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Revista GC - Ed.5 - Junho 2010
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Copa 2014

O desafio de fazer uma Copa Verde

Em Londres, a sociedade, autoridades e toda a cadeia da Construção estão empenhados em fazer dos Jogos Olímpicos de 2012 o maior evento sustentável do planeta. No Brasil, começam as primeiras iniciativas para a realização da Copa Verde de 2014

Até 2016, o Brasil receberá recursos da ordem de R$ 120 bilhões para diversas obras de infraestrutura nas cidades-sede da Copa do Mundo 2014 e para as Olimpíadas 2016. Isso inclui investimentos na construção e readequação de estádios e complexos esportivos. O desafio é grande e a corrida contra o tempo já começou. E, se tudo der certo, a expectativa é de grande volume de obras para os dois eventos. Na Regiao Sudeste, com a exclusão definitiva do estádio do Morumbi, na capital paulista, antes cotado para a cerimônia de abertura da Copa, permanecem as expectativas com relação à reforma do Maracanã, além da construção da Vila Olímpica e de várias arenas poliesportivas, no Rio de Janeiro.

Na Região Sul, Porto Alegre (RS) deverá ampliar o Estádio Beira-Rio ou construir o Nova Arena Estádio Olímpico. Curitiba (PR) prevê a ampliação do Estádio Arena da Baixada. No Nordeste, está planejada a construção do novo Estádio Fonte Nova, em Salvador (BA). Já em Fortaleza (CE), haverá a reforma do Castelão. Natal (RN) construirá a Arena das Dunas, e Recife (PE) receberá a nova Arena Cidade da Copa.

Na Região Centro-Oeste, Cuiabá (MT) terá que ampliar o Estádio Verdão e construir dois Centros de Treinamentos. Brasília, por sua vez, irá reformar o Mané Garrincha. E em Manaus (AM) será construído um novo estádio no lugar do Vivaldão.

Em todas essas obras, uma preocupação é comum: os projetos deverão ser executados de acordo com os conceitos de sustentabilidade, conforme os princípios de redução dos impactos ambientais, considerando desde os projetos até o uso dos equipamentos, com ênfase na redução do consumo de água e energia, na gestão de resíduos e facilidade de manutenção. Os cuidados devem se estender também aos processos construtivos, aos equipamentos e sistemas empregados e à origem dos materiais utilizados nas obras.

Em todas essas etapas, deverão ser exigidas as condições ideais de conforto e saúde dos usuários, sejam eles atletas, público, dirigentes, jornalistas, administradores, funcionários etc.

Atento a essas questões, o Sindicato Nacional das Empresas de Arquitetura e Engenharia Consultiva (Sinaenco) propôs a seguinte questão: “É possível termos uma Copa sustentável em 2014?”. Para respondê-la,


Até 2016, o Brasil receberá recursos da ordem de R$ 120 bilhões para diversas obras de infraestrutura nas cidades-sede da Copa do Mundo 2014 e para as Olimpíadas 2016. Isso inclui investimentos na construção e readequação de estádios e complexos esportivos. O desafio é grande e a corrida contra o tempo já começou. E, se tudo der certo, a expectativa é de grande volume de obras para os dois eventos. Na Regiao Sudeste, com a exclusão definitiva do estádio do Morumbi, na capital paulista, antes cotado para a cerimônia de abertura da Copa, permanecem as expectativas com relação à reforma do Maracanã, além da construção da Vila Olímpica e de várias arenas poliesportivas, no Rio de Janeiro.

Na Região Sul, Porto Alegre (RS) deverá ampliar o Estádio Beira-Rio ou construir o Nova Arena Estádio Olímpico. Curitiba (PR) prevê a ampliação do Estádio Arena da Baixada. No Nordeste, está planejada a construção do novo Estádio Fonte Nova, em Salvador (BA). Já em Fortaleza (CE), haverá a reforma do Castelão. Natal (RN) construirá a Arena das Dunas, e Recife (PE) receberá a nova Arena Cidade da Copa.

Na Região Centro-Oeste, Cuiabá (MT) terá que ampliar o Estádio Verdão e construir dois Centros de Treinamentos. Brasília, por sua vez, irá reformar o Mané Garrincha. E em Manaus (AM) será construído um novo estádio no lugar do Vivaldão.

Em todas essas obras, uma preocupação é comum: os projetos deverão ser executados de acordo com os conceitos de sustentabilidade, conforme os princípios de redução dos impactos ambientais, considerando desde os projetos até o uso dos equipamentos, com ênfase na redução do consumo de água e energia, na gestão de resíduos e facilidade de manutenção. Os cuidados devem se estender também aos processos construtivos, aos equipamentos e sistemas empregados e à origem dos materiais utilizados nas obras.

Em todas essas etapas, deverão ser exigidas as condições ideais de conforto e saúde dos usuários, sejam eles atletas, público, dirigentes, jornalistas, administradores, funcionários etc.

Atento a essas questões, o Sindicato Nacional das Empresas de Arquitetura e Engenharia Consultiva (Sinaenco) propôs a seguinte questão: “É possível termos uma Copa sustentável em 2014?”. Para respondê-la, a entidade promoveu o encontro 2010-2014: quatro anos para uma Copa Verde no Brasil, realizado no dia 9 de junho, no Centro Brasileiro Britânico, em São Paulo.

Cerca de 100 pessoas, entre arquitetos, engenheiros, autoridades públicas e especialistas em questões ambientais, do Brasil e do exterior, participaram do evento e constataram: todos querem uma Copa Verde no Brasil. Mas, para isso, é necessário planejamento, uma ampla mobilização nacional e o entusiasmo de diversos setores empresariais e da sociedade civil.

Durante o seminário, os participantes assistiram à apresentação da bem-sucedida experiência de Londres para as Olimpíadas de 2012. O britânico Jon Pettifer, diretor do Grupo Mace, responsável pelo gerenciamento das obras do parque olímpico da cidade, mostrou como os ingleses conduziram o planejamento desse megaempreendimento, tendo sempre como foco o legado que os Jogos deixarão para a população.

Uma das premissas apontadas por Pettifer foi o profundo envolvimento da comunidade londrina em todo o processo de preparação da cidade. Ele destacou também que o planejamento teve início assim que o país foi anunciado como sede das Olimpíadas, em 2005. Enfrentar o desafio das alterações climáticas por meio da minimização das emissões de carbono e do uso eficiente da água tem sido prioridade nas obras.

Um exemplo de mobilização da sociedade em torno de um projeto de Copa Verde aconteceu com as escolas da rede de ensino de Londres. Mais de 400 alunos das escolas do leste de Londres foram visitados por membros do pessoal da Olympic Delivery Authority (ODA) e empreiteiros contratados para as obras do Parque Olímpico britânico. Durante as visitas, as crianças e jovens participavam, com os visitantes, de diversas atividades tendo como foco o respeito ao meio ambiente. Muitos estabelecimentos de ensino organizavam, durante as visitas, “Semanas de Sustentabilidade”. Foram criadas dezenas de “habitats” para cultivos de mudas de plantas, que permanecerão nas escolas durante um ano, até serem transferidas para o Parque Olímpico em 2011, onde acontecerão as atividades desportivas. A meta é também criar 100 hectares de áreas verdes, projetados para reduzir o risco de inundações no vale do rio e enriquecer a biodiversidade do Lower Lea Valley.

Na St. Helen’s School, em Waltham Forest, por exemplo, representantes das empresas envolvidas na construção do Estádio Olímpico e do Centro Aquático doaram caixas de mudas, sementes e adubo para que os alunos cultivassem seus próprios pomar e horta.

Cinco máquinas de grande porte estão sendo empregadas na lavagem de mais de 1 milhão m3 de solo contaminado com óleo, gasolina, alcatrão, cianeto, arsênico e chumbo. Cerca de 80% deste material, juntamente com grande volume de materiais reciclados, oriundos de demolições, foi reutilizado na construção do Parque Olímpico e de parques de convivência, que ficarão como legado para a sociedade.

Um novo Centro de Energia está sendo construído a oeste do Parque Olímpico, para garantir eficiência energética ao complexo desportivo, utilizando biomassa. A energia gerada pelo centro vai ser usada no aquecimento e sistema de arrefecimento em todo o parque para os Jogos, para os novos edifícios e para as comunidades da região, após 2012. Os métodos inovadores utilizados no Centro de energia trarão benefícios ambientais e econômicos. O principal deles é a redução das emissões de gases causadores do efeito estufa.

O Comitê Organizador dos Jogos está trabalhando em parceria com a indústria de materiais de construção no desenvolvimento de produtos que ajudarão na construção dos chamados “prédios de baixo carbono”. Um grupo de empreiteiros foi nomeado para definir parâmetros para a classificação, tratamento e, quando possível, reutilização dos resíduos das construções. Acredita-se que a iniciativa criará novos parâmetros para o desenvolvimento urbano no Reino Unido, como mais um legado, para os anos que se seguirão aos Jogos Olímpicos.

Copa Verde no Brasil
A Fundação Vanzolini, instituição privada criada, mantida e gerida pelos professores do Departamento de Engenharia de Produção da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP), que tem como objetivo desenvolver e disseminar conhecimentos científicos e tecnológicos inerentes à Engenharia de Produção, à Administração Industrial, à Gestão de Operações etc., acaba de lançar a certificação AQUA para Arenas e Complexos Esportivos.

A ideia é atender a esse mercado, minimizando o impacto ambiental antes, durante e depois da construção desses empreendimentos e contribuindo para a redução de até 50% no consumo de água e energia. Assim, as obras de construção e reformas de estádios e complexos multiuso no Brasil devem ser adequadas aos critérios de desempenho do Processo Aqua (Alta Qualidade Ambiental).

Luiz Henrique Ferreira, diretor da Inovatech, primeira consultoria AQUA no Brasil, lembra que as arenas de futebol, por exemplo, com grandes áreas de cobertura de arquibancadas ou mesmo dos campos, servem como uma imensa área de captação de chuva. “Além da utilização da água de chuva em vasos sanitários, essa água poderá servir para irrigação de gramados, no caso dos estádios, e para lavagem de áreas comuns e quadras, no caso de complexos esportivos”, destaca Ferreira.

“A certificação aborda as mesmas 14 categorias de desempenho do processo, distribuídas em quatro grupos: ecoconstrução, ecogestão, conforto e saúde”, explica o professor Manuel Carlos Reis Martins, coordenador Executivo do Processo AQUA na Fundação Vanzolini.

Por suas características, as arenas e os complexos esportivos multiuso necessitam de atenção especial à acessibilidade e segurança, condições apropriadas de deslocamento do público, qualidade dos espaços externos, conforto e condições sanitárias adequadas para os usuários. Também devem ser consideradas questões como durabilidade dos materiais e sistemas construtivos, facilidade de manutenção, planejamento da gestão de resíduos, condições de iluminação diurna e noturna adequadas, entre outros requisitos.

Os benefícios da certificação AQUA para este setor estão baseados em critérios de desempenho avaliados por meio de auditorias presenciais, demonstrando que a arena ou complexo esportivo multiuso realmente foram planejados, projetados e construídos de forma a obter condições ótimas de redução dos impactos ambientais e de consumo de água e energia elétrica, fazendo o melhor aproveitamento dos recursos e promovendo conforto e saúde dos usuários. Além da redução do consumo de água e energia, as economias geradas pela certificação virão também da diminuição dos custos de manutenção e limpeza.

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