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Revista GC - Ed.19 - Setembro 2011
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Usina Hidrelétrica de Santo Antônio

Obras adiantadas em um ano

A usina hidrelétrica de Santo Antônio, no rio Madeira, já conta com a licença ambiental de operação (LO) do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para iniciar a geração de energia. O enchimento do reservatório começou em setembro e deverá ocorrer em três etapas, assegurando a qualidade da água em níveis adequados para uso múltiplo e manutenção da fauna. A última fase do enchimento deverá se encerrar quando o nível da água atingir a cota de 70,5 metros, no final de novembro. Com isso, a UHE Santo Antônio estará apta a iniciar a geração de energia, prevista para dezembro deste ano. O prazo de 15 de dezembro antecipa em um ano a data prevista no edital do leilão.

O consórcio construtor tinha prometido sete meses de antecedência como ganho estratégico para o cliente. Para isso, foi feito um planejamento com uma visão sobre a questão social e ambiental, logística e de suprimento de materiais. Com capacidade instalada de 3.150 megawatts (MW), a usina é operada pela empresa Santo Antônio Energia, da qual a Cemig e Furnas, do grupo Eletrobras, têm participação, além de outras companhias.

O engenheiro Leonardo Borgatti, diretor de contrato do Consórcio Santo Antônio Civil, é filho de Bruno Borgatti, que foi diretor de construção de Itaipu, pela Unicon.  Leonardo já atuou em diversas obras no Brasil e até na China. E por isso acredita que está reescrevendo o capítulo da história das barragens do Brasil. “Essa é uma obra totalmente diferente das barragens anteriores construídas no Brasil, por sua complexidade, tecnologias e toda a gestão de pessoal que foi implantada”.

Do ponto de vista do projeto, o empreendimento tira proveito de um braço do rio Madeira, onde localizava-se a Ilha do Presídio. Após o fechamento desse braço de rio, foi iniciada a implantação do Grupo de Geração 1, na margem direita, que deverá entrar em operação em dezembro. Esse é o primeiro dos quatro Grupos de Geração que compõem o empreendimento. Borgatti explica que o desvio do rio pela estrutura do Vertedouro Principal é o que permite o início dos trabalhos em seu leito, possibilitando a construção da ensecadeira/barragem, dando início ao enchimento do reserv


A usina hidrelétrica de Santo Antônio, no rio Madeira, já conta com a licença ambiental de operação (LO) do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para iniciar a geração de energia. O enchimento do reservatório começou em setembro e deverá ocorrer em três etapas, assegurando a qualidade da água em níveis adequados para uso múltiplo e manutenção da fauna. A última fase do enchimento deverá se encerrar quando o nível da água atingir a cota de 70,5 metros, no final de novembro. Com isso, a UHE Santo Antônio estará apta a iniciar a geração de energia, prevista para dezembro deste ano. O prazo de 15 de dezembro antecipa em um ano a data prevista no edital do leilão.

O consórcio construtor tinha prometido sete meses de antecedência como ganho estratégico para o cliente. Para isso, foi feito um planejamento com uma visão sobre a questão social e ambiental, logística e de suprimento de materiais. Com capacidade instalada de 3.150 megawatts (MW), a usina é operada pela empresa Santo Antônio Energia, da qual a Cemig e Furnas, do grupo Eletrobras, têm participação, além de outras companhias.

O engenheiro Leonardo Borgatti, diretor de contrato do Consórcio Santo Antônio Civil, é filho de Bruno Borgatti, que foi diretor de construção de Itaipu, pela Unicon.  Leonardo já atuou em diversas obras no Brasil e até na China. E por isso acredita que está reescrevendo o capítulo da história das barragens do Brasil. “Essa é uma obra totalmente diferente das barragens anteriores construídas no Brasil, por sua complexidade, tecnologias e toda a gestão de pessoal que foi implantada”.

Do ponto de vista do projeto, o empreendimento tira proveito de um braço do rio Madeira, onde localizava-se a Ilha do Presídio. Após o fechamento desse braço de rio, foi iniciada a implantação do Grupo de Geração 1, na margem direita, que deverá entrar em operação em dezembro. Esse é o primeiro dos quatro Grupos de Geração que compõem o empreendimento. Borgatti explica que o desvio do rio pela estrutura do Vertedouro Principal é o que permite o início dos trabalhos em seu leito, possibilitando a construção da ensecadeira/barragem, dando início ao enchimento do reservatório.

“O layout do empreendimento foi desenvolvido para tirar o melhor proveito das características do rio e da tecnologia disponível em turbinas hidráulicas”, diz o engenheiro. Com isso, o projeto reduziu consideravelmente a área a ser alagada – uma das principais reivindicações ambientais dos novos projetos de hidrelétricas. “A turbina Bulbo trouxe uma grande evolução tecnológica por ser extremamente adequada a esse tipo de rio”, diz Borgatti. Esse tipo de turbina leva uma grande vantagem por tirar proveito da vazão do rio e não da queda d´água, não havendo formação de um grande reservatório. “Vai ser alagada uma área de 271 km2, o que representa somente 100 km2 a mais do que a calha do rio na época de cheia. Num projeto de usina que precisa de uma queda d´água muito grande, se esse desnível não existir, ele precisa ser criado, como na usina de Itaipu. Como a queda nominal do rio Madeira em Santo Antônio é muito pequena (13,5 m), porém, a vazão é elevada, a área de inundação é pequena também. E isso é muito importante, principalmente, se tratando de usinas na área amazônica, em que é fundamental reduzir  desmatamento, reassentamento, e impacto nas comunidades. Tudo só é possível por causa do uso da turbina bulbo”, explica Borgatti.

A três meses do início da geração do Grupo 1, as obras se concentram  na concretagem das ogivas no vertedouro, assim como na finalização da ensecadeira/barragem no leito do rio, e na conclusão da Casa de Força do Grupo 1. No total, são cinco principais frentes de trabalho, sendo quatro casas de força e um vertedouro principal. A concretagem das ogivas no vertedouro permitirá o enchimento do reservatório. “As ogivas ou soleiras são aquelas estruturas que fazem a dissipação da energia da água que passa pelo Vertedouro. Elas não são construídas antes do desvio para que o fechamento do rio seja executado de maneira mais fácil”, explica Borgatti.

A casa de força do Grupo 2 está com as obras civis em andamento, e em fase de início da montagem eletromecânica. As virolas dos tubos de sucção estão todas montadas, e foi iniciada a descida das partes da turbina da unidade 9, a primeira desse grupo. O Grupo 3 está em fase inicial, com o término da escavação em rocha e início da concretagem das primeiras etapas de fundação. As obras do Grupo 4 ainda  não foram começadas, pois esta será a última casa de força a ser construída. Nessa área, no entanto, teve início a construção da ensecadeira/barragem que permitirá o acesso a essa região do leito do rio.

O que justifica esse cronograma antecipado, explica Borgatti, foi um planejamento bastante arrojado, e a aplicação de sistemas mecanizados e industrializados, que garantissem ganho de tempo e escala. Por exemplo, priorizou-se o uso de elementos pré-moldados em diversos pontos da obra, como nas vigas-munhão (vigas de apoio dos braços das comportas) e nos tubos de sucção.  “Nós fizemos uso intensivo de pré-moldados na casa de força e no próprio vertedouro. Ao mesmo tempo, as formas deslizantes deram grande velocidade de concretagem à obra, pelo fato de permitir a execução ininterrupta das estruturas”, explica o engenheiro.

Para que sejam utilizadas as formas deslizantes, foram empregadas  pré-armações em grande número, o que agilizou o processo. “Utilizamos as pré-armações em larga escala. Essas armaduras de aço, que constituem o concreto armado, não eram montadas no local, barra a barra, como é comum, mas eram montadas no chão, em condições mais favoráveis e que propiciava maior velocidade. Posteriormente os painéis eram içados já prontos para suas posições definitivas. É como se fosse um pré-moldado, mas em barras de aço. Não se trata de novidade, mas de racionalidade”, diz o engenheiro. Essa combinação entre pré-moldado e pré-armado foi utilizada na construção das Casas de Força e do Vertedouro.  “Para ter idéia, essa agilidade permitiu que os pilares do vertedouro – estruturas de cerca de 40 m – fossem concretados em uma única etapa.

Para atingir essa data de entrada de operação, o planejamento buscou a antecipação de quase todos os marcos da obra. Os únicos que não foram alterados, pois dependem da hidrologia do rio, foram a conclusão do vertedouro e o desvio do rio, realizados exatamente no período previsto.

Foi estudado um longo período estatístico para determinar, em cada mês, os períodos propícios aos trabalhos no leito do rio. “É o que se chama de estudo de praticabilidade. Por exemplo, na época de chuva muito intensa, de dezembro a abril, a escavação de solos e a construção de aterros são atividades que têm uma praticabilidade muito pequena, com poucos dias para se executar esses serviços. Então, aproveitou-se para executar a escavação de rocha, atividade que não é afetada pela chuva, assim como o lançamento do concreto. Nos períodos do ano de menor pluviosidade procuramos realizar maciçamente as atividades que envolvam o solo, tanto escavação como aterros, assim como o desvio do rio. O fechamento do rio começou em 5 de julho, com a presença da presidente Dilma Roussef, e foi concluído em 19 do mesmo mês”, diz o engenheiro.

Fora essas etapas, todos os marcos foram antecipados. O ensaio de modelo reduzido foi realizado com quatro meses de antecedência em relação ao previsto. O início do concreto do vertedouro também foi antecipado em quatro meses. O início do concreto da casa de força foi antecipado em sete meses. O início da montagem do tubo de sucção estava previsto para o mês de maio de 2010, tendo sido realizado no mês de novembro de 2009. Hoje, a implantação do empreendimento tem um avanço físico de 54%, sendo que as obras civis já atingiram 60%. Em percentuais de avanço dos serviços isso representa: 81% da escavação comum; 80% da escavação em rocha; 60% dos aterros; 11% da dragagem; e lançamento de 50% do concreto – de um volume de 3.082.000 m³ de concreto, 1.500.000 já foram lançados.

Em grande escala

Para Leonardo Borgatti, as dificuldades técnicas se concentraram, principalmente, na execução do vertedouro. “Nós executamos esse vertedouro, obras civis e montagem, em 15 meses. Foi um prazo recorde para a construção de uma estrutura desse porte, de 15 vãos, com comportas de 21 m de largura por 24 m de altura. Cada pilar, que chegava a 40 m de altura, foi concretado de uma vez só, empregando formas deslizantes que operavam desde a fundação até a crista da estrutura.

Outro trecho complexo da obra ficou por conta da casa de força, por se tratar de um segmento que possui interfaces muito grandes entre fornecedores, montadores e a construção civil. “É uma obra que tem muitos detalhes. Construtivamente, também é mais elaborada, por ser uma estrutura com muitas lajes e pilares. É uma estrutura mais sofisticada para ser construída, com muitos serviços intercalados de obras civis e montagem. Mesmo assim, procuramos industrializar o processo o máximo possível: formas deslizantes nos pilares, as mesas voadoras para as lajes e escoramento, de maneira que pudéssemos aproveitar os escoramentos nas etapas seguintes, sem que tivéssemos que ficar montando e desmontando novamente. Guindastes e gruas foram utilizadas intensamente na construção da Casa de Força, assim como o concreto bombeado, permitindo mais agilidade”, explica.

A obra emprega um número de equipamento considerável: são 44 tratores, 65 escavadeiras, 229 caminhões, 15 gruas, cinco centrais de concreto, e três centrais de britagem. Uma preocupação importante tem sido com a segurança do trabalho, daí um dos enfoques da obra com respeito ao treinamento dos operadores.  “A segurança é uma preocupação constante, pois temos de garantir a saúde e integridade do nosso colaborador. São feitos Treinamentos Diários de Segurança (TDS), de maneira a minimizar os riscos. Infelizmente, mesmo assim, elas podem acontecer, pois essa obra é considerada risco de nível 4, que é a mais elevada da construção civil”, diz Borgatti.

Além de um ambulatório e equipe médica que permanece no local, são desenvolvidas campanhas de conscientização e prevenção de acidentes, assim como o uso correto dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), entre outras medidas de higiene e segurança. Uma das campanhas mais importantes é com respeito à prevenção de queda em altura, que inclui como atividade de treinamento até mesmo um campeonato de montagem de andaimes, com enfoque na segurança. Borgatti informa que a empresa adota como rotina o dimensionamento e elaboração de memória de cálculo para cada um dos andaimes, com sua Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) junto ao CREA-RO. “Na medida em que o andaime conta com um projeto de cálculo, a sua execução segue um padrão técnico com respeito ao uso de materiais e normas de segurança. É um item a mais de segurança ao trabalhador”, diz o engenheiro.

Ele destaca que essas ações fazem parte de uma visão global de gestão de canteiros e de recursos humanos, tendo como objetivo a segurança e o maior conforto dos operários. Faz também parte disso o cuidado com a alimentação dos operários – no caso mais de 20 mil. Nesse sentido, empresa optou pela construção e manutenção de um refeitório próprio, mantida por 290 funcionários, justamente pela necessidade de controle operacional.

Todo o ambiente do refeitório, assim como todas as dependências administrativas, é climatizado, seguindo as normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). São 30 mil serviços por dia, incluindo café da manhã, almoço, jantar e lanche. De julho de 2009 a julho de 2011, já foram realizados 15 milhões de serviços, com nenhum caso de intoxicação. Um dos cuidados, segundo Vanderson Cozer, Responsável pelo Programa Alimentação, é a eliminação completa da fritura por imersão, evitando a utilização de óleo para essa finalidade, bem como o seu descarte, como uma medida de maior garantia para a saúde dos trabalhadores. Segundo ele, 96% dos insumos utilizados são adquiridos no  estado. Os pratos mais aceitos são a dobradinha e a feijoada.

 

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