural. A segunda é a chamada biológica, pois capta e armazena água da chuva, servindo como ambiente adequado à colonização de organismos biológicos. A terceira e última camada é responsável pela impermeabilização inversa, facilitando a captação da água e evitando que ela escape do sistema.

O professor Ignacio Segura Pérez, chefe e porta-voz do grupo de pesquisa espanhol, em entrevista exclusiva para a Grandes Construções, ressaltou outros aspectos da tecnologia que extrapolam o apelo de sustentabilidade. "Tivemos também a intenção de desenvolver uma tecnologia que permitisse a criação de fachadas personalizadas. Isso significa diferentes padrões e tons que possam variar conforme a idade da aplicação, clima local, época do ano e o tipo de organismo instalado", detalha. Segundo ele, especialistas de todo o mundo, incluindo brasileiros, têm enviado materiais com aplicação local em seus países para testar a viabilidade nos do concreto verde. Os testes, inclusive, consideram diferentes tipos de vegetação.

Outra vantagem do concreto verde é a flexibilidade de uso do sistema. Pérez lembra que qualquer estrutura de concreto, velha ou nova, pode receber o painel biológico. "O que estimula sua adoção com paisagistas e arquitetos, criando novos conceitos de jardins verticais, inclusive na recuperação de construções mais antigas", argumenta. O pesquisador aposta na possibilidade de criação de verdadeiras "pinturas" naturais nas fachadas de prédios, o que abre espaço também para o trabalho de artistas plásticos.

As informações relatadas por Pérez fazem parte da tese de doutorado da especialista Sandra Manso, da UPC e conta com a participação de Pérez e do professor Antonio Aguado. Iniciado em 2010, o trabalho de Sandra ainda está em andamento e inclui vários testes experimentais a respeito do crescimento biológico dos organismos no material. "O estudo avalia o crescimento em diferentes condições, considerando o ambiente urbano de Barcelona e um bioma natural como o da floresta de Montseny, além de um cenário mais "continental", etapa que conta com o suporte da Universidade belga de Ghent. O caráter multidisciplinar da pesquisa pode ser conferido pela contribuição do professor Antonio Gómez Bolea, da Faculdade de Biologia da Universidade de Barcelona. De acordo com Pérez, esse acadêmico tem atuado como consultor na avaliação das tendências de crescimento biológico em materiais de construção.

Além da viabilidade comercial prevista para 2014, os pesquisadores espanhóis pretendem desenvolver outras formas de acelerar ainda mais o processo natural de colonização. Em termos de financiamento, os pesquisadores contam com um fundo da UPC, mas já receberam o aceno de empresas que tem a intenção de participar do suporte econômico da empreitada. É o caso de um fabricante catalão de painéis de concreto para edifícios e para mobiliário urbano. O custo do produto final também tem sido avaliado de perto pela equipe chefiada por Pérez. O especialista avalia que o valor inicial de aplicação da tecnologia deverá ser superior ao do concreto tradicional, mas essa conta não considera os ganhos ambientais e estéticos. "Apesar disso, estamos considerando diversos caminhos para reduzir os custos e tornar a ideia cada vez mais atraente e eficiente para o mercado", conclui.

 

 

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