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Revista GC - Ed.23 - Jan/Fev 2012
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Especial Rio de Janeiro

O Amanhã, na visão de Calatrava

Obras do Museu do Amanhã, destaque do projeto Porto Maravilha, já começaram com reforço da área do píer

As obras do Museu do Amanhã, obra arquitetônica na zona portuária carioca que deverá marcar o novo ciclo de crescimento do Rio de Janeiro e tem a assinatura do arquiteto Santiago Calatrava, foram iniciadas no final de 2011. Mas já avançou passos suficientes para afastar a ideia de sonho megalomaníaco, que marca a trajetória de tantos outros projetos arquitetônicos abandonados, como é o caso da Cidade da Música, na zona oeste do Rio de Janeiro.

O museu faz parte do pacote de obras da prefeitura que está sendo realizado pelo Consórcio Porto Novo de PPP (Parceria Público-Privada). Assim como as demais intervenções do Porto Maravilha já em andamento, o prédio orçado em R$ 215 milhões também vai ser custeado pela venda dos CEPACs (Certificados de Potencial Adicional de Construção). Além disso, o Museu do Amanhã vai contar ainda com o patrocínio do Banco Santander, que vai investir R$ 65 milhões no projeto, a serem usados, entre outros fins, para a implantação da museografia e no programa de sustentabilidade durante dez anos. A inauguração do museu está prevista para o primeiro semestre de 2014.

Algo que diferencia o projeto do Museu do Amanhã é a sua estrutura financeira e de curadoria vinculada à Fundação Roberto Marinho, que vem conquistando know how na criação e gerenciamento de museus, como o Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo. Dedicado às Ciências, o Museu do Amanhã terá um formato diferente dos museus de História Natural ou de Ciências e Tecnologia já conhecidos, onde será possível aos visitantes vislumbrar possibilidades sobre o futuro do homem e do planeta nos próximos 50 anos.

O museu é uma das âncoras do Projeto Porto Maravilha de revitalização da Região Portuária do Rio de Janeiro, que permitirá a reconquista de um território privilegiado dentro da cidade, mas que perdeu valor imobiliário e urbanístico com a degradação ao longo do tempo. A principal característica do projeto é a abordagem arquitetônica sob a luz da sustentabilidade, razão que explica a própria temática do museu, desafiado a antecipar as inovações e estéticas do futuro.

Trabalhos a quatro mãos

De março de 2010 a julho de 2011, a equipe envolvida na concepção do museu esteve empenhada em produzir o Projeto Execut


As obras do Museu do Amanhã, obra arquitetônica na zona portuária carioca que deverá marcar o novo ciclo de crescimento do Rio de Janeiro e tem a assinatura do arquiteto Santiago Calatrava, foram iniciadas no final de 2011. Mas já avançou passos suficientes para afastar a ideia de sonho megalomaníaco, que marca a trajetória de tantos outros projetos arquitetônicos abandonados, como é o caso da Cidade da Música, na zona oeste do Rio de Janeiro.

O museu faz parte do pacote de obras da prefeitura que está sendo realizado pelo Consórcio Porto Novo de PPP (Parceria Público-Privada). Assim como as demais intervenções do Porto Maravilha já em andamento, o prédio orçado em R$ 215 milhões também vai ser custeado pela venda dos CEPACs (Certificados de Potencial Adicional de Construção). Além disso, o Museu do Amanhã vai contar ainda com o patrocínio do Banco Santander, que vai investir R$ 65 milhões no projeto, a serem usados, entre outros fins, para a implantação da museografia e no programa de sustentabilidade durante dez anos. A inauguração do museu está prevista para o primeiro semestre de 2014.

Algo que diferencia o projeto do Museu do Amanhã é a sua estrutura financeira e de curadoria vinculada à Fundação Roberto Marinho, que vem conquistando know how na criação e gerenciamento de museus, como o Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo. Dedicado às Ciências, o Museu do Amanhã terá um formato diferente dos museus de História Natural ou de Ciências e Tecnologia já conhecidos, onde será possível aos visitantes vislumbrar possibilidades sobre o futuro do homem e do planeta nos próximos 50 anos.

O museu é uma das âncoras do Projeto Porto Maravilha de revitalização da Região Portuária do Rio de Janeiro, que permitirá a reconquista de um território privilegiado dentro da cidade, mas que perdeu valor imobiliário e urbanístico com a degradação ao longo do tempo. A principal característica do projeto é a abordagem arquitetônica sob a luz da sustentabilidade, razão que explica a própria temática do museu, desafiado a antecipar as inovações e estéticas do futuro.

Trabalhos a quatro mãos

De março de 2010 a julho de 2011, a equipe envolvida na concepção do museu esteve empenhada em produzir o Projeto Executivo de Arquitetura e Complementares. A primeira fase das obras concentrou-se na  recuperação e reforço estrutural do Píer Mauá – onde o museu será instalado – com trabalhos iniciados em dezembro de 2010. A segunda fase, referente à construção do prédio, foi iniciada em novembro de 2011. O Porto Maravilha prevê várias melhorias e modernizações no entorno do museu.

O projeto foi minuciosamente estudado por um grupo de profissionais de diferentes áreas técnicas, buscando a compatibilidade com os conceitos da arquitetura de Santiago Calatrava.  O grande desafio, destaca a direção do museu, está no prazo curto, considerando a grandiosidade do projeto e o cenário imobiliário atual, bastante aquecido em função da realização de grandes eventos.

Estudos também foram conduzidos na fase de projeto para avaliar como poderia ser fabricada, montada e transportada a cobertura metálica.  A escolha da empresa ainda está em análise, mas o consórcio informa que a construção obedecerá os cuidados habituais previstos para a execução de coberturas metálicas, estipulados por normas especificas, além do controle de qualidade realizado no canteiro de obra.

Santiago Calatrava e sua equipe trabalharam em parceria com a equipe do escritório local responsável pelo desenvolvimento do projeto de Ruy Rezende Arquitetura, via conference call, videoconferências e inúmeros workshops técnicos presenciais. Os arquitetos brasileiros analisam a viabilidade do uso das matérias-primas sugeridas por Calatrava, levando em consideração a realidade do mercado nacional, gerenciam aspectos técnicos e coordenam os mais de 30 projetos complementares, além de buscar, por meio do cumprimento dos pré-requisitos estabelecidos pelo Green Building Council (USGBC), a certificação LEED (Liderança em Energia e Projeto Ambiental).

O prédio terá 15 mil metros quadrados de área construída e sua arquitetura vai dialogar com a temática da sustentabilidade. O projeto prevê a utilização de recursos naturais do local, como por exemplo, captação da água da Baía de Guanabara, que será pré-tratada para ser utilizada no sistema de ar condicionado – com o objetivo de aumentar a eficiência energética em 50% e eliminar o consumo de água potável nas torres de resfriamento de água – e no espelho d´água no entorno do prédio. Outra ação importante é a captação de energia solar por meio do sistema fotovoltaico que permitirá o movimento da cobertura dinâmica, criando ao longo do dia diferentes formatos da fachada.

Os estudos de projetos também visam à otimização do consumo de energia nos principais sistemas prediais (fachadas, coberturas, ar-condicionado, ventilação mecânica, e iluminação); racionalização do consumo de água por meio da implantação de sistema para reutilização de águas claras e cinzas e instalação de louças e metais de baixo consumo; utilização de materiais não tóxicos, regionais ou reciclados; demolição e construção sustentável; baixa geração de resíduos no período da obra e pós-implantação do museu; proximidade dos meios de transporte para facilitar o acesso dos visitantes; incentivo a transportes alternativos, como bicicletas; não-perturbação da vizinhança, principalmente durante a obra; e qualidade ambiental interna, de modo a garantir o conforto de funcionários e usuários.

O museu será erguido no Píer Mauá em meio a uma grande área verde, com paisagismo projetado por Calatrava e desenvolvido pelo escritório carioca Burle Marx e Cia. Serão cerca de 30 mil metros quadrados que incluem, além do prédio, área de lazer e ciclovia em uma das paisagens mais bonitas e históricas da cidade, com o Morro da Conceição e o Mosteiro de São Bento ao fundo.

A curadoria do Museu do Amanhã é do físico e doutor em cosmologia Luiz Alberto Oliveira, que contou na fase de concepção curatorial com a parceria do jornalista e professor de Cultura Brasileira Leonel Kaz. Com direção artística de Andrés Clerici e concepção museográfica do designer americano Ralph Appelbaum, o espaço vai explorar variedades do amanhã nos campos da matéria, da vida e do pensamento, além de debater questões como as mudanças climáticas, o crescimento e longevidade populacionais, a integração global, o aumento da diversidade de artefatos e diminuição da diversidade da natureza.

Será um museu para que o homem possa trilhar o caminho do imaginário e realizar, de forma mais consciente e ética, suas escolhas para o futuro. De acordo com a Fundação Roberto Marinho, o conceito principal na gestão de museus é a utilização de todos os recursos disponíveis, tornando a experiência ainda mais enriquecedora – seja por meio do uso de tecnologia, de recursos criados para facilitar e potencializar o acesso ao museu nos âmbitos social, físico e intelectual ou da digitalização do acervo, por exemplo.

Revitalização urbana

Desde dezembro do ano passado, a prefeitura vem executando obras de reforço estrutural do píer e fundações do museu e do espelho d’água. O projeto Porto Maravilha prevê mudanças e requalificação de uma área de 5 milhões de m²  que, durante décadas, foi degradada e esquecida. O pacote de obras e serviços da Prefeitura do Rio, que está sendo executado pelo Consórcio Porto Novo através da maior PPP do Brasil, é da ordem de R$ 8 bilhões. Toda a região portuária passa por uma recuperação completa da infraestrutura urbana, do sistema de transportes, do meio ambiente e do patrimônio histórico e cultural, além da melhoria das condições habitacionais.

Com as melhorias em andamento, a região deve atrair novos moradores e empresários, que estimularão um novo padrão de qualidade de serviços e consequente crescimento da área. As projeções indicam um salto dos atuais 30 mil para 100 mil habitantes nos próximos 10 anos na região que engloba os bairros do Centro, Santo Cristo, Gamboa, Saúde, Caju, Cidade Nova e São Cristóvão. A expectativa é de que a população flutuante deverá atingir 400 mil. A intenção é fazer a cidade retornar ao próprio eixo, ou seja, redescobrir a região central, com um conjunto de edificações residenciais, comerciais, empresariais e culturais sob inovadora concepção urbanística, com respeito aos princípios de sustentabilidade. Santiago Calatrava contribuiu para a revitalização da região portuária de Buenos Aires com sua Puente de la Mujer – até então seu único projeto na América Latina –  e para a construção da vila olímpica de Barcelona, com sua Torre de Montjuïc.

 

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