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Revista GC - Ed.29 - Agosto 2012
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Construção Naval

Estaleiro Enseada do Paraguaçu ressuscita a indústria naval da Bahia

Projeto reúne pool de empresas nacionais e internacionais e aponta para nova rota de crescimento industrial brasileiro, com foco no setor naval

Uma das consequências diretas da exploração do Pré-sal é o renascimento da indústria naval brasileira, que hoje conta com potencial de mercado estimado em US$ 150 bi para o período de 2011 a 2020, focada no setor de Óleo e Gás no Brasil. A estimativa é da Morgan Stanley Research, um dos maiores bancos de investimentos do mundo, em operação no Brasil desde 1997. Um exemplo do renascimento desse setor está na Bahia. Dentre diversos projetos visando à construção naval, ali está sendo construído o Estaleiro Enseada do Paraguaçu (EEP), um investimento privado de cerca de R$ 2,6 bilhões, que reúne três das principais construtoras brasileiras e um líder mundial da área naval: a Odebrecht, a UTC Engenharia, a OAS e a japonesa Kawasaki, que entrou posteriormente no consórcio.

O EEP se junta à lista de uma série de estaleiros em implantação no Brasil e que servirão, entre outras coisas, à demanda de embarcações para a Petrobras. A participação da Kawasaki garante ao empreendimento a utilização de tecnologia de ponta e a transferência desse conhecimento para engenheiros e técnicos brasileiros. O presidente do EEP, Fernando Barbosa, disse que o parceiro japonês chega com o compromisso de ajudar a construir os equipamentos mais modernos que existem na área. Para isso, a Kawasaki assinou contrato para transferência de tecnologia. “Eles vão trazer para nós toda a tecnologia na fabricação, elaboração de projetos, planejamento e treinamento de pessoas”.

As obras foram iniciadas em maio e o projeto estará em operação em 2014. Mas, em 2013, o estaleiro já terá condições de iniciar parte de suas atividades. Em plena operação, deverá processar 36 mil t de aço por ano. A previsão dos empreendedores é da criação de três mil empregos diretos durante a construção, cinco mil após a operação, além de 10 mil empregos indiretos gerados com o empreendimento.

Quando o EEP estiver pronto, o estado ganhará mais um ponto de produção de navios e plataformas de exploração de petróleo, reaquecendo a economia do recôncavo baiano. O Governo do Estado apoia o empreendimento, arcando com obras de infraestrutura rodoviária, além de auxílio na obtenção do financiamento, que é do governo federal, por meio do Fundo de Marinha Mercante. Ainda como parte dos esforços


Uma das consequências diretas da exploração do Pré-sal é o renascimento da indústria naval brasileira, que hoje conta com potencial de mercado estimado em US$ 150 bi para o período de 2011 a 2020, focada no setor de Óleo e Gás no Brasil. A estimativa é da Morgan Stanley Research, um dos maiores bancos de investimentos do mundo, em operação no Brasil desde 1997. Um exemplo do renascimento desse setor está na Bahia. Dentre diversos projetos visando à construção naval, ali está sendo construído o Estaleiro Enseada do Paraguaçu (EEP), um investimento privado de cerca de R$ 2,6 bilhões, que reúne três das principais construtoras brasileiras e um líder mundial da área naval: a Odebrecht, a UTC Engenharia, a OAS e a japonesa Kawasaki, que entrou posteriormente no consórcio.

O EEP se junta à lista de uma série de estaleiros em implantação no Brasil e que servirão, entre outras coisas, à demanda de embarcações para a Petrobras. A participação da Kawasaki garante ao empreendimento a utilização de tecnologia de ponta e a transferência desse conhecimento para engenheiros e técnicos brasileiros. O presidente do EEP, Fernando Barbosa, disse que o parceiro japonês chega com o compromisso de ajudar a construir os equipamentos mais modernos que existem na área. Para isso, a Kawasaki assinou contrato para transferência de tecnologia. “Eles vão trazer para nós toda a tecnologia na fabricação, elaboração de projetos, planejamento e treinamento de pessoas”.

As obras foram iniciadas em maio e o projeto estará em operação em 2014. Mas, em 2013, o estaleiro já terá condições de iniciar parte de suas atividades. Em plena operação, deverá processar 36 mil t de aço por ano. A previsão dos empreendedores é da criação de três mil empregos diretos durante a construção, cinco mil após a operação, além de 10 mil empregos indiretos gerados com o empreendimento.

Quando o EEP estiver pronto, o estado ganhará mais um ponto de produção de navios e plataformas de exploração de petróleo, reaquecendo a economia do recôncavo baiano. O Governo do Estado apoia o empreendimento, arcando com obras de infraestrutura rodoviária, além de auxílio na obtenção do financiamento, que é do governo federal, por meio do Fundo de Marinha Mercante. Ainda como parte dos esforços para resgatar a indústria naval, foi criada, em 2009, a Secretaria Extraordinária da Indústria Naval e Portuária (Seinp), que centraliza as ações do estado voltadas à viabilização de empreendimentos na área.

De acordo com o secretário da Indústria Naval do Estado da Bahia, Carlos Costa, o novo estaleiro terá tecnologia e capacidade para atender aos mercados nacional e internacional. “O empreendimento terá condição de oferecer em tempo hábil equipamentos de ponta para todos os mercados. As empresas vão trabalhar com toda a tecnologia e atenderão não só encomendas de embarcações para a indústria naval civil, mas também para a indústria militar”. Antes mesmo de começar a operar, o estaleiro já recebeu a encomenda de seis sondas de exploração de petróleo. As unidades fazem parte de um contrato com a Sete Brasil, empresa fornecedora da Petrobras. A estimativa dos empresários é de um faturamento anual de R$ 600 milhões.

O complexo localiza-se no município de Maragogipe (BA), há 42 km de distância de Salvador, numa área de 1,6 milhão de m² dos quais 400 mil m² serão destinados à preservação ambiental. Além de possuir águas abrigadas, a grande profundidade do canal permitirá acesso de grandes embarcações e foi projetado prevendo futuras expansões. A primeira etapa dos trabalhos já foi superada, com a supressão da vegetação, resgate da fauna e flora e terraplenagem, dando início às primeiras intervenções e preparação do terreno para os demais serviços.

Dentre as obras de infraestrutura marítima que serão executadas, a principal será a construção do dique seco, um platô com dimensão de 85 m de largura por 261 m de comprimento e 14,8 m de profundidade. Outros três cais serão construídos, com 242 m, 270 m e 270 m de comprimento, respectivamente. A previsão é de que a dragagem do canal atingirá 3,5 milhões m³ com posterior aterro e serviços de terraplenagem. Solo e fundações das áreas externas serão reforçados, e receberão pavimentação com carga adequada para receber tráfego pesado a área será capaz de suportar a fabricação e movimentação dos blocos navais e estruturas offshore. Esses blocos serão fabricados em oficinas construídas com o uso de estrutura metálica, somando um volume de 15 mil toneladas de estruturas. A área construída, que inclui também os edifícios administrativos, chega a 280 mil m².

Mobilização de equipamentos

As obras empregarão um número considerável de equipamentos de elevação e transporte vertical e horizontal. Os serviços industriais eletromecânicos contarão com equipamentos de movimentação de carga pesada como o uso de dois equipamentos Goliath cranes, três Jib cranes, além de transportadores hidráulicos e pontes rolantes.

No setor naval, serão utilizados equipamentos com tecnologia Kawasaki Heavy Industries, que inclui requisitos como o pré-tratamento das chapas e perfis, máquinas de marcação e corte, linha de fabricação de painéis e linha de solda unilateral.  Serão produzidos nesse setor cabines de jateamento e pintura, sistemas e subestações elétricas, sistema de controle e segurança, centrais e redes de utilidades (água, ar comprimido, sistema de combate a incêndio, gases industriais) e tratamento de efluentes.

Desde a etapa inicial das obras estão sendo mobilizada uma central de Concreto Misturadora de 120 m³/h, além de escavadeiras hidráulicas, caminhão basculante, guindaste de Pneus de 30 t e guindaste grua. Na etapa de compactação dinâmica, serão agregados guindastes de 150 t e o tamper 20 t. Para as obras na área marítima serão empregados os guindastes de 150 t e de 100 t, além do equipamento cantitravel para fundações em alto mar, pórticos de 20 t, dollyes para movimentação de equipamentos e peças e hidrofresa para escavação de fundações.

Consórcio

Para evitar que o crescimento seja desordenado e traga impactos negativos tanto na área ambiental como social, o EEP está cercado de cuidados. Atendendo às propostas anunciadas em Audiência Publica, para promover o desenvolvimento da região do Estaleiro, a prioridade da política de contratações é a utilização da mão de obra local, que inclui as cidades de Maragogipe, Salinas da Margarida, São Roque, Nazaré, Vera Cruz, Itaparica e demais municípios do entorno do empreendimento.

O Consórcio, em parceria com o Prominp – Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural e Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial), implantará um programa de capacitação profissional da mão de obra não qualificada para construção civil da região. A primeira turma já foi selecionada, com 25 jovens participantes do programa.

Segundo o consórcio construtor, “a parceria visa qualificar e preparar os cidadãos das cidades do entorno para atender as demandas geradas pela obra e a ideia é promover a inclusão social produtiva da comunidade, reforçando laços e acordo de comprometimento da obra com o desenvolvimento da região, além de diminuir a migração de trabalhadores de outras regiões do País”. O Prominp será desenvolvido em parceria com o Senai, e seus módulos terão carga horária mínima de 160 horas, com aulas teóricas e práticas no canteiro de obra. Após a formação, esses profissionais estarão aptos para iniciar as atividades. Nesse período de atividades em campo serão acompanhados pela equipe de Pessoas e Organização, através de avaliações e entrevistas individuais. Os líderes da Produção também farão o acompanhamento com foco na formação e crescimento profissional desses novos profissionais.

O consórcio responsável realiza estudos e licenciamentos desde 2008, com encontros com as comunidades locais para definir ações que permitam a inclusão dessas pessoas. Além do licenciamento clássico ambiental, o programa foi licenciado também pelo patrimônio histórico, por meio do Iphan - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional; pela Fundação Palmares, por situar-se dentro de uma comunidade quilombola; pelo Instituto Chico Mendes de Biodiversidade, devido a proximidades com área de proteção federal; e pelo Estado, em função da região escolhida fazer parte de uma Área de Preservação Ambiental (APA), da Baía de Todos-os-Santos.

Diversas ações estão programadas como o reflorestamento de 40 ha de floresta nativa (ombrófila densa). Os trabalhos incluem a recomposição florestal de faixas de manguezais, matas ciliares e nascentes devastadas na região. Segundo o EPP o investimento inclui um Programa de Sustentabilidade Pesqueira que envolve desde formação continuada dos pescadores e marisqueiras, com acompanhamento técnico da atividade e investimento em equipamentos e manutenção para incremento do ciclo produtivo da pesca.

O tratado ambiental é extenso, com atividades de educação ambiental e comunicação social nas escolas da região e com as comunidades do entorno. Estão previstas a pesquisa aprofundada nas 29 comunidades quilombolas do entorno do projeto; a manutenção da Casa do Samba de Santo Amaro, detentora do maior acervo de samba de roda do mundo, patrimônio tombado. O projeto inclui ações inovadoras, como a execução do 1º Inventário Nacional de Referências Culturais dos municípios do entorno do EEP. E outras ações estão previstas como a recuperação e restauração de monumentos e edificações tombadas pelo IPHAN.

O consórcio se comprometeu com a realização de diagnóstico socioeconômico da Baía do Iguape, em caráter censitário, e o Monitoramento dos recursos hídricos superficiais e subterrâneos, que empregarão sondas automáticas e rede de piezômetros. Haverá ainda o monitoramento mensal dos ecossistemas aquáticos (plâncton, bentos, quelônios, cetáceos, crustáceos, icitiofauna, etc). E o monitoramento periódico das características físicas da água, com dados sobre correntes, turbidez, hidrodinâmica e dinâmica de sedimentos, etc).

O programa atende a solicitações das comunidades locais, com os investimentos na infraestrutura da comunidade de Enseada do Paraguaçu, com a reforma, novos equipamentos e paisagismo na praça central da cidade. Apoio financeiro à Casa de Cultura de Saubara, e outros que visam melhorar a qualidade de vida das comunidades locais. Como o licenciamento de aterro sanitário em Salinas das Margaridas a ser compartilhado com o município.

Associação de grandes empresas

A Odebrecht atua nos setores de infraestrutura, construção, química petroquímica, energia, mineração, açúcar e álcool, e hoje é a maior exportadora brasileira de serviços. A UTC Engenharia S.A. foi fundada em 1974 e é uma das principais empresas brasileiras de Engenharia Industrial, com capacidade para executar desde pequenas unidades a grandes complexos industriais. Atuando em todos os segmentos da indústria, a UTC é uma das empresas mais atuantes na área de Offshore e participa de todas as etapas de construção de plataformas marítimas. A OAS consolidou-se no setor de engenharia. A Kawasaki Heavy Industries, fundada em 1878 no Japão, como um estaleiro, expandiu-se para outros segmentos, como construção e transportes. No Brasil desde 1973, a empresa fornece equipamentos, serviços para grandes projetos industriais, energéticos, navais e aeroespaciais de grandes empresas brasileiras.

Os três grupos nacionais se reuniram em 2010, visando à criação do Estaleiro Enseada do Paraguaçu (EEP), voltado para construção e integração de plataformas, navios especializados e unidades de perfuração. A Kawasaki Heavy Industries (KHI) se juntou ao grupo em meados de 2012, tornando-se sócia efetiva do EEP e parceira tecnológica do empreendimento. A empresa passou a ser dona de 30% do EEP,  comprometendo-se a transferir tecnologia e capacitar os trabalhadores locais para atuar na construção de navios, plataformas de exploração e unidades de perfuração de poços de petróleo.

Ponto ideal para os estaleiros

A foz do Rio Paraguaçu, na Baía de Todos-os-Santos, é considerada um dos melhores lugares do país para a implantação de estaleiros. Com águas profundas e abrigadas, foi lá que a fabricação de navios teve início no Brasil, ainda na época do Império. A indústria local viveu seu apogeu, na década de 1970, mas caiu, posteriormente, com a falta de investimentos no setor naval brasileiro. A retomada aconteceu em 2010, com a reabertura do Estaleiro São Roque do Paraguaçu, que já finaliza a construção de duas plataformas para a Petrobras.

Ações e projetos ambientais

Plano de Monitoramento dos Ecossistemas Aquáticos: Avaliação de elementos locais (planctôns, quelônios, vegetação de manguezal e cetáceos, entre outros). Temos contratos correntes no valor total de R$3.900.000,00 para ao longo de todo o ano de 2012 com renovação automática para o ano seguinte.

Programa de Resgate de Flora e Fauna Silvestre: Iniciado em setembro de 2011, ainda está vigente. Foi construído o Centro de Triagem de Animais Silvestres em Cairu de Salinas, com veterinários de plantão e toda a logística de transporte desses animais para soltura em área protegida e com mata nativa (reserva legal do EEP). Para acondicionar todas as espécies vegetais características da região coletadas no programa, foram montados três grandes viveiros de mudas e sementes, até hoje ativos e mantidos por profissionais. Esses viveiros serão os fornecedores das mudas que estão em curso de replantio. Os investimentos nesse programa são superiores a R$3.000.000,00.

Educação Ambiental para Comunidades: Destacando projetos para as 29 comunidades quilombolas da região.

Educação Ambiental para Docentes: Nas escolas da área de influência direta do projeto.

Execução, divulgação e propagação de programas educativos de rádio: Para a difusão das informações socioambientais relevantes em parceria com a ONG Bioma Brasil.

Programa de Sustentabilidade Pesqueira contempla vários projetos:

Projeto Capacita: formação continuada de pescadores e marisqueiras da Baía do Iguape ao longo de 14 meses contínuos;

Programa de Educação Ambiental: Direcionado aos temas de preservação do ambiente da pesca, limpeza da área e extirpação do coral sol;

Museu Ambiental: Destaque na técnica dos manguezais para fins de educação ambiental na região.

 

 

 

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