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Revista GC - Ed.48 - Maio 2014
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Workshop

Questão de risco e de inteligência

Sobratema reúne especialistas para debater os principais riscos que podem impactar um empreendimento de engenharia

Afonso Mamede, presidente da Sobratema, discursa na abertura do workshop que discutiu gestão de riscos de Engenharia

A gestão de risco de uma obra envolve múltiplas disciplinas e especializações profissionais e atualmente já vem sendo considerada uma das etapas obrigatórias dos grandes empreendimentos. O tema norteou o Sobratema Workshop, realizado dia 8 de abril, em São Paulo, que reuniu especialistas de diversos setores da cadeia da construção. A conclusão final aponta para uma visão integrada da obra por parte do construtor e responsáveis, capaz de levantar os diversos pontos e áreas críticas para o empreendimento e, o mais importante, que permita um conhecimento prévio e uma postura de prevenção a acontecimentos que venham causar impacto na obra. Prever é possível? Sim, dizem os especialistas.

Licenciamento ambiental, prevenção de acidentes, logística ideal, seguros. Todos estes quesitos materializam as principais dificuldades que podem impactar o andamento de uma obra. As empresas já olham para a gestão de riscos como uma das disciplinas que compõe esse universo. No entanto, muitas vezes, trata-se de uma visão pontual sobre os tipos de problemas que podem ser enfrentados. Falta justamente olhar a questão de maneira integrada, assim como buscar soluções que também sejam integradas entre si.

O professor Hélio Flavio Vieira, do Departamento de Engenharia Civil da FURB – Fundação Universidade Regional de Blumenau, Meio-ambiente e Logística, levantou a importância do planejamento logístico na construção civil. Ele apresentou os benefícios que a logística oferece para esse segmento e como ela pode ser um diferencial competitivo para as empresas. Segundo ele, o despreparo e descaso com a logística torna comum o prejuízo e o desperdício em um contrato. A questão do planejamento, ressalta ele, deve ser esmiuçada para que os empreendimentos possam gerar o melhor desempenho.

Vieira destacou as três fases principais de um bom planejamento logístico: facilitação da gestão, redução dos recursos humanos necessários para a operação a partir da i


Afonso Mamede, presidente da Sobratema, discursa na abertura do workshop que discutiu gestão de riscos de Engenharia

A gestão de risco de uma obra envolve múltiplas disciplinas e especializações profissionais e atualmente já vem sendo considerada uma das etapas obrigatórias dos grandes empreendimentos. O tema norteou o Sobratema Workshop, realizado dia 8 de abril, em São Paulo, que reuniu especialistas de diversos setores da cadeia da construção. A conclusão final aponta para uma visão integrada da obra por parte do construtor e responsáveis, capaz de levantar os diversos pontos e áreas críticas para o empreendimento e, o mais importante, que permita um conhecimento prévio e uma postura de prevenção a acontecimentos que venham causar impacto na obra. Prever é possível? Sim, dizem os especialistas.

Licenciamento ambiental, prevenção de acidentes, logística ideal, seguros. Todos estes quesitos materializam as principais dificuldades que podem impactar o andamento de uma obra. As empresas já olham para a gestão de riscos como uma das disciplinas que compõe esse universo. No entanto, muitas vezes, trata-se de uma visão pontual sobre os tipos de problemas que podem ser enfrentados. Falta justamente olhar a questão de maneira integrada, assim como buscar soluções que também sejam integradas entre si.

O professor Hélio Flavio Vieira, do Departamento de Engenharia Civil da FURB – Fundação Universidade Regional de Blumenau, Meio-ambiente e Logística, levantou a importância do planejamento logístico na construção civil. Ele apresentou os benefícios que a logística oferece para esse segmento e como ela pode ser um diferencial competitivo para as empresas. Segundo ele, o despreparo e descaso com a logística torna comum o prejuízo e o desperdício em um contrato. A questão do planejamento, ressalta ele, deve ser esmiuçada para que os empreendimentos possam gerar o melhor desempenho.

Vieira destacou as três fases principais de um bom planejamento logístico: facilitação da gestão, redução dos recursos humanos necessários para a operação a partir da industrialização dos processos, e redução dos estoques, a partir de um sistema de parceria com fornecedores. Nesse sentido, o professor observou que a formação nas universidades brasileiras privilegia disciplinas focadas no uso do concreto como principal elemento construtivo, em métodos convencionais, em detrimento de sistemas industrializados, como estruturas em aço. Para ele, a adoção dos métodos convencionais seria um dos fatores de atraso no processo de industrialização dentro dos canteiros brasileiros. Mas ponderou que é inevitável que o País assimile essa mudança de conceitos como forma de aumentar a produtividade, reduzir os custos e aperfeiçoar o modelo de gestão e logística.

A palestra sobre avaliação de riscos e seguros nos canteiros de obras foi dividida entre Carlos Alberto Marini, gerente de Planejamento e Gestão da Galvão Engenharia, e Carlos Almeida, diretor da Universal RE Seguros.

Dentre os inúmeros riscos operacionais que podem surgir no dia-a-dia de uma obra, podem-se destacar questões contratuais, técnicas, gestão de pessoas, stakeholders, QSMS – qualidade, saúde, meio-ambiente e segurança e consórcios. Essa relação foi obtida após a análise de mais de 50 contratos de infraestrutura, incluindo obras de rodovias, ferrovias, barragens, edificações, e nas áreas de saneamento, urbanização, em contratos públicos pela lei 8.666/93. “Os contratuais representam cerca de 40% do total de riscos citados no estudo”, ressaltou Marini. Uma das principais causas de problemas, segundo o especialista, fica por conta do desequilíbrio contratual. “É comum haver variações de valores dos insumos e serviços, além de alterações no escopo nos projetos básicos e executivos”, esclarece. Mas este é apenas um dos lados do levantamento realizado por ele. Por isso, recomendou às empresas a criação de uma área ou um comitê específico para a gestão de riscos, em um processo que envolva a alta direção e a adoção de metodologias e ferramentas adequadas para tal fim.

Para Carlos Almeida, diretor da Universal RE Seguros, que abordou a questão do ponto de vista dos seguros de risco, esta é uma modalidade que tende a crescer no país seguindo os investimentos em infraestrutura. O fundamental é que as empresas possuam uma gestão profissional do risco, com metodologia e profissionais qualificados, enfatizou. “Caso contrário, a construtora pode ter prejuízos”, disse. “O cliente é o dono do risco.

O papel do corretor é auxiliar esse cliente a transferir o risco”. Almeida ressaltou que ao transferir o risco para uma seguradora, a construtora precisa saber o que isso significa. “É necessário haver um profissionalismo na transferência desse risco, porque o cliente pode não receber aquilo que ele está esperando”, analisou. E recomendou como medida complementar a consulta a um corretor de seguros, alguém que possa interpretar o contrato sob outra ótica, alertando para a importância da “redação perfeita do contrato”, como uma forma de prevenir surpresas.

Por sua vez, Cosmo Palasio Jr, diretor estadual do Sintesp – Sindicato dos Técnicos de Segurança do Trabalho no Estado de São Paulo, apresentou o outro lado do problema, que diz respeito às questões do trabalhador, principalmente com respeito à segurança e prevenção. Ele destacou a necessidade de uma mudança na cultura relacionada à segurança do trabalho na construção. “Estamos lidando com vidas humanas, por isso a fatalidade não tem mais espaço. Se queremos ser um país moderno, precisamos ter um entendimento moderno.”

Ele ressaltou que no passado, os acidentes representavam “custos” que ficavam na conta apenas da previdência social. Hoje já existem ações regressivas que procuram ressarcir o Estado e, no futuro, estas questões estarão vinculadas mais fortemente aos seguros, alcançando valores inviáveis. Também alertou que atualmente as questões ligadas à legislação e normatização estão mais rastreáveis. “Com as regulamentações existentes é mais fácil apurar as causas de um acidente de trabalho e, portanto, seus responsáveis”. E finalizou lembrando que uma cultura não se muda com lei. “É preciso compreender que é preciso qualificar o trabalhador, sem dissociar esse aprendizado da segurança. Também é preciso preparar sistemas e normas, treinar o trabalhador, fiscalizar e auditar os processos.”

 

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