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Revista GC - Ed.82 - Agosto 2017
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Entrevista

Novos parceiros trazem a marca do otimismo

Em meio a um cenário político e econômico tão turvo, fica difícil enxergar à frente o campo de oportunidades de investimento no Brasil. Mas elas existem e diversas empresas estrangeiras estão tendo essa visão privilegiada, na busca de novos negócios na área de infraestrutura do país, aproveitando o vácuo gerado com o afastamento das companhias envolvidas na Operação Lava Jato, tradicionais protagonistas nos processos de concessão dos empreendimentos estruturantes para o país.

A espanhola Acciona e a chinesa China Communications Construction Company (CCCC) estão entre os novos players, que ensaiam os primeiros passos na participação de concessões, ou concorrências e licitações regionais. A Acciona é uma das maiores companhias da Espanha e uma das principais empresas de construção do mundo, posicionada entre as líderes em desenvolvimento e gestão de infraestrutura de água, energia renovável e serviços. Com 100 anos de existência, emprega mais de 30.000 funcionários e opera em mais de 30 países, em empreendimentos que somam 11 bilhões de Euros em investimentos.

No segmento de infraestrutura, opera por meio da Acciona Infraestrutura, cuja atuação abrange todos os aspectos de construção, incluindo design, engenharia, execução de todos os tipos de trabalhos, gestão posterior e manutenção. Presente no Brasil desde 1996, a empresa atua em infraestrutura, águas, rodovias e energia. Entre os projetos da Acciona Infraestrutura, destaca-se o projeto de construção dos diques externos do Porto do Açu, no norte do estado do Rio de Janeiro. A empresa ampliou sua participação no projeto, ficando responsável pela construção do estaleiro do Porto.

Já a CCCC é a maior empresa de infraestrutura da China, além de construir, opera ativos em outros países. No fim do ano passado tinha US$ 150 bilhões investidos em concessões de infraestrutura de transportes - de empreendimentos prontos aos ainda em construção. O conglomerado tem capital misto, mas o controle é estatal e está listado na Bolsa de Hong Kong. Em 2015, obteve receita equivalente a US$ 120 bilhões, sendo US$ 20 bilhões do braço internacional. O grupo chega ao Brasil a partir de um acordo firmado junto à Concremat, e pretende aproveitar toda a sua expertise na área de portos e


Em meio a um cenário político e econômico tão turvo, fica difícil enxergar à frente o campo de oportunidades de investimento no Brasil. Mas elas existem e diversas empresas estrangeiras estão tendo essa visão privilegiada, na busca de novos negócios na área de infraestrutura do país, aproveitando o vácuo gerado com o afastamento das companhias envolvidas na Operação Lava Jato, tradicionais protagonistas nos processos de concessão dos empreendimentos estruturantes para o país.

A espanhola Acciona e a chinesa China Communications Construction Company (CCCC) estão entre os novos players, que ensaiam os primeiros passos na participação de concessões, ou concorrências e licitações regionais. A Acciona é uma das maiores companhias da Espanha e uma das principais empresas de construção do mundo, posicionada entre as líderes em desenvolvimento e gestão de infraestrutura de água, energia renovável e serviços. Com 100 anos de existência, emprega mais de 30.000 funcionários e opera em mais de 30 países, em empreendimentos que somam 11 bilhões de Euros em investimentos.

No segmento de infraestrutura, opera por meio da Acciona Infraestrutura, cuja atuação abrange todos os aspectos de construção, incluindo design, engenharia, execução de todos os tipos de trabalhos, gestão posterior e manutenção. Presente no Brasil desde 1996, a empresa atua em infraestrutura, águas, rodovias e energia. Entre os projetos da Acciona Infraestrutura, destaca-se o projeto de construção dos diques externos do Porto do Açu, no norte do estado do Rio de Janeiro. A empresa ampliou sua participação no projeto, ficando responsável pela construção do estaleiro do Porto.

Já a CCCC é a maior empresa de infraestrutura da China, além de construir, opera ativos em outros países. No fim do ano passado tinha US$ 150 bilhões investidos em concessões de infraestrutura de transportes - de empreendimentos prontos aos ainda em construção. O conglomerado tem capital misto, mas o controle é estatal e está listado na Bolsa de Hong Kong. Em 2015, obteve receita equivalente a US$ 120 bilhões, sendo US$ 20 bilhões do braço internacional. O grupo chega ao Brasil a partir de um acordo firmado junto à Concremat, e pretende aproveitar toda a sua expertise na área de portos e ferrovias, além de atuar na área de fabricação de guindastes.

No radar de interesses da Acciona estão o Rodoanel Norte, o Metrofor Leste, o Porto do Açu, entre outros, empreendimentos maduros e considerados de interesse pelos outros negócios que podem gerar.

O conglomerado chinês, por sua vez, participou da construção de quase todos os terminais portuários de médio e grande porte na China, além de grandes pontes, como a que liga Macau a Hong-Kong, e registra uma receita de cerca de 66 bilhões de dólares.

São dois perfis que não deixam dúvidas sobre o potencial de negócios brasileiros, ainda que estes estejam submersos em um campo ainda confuso que envolve mercado e governos. Sem dúvida, a ousadia estrangeira gera um novo lastro de confiança de que o país pode sair dessa crise, com alguns ganhos na área de gestão, novos investimentos e novas oportunidades. Veja a seguir a entrevista com os executivos das empresas – André Clark Juliano, presidente da Acciona Brasil, e Mauro Viegas Neto, presidente executivo da Concremat – que estão à frente desse processo de internacionalização da infraestrutura nacional e desse novo ciclo econômico do país.

A caça aos bons projetos

Grandes Construções – A Acciona é qualificada para trabalhar como concessionária, especialista e investidora em qualquer tipo de projeto de infraestrutura ou industrial. Atua em projetos de infraestrutura de diversos tipos e portes, como, por exemplo, rodovias, portos, saneamento e mobilidade urbana. Como a empresa enxerga o cenário brasileiro atual e suas perspectivas?

André Clark Juliano – O Brasil tem grande potencial de crescimento em infraestrutura, principalmente, no setor de saneamento, onde há ainda muito por ser feito no País. E a Acciona vê com bons olhos os esforços do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), anunciado pelo Palácio do Planalto, em 7 de março deste ano, para o crescimento das obras de infraestrutura no Brasil.

GC - Como o Brasil se insere no cenário internacional, diante do cenário político atrelado à economia brasileira e do contexto da economia globalizada?

André Clark Juliano – O Brasil não é desconhecido dos investidores mundiais, pelo contrário, ele é bastante visado, mesmo com o atual momento político e econômico. Contudo, há de se ter mais clareza nos moldes e formatos de projetos de longo prazo, para que o investimento seja atraído. Projetos de Infraestrutura são, em sua natureza, de longo prazo. Por isso, há necessidade de mais segurança para que possamos atrair investimentos de 20 e 30 anos.

GC - Qual a carteira de investimentos no Brasil: projetos, valores, regiões, e segmentos?

André Clark Juliano – Os principais projetos no momento são: Lotes 4 e 6 do Rodoanel Norte, em São Paulo (SP); Metrofor Leste, em Fortaleza (CE); Porto do Açu, no Rio de Janeiro (RJ) e um Sistema de Esgotamento Sanitário em Santa Cruz do Capibaribe (PE). Também somos a concessionária responsável por mais de 200 km da Rodovia Lucio Meira (BR-393), no estado do Rio de Janeiro, entre Sapucaia e Volta Redonda.

GC - Quais os setores considerados mais promissores? Pode justificar o porquê?

André Clark Juliano – O setor de saneamento é um dos mais promissores, pelo grande campo de atuação ainda aberto no país. Contudo, é também o setor com menor clareza nos moldes das concessões, o que dificulta investimentos de longo prazo. Há a necessidade de este modelo ser revisto, de forma que os projetos de concessão possam incluir de dois a três municípios, como forma de atrair investidores interessados.

GC - O grupo tem interesse nos projetos de PPPs e ou concessões anunciados pelo governo? Que projetos estão no radar do grupo?

André Clark Juliano – Sim. Os principais setores de interesse são Linhas de Transmissão, Iluminação Pública, Saneamento e Mobilidade Urbana.

GC - Qual o formato ideal de atuação para a companhia no Brasil? Quais as dificuldades atuais para o investidor?

André Clark Juliano – O formato ideal contaria com regras e moldes mais claros e uniformes ao participarmos de leilões de concessões. Para o investidor, o problema não é a falta de capital, mas sim a falta de entendimento de como será o retorno do investimento. Por isso, em alguns setores melhor estruturados, como o de energia, o governo realiza leilões que são grande sucesso entre investidores.

GC - Estão previstos investimentos no parque tecnológico e no grupo técnico profissional?

André Clark Juliano – Os investimentos em pessoas e em inovação, principalmente envolvendo aspectos de sustentabilidade, são preocupações constantes da Acciona. Entre 2010 e 2015 o grupo investiu ¢876,4 milhões em inovação. Temos em Madri, por exemplo, um centro tecnológico focado no desenvolvimento de soluções em infraestrutura, meio ambiente e transportes. O Centro ocupa uma área de 3.500 m² com escritórios e laboratórios que comportam uma equipe dedicada a pesquisas de soluções para edifícios eco-eficientes, melhoria de processos, entre outros.

No Brasil há negócios da China

Grandes Construções – A Concremat e a CCCC celebraram uma nova parceria no Brasil neste ano, com vistas ao setor de infraestrutura. Quais são os objetivos dessa nova companhia?

Mauro Viegas Neto – O acordo firmado entre a Concremat e o conglomerado chinês China Communications Construction Company (CCCC) – um dos líderes globais do setor de infraestrutura e com atuação na construção de portos e ferrovias e também no segmento de dragagens e fabricação de guindastes para contêineres – coloca a empresa em um novo patamar de desenvolvimento. Juntas, as empresas buscam crescimento sustentável, inovação, tecnologia e melhor utilização de recursos no setor de engenharia e construção.

Com a parceria, a Concremat será capaz de usar sua experiência e inteligência de mercado para mapear oportunidades e executar projetos em diversas frentes de infraestrutura para nosso controlador em outros países da América Latina.

Esta aliança deve ampliar ainda as atividades do nosso portfolio nos próximos anos, para uma possível participação em contratos EPC (Engineering, Procurement and Construction), com nossa competência técnica de engenharia consultiva e capacidade de execução.

GC - Qual a percepção que as parceiras têm do risco Brasil e como ele pode inibir a estratégia de investimentos de longo prazo?

Mauro Viegas Neto – Nós olhamos o Brasil em longo prazo e nessa perspectiva esse é um grande mercado. Há grande demanda por infraestrutura e boas oportunidades. O desafio do curto/médio prazo vem sendo superado com muita determinação e com a competência de nossas equipes.

GC - Já há projetos/empreendimentos que estão sendo executados pela companhia nessa nova fase?

Mauro Viegas Neto – Sim, estamos em fase avançada de preparação para iniciar os trabalhos de engenharia e construção do novo porto em São Luís, empreendimento em que a CCCC tem como sócia a WTORRE. Outros projetos estão sendo estudados. No âmbito interno, estamos concluindo uma revisão do planejamento de longo prazo e posicionamento à luz tanto do perfil e estratégia do novo controlador, como do atual ambiente de negócios.

GC - O grupo tem interesse nos projetos de PPPs e ou concessões anunciados pelo governo? Poderia indicar alguns empreendimentos que estão no foco da empresa?

Mauro Viegas Neto – Sim, uma das metas é investir em concessões e projetos privados de infraestrutura de transportes de forma completa, combinando vários tipos de "expertises" - desde o projeto, construção, serviços e modelagens de financiamento. Estão no radar principalmente portos e ferrovias.

GC - Qual o formato ideal de atuação para a companhia no Brasil?

Mauro Viegas Neto – A Concremat mantém seu negócio principal, de projetos, gerenciamento e serviços ambientais. Temos posição de liderança nestes mercados e a estratégia é que sigam dessa forma. A associação com CCCC nos coloca ainda em uma posição favorável para desenvolver atividades no segmento de EPC para o segmento de infraestrutura.

GC - Qual a carteira de investimentos no Brasil em termos de valores, regiões e segmentos?

Mauro Viegas Neto – A CCCC, pelo seu tamanho e história bem-sucedida, dispõe de acesso facilitado aos fundos chineses que têm como objeto investir em infraestrutura no Brasil. Como foi dito recentemente pelas principais lideranças da CCCC, não existe um valor pré-definido. Tudo depende da qualidade e viabilidade dos projetos. Bons projetos, com boa fundamentação e risco adequadamente mitigados, terão investimento.

GC - Como tem sido o intercâmbio tecnológico entre as duas empresas? Estão previstos investimentos no parque tecnológico e no grupo técnico profissional?

Mauro Viegas Neto – Estamos muito bem impressionados com a CCCC. A empresa é distinta, possui uma cultura corporativa forte, baseada em valores sólidos e é orientada ao progresso técnico e a resultados. É uma empresa que tem um imenso respeito ao conhecimento local e que deseja que a Concremat siga sendo percebida como uma empresa brasileira, com corpo técnico e de gestão nacional. Iniciamos um programa de intercâmbio técnico para que nossos engenheiros possam trocar experiências e conhecimento que devem trazer benefícios para o Brasil e nossos clientes em um futuro próximo.

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