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Revista GC - Ed.38 - Junho 2013
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Matéria de Capa - Construction Expo 2013

Revolução sobre trilhos

O Brasil transportou em trens e metrôs 2,6 bilhões passageiros em 2012. Esse total representa um crescimento de 8% em relação a 2011. A previsão para 2013 é de que esse número seja 10% superior. Mas, a construção de sistemas de transporte público sobre trilhos tem crescido no mesmo ritmo que a demanda? O transporte e a mobilidade urbana nos grandes centros urbanos brasileiros, questões que deflagraram a mobilização popular, com manifestações nunca vistas antes, em várias cidades do País, estiveram no centro das mais disputadas discussões travadas durante o Construction congresso.

Para Peter Alouche, consultor de Transporte da Headway Engenharia, que participou do painel Perspectivas do País no Setor Ferroviário, depois de um longo período sem investimentos significativos, o Brasil vive um período de fortes investimentos no transporte sobre trilhos, em parte impulsionado pelos grandes eventos desportivos e pelo aquecimento da economia. “Depois de tanto desprezar os transportes sobre trilhos, o País acordou para a importância da opção ferroviária. Além de não poluir, o sistema é guiado e pode ser controlado, tornando-se muito mais confiável”, ressalta o especialista, que listou as principais obras neste setor, em andamento no País.

Ele observou que, passados os grandes eventos esportivos, o que vai ficar são as inovações no transporte de passageiros. Os exemplos foram inúmeros, entre eles a extensão do metrô e o monotrilho em São Paulo; a Linha 4 do metrô carioca, além do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) e o aeromóvel, em Porto Alegre; o metrô de Curitiba e o monotrilho de Manaus, entre muitos outros.

Alouche defendeu o projeto do Trem de Alta Velocidade (TAV) Rio, São Paulo e Campinas. “Eu sou apaixonado pelo trem de alta velocidade”, ressaltou. Segundo o consultor, o Brasil somente será uma grande potência mundial com a implantação do TAV.

No mesmo painel, Vicente Abate, presidente da Associação Brasileira da Indústria Ferroviária (Abifer), complementou que o Brasil vive uma nova revolução no transporte sobre trilhos também no transporte de carga. Ele relatou que atualmente a malha ferroviária conta com 30 mil quilômetros para transporte de carga e


O Brasil transportou em trens e metrôs 2,6 bilhões passageiros em 2012. Esse total representa um crescimento de 8% em relação a 2011. A previsão para 2013 é de que esse número seja 10% superior. Mas, a construção de sistemas de transporte público sobre trilhos tem crescido no mesmo ritmo que a demanda? O transporte e a mobilidade urbana nos grandes centros urbanos brasileiros, questões que deflagraram a mobilização popular, com manifestações nunca vistas antes, em várias cidades do País, estiveram no centro das mais disputadas discussões travadas durante o Construction congresso.

Para Peter Alouche, consultor de Transporte da Headway Engenharia, que participou do painel Perspectivas do País no Setor Ferroviário, depois de um longo período sem investimentos significativos, o Brasil vive um período de fortes investimentos no transporte sobre trilhos, em parte impulsionado pelos grandes eventos desportivos e pelo aquecimento da economia. “Depois de tanto desprezar os transportes sobre trilhos, o País acordou para a importância da opção ferroviária. Além de não poluir, o sistema é guiado e pode ser controlado, tornando-se muito mais confiável”, ressalta o especialista, que listou as principais obras neste setor, em andamento no País.

Ele observou que, passados os grandes eventos esportivos, o que vai ficar são as inovações no transporte de passageiros. Os exemplos foram inúmeros, entre eles a extensão do metrô e o monotrilho em São Paulo; a Linha 4 do metrô carioca, além do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) e o aeromóvel, em Porto Alegre; o metrô de Curitiba e o monotrilho de Manaus, entre muitos outros.

Alouche defendeu o projeto do Trem de Alta Velocidade (TAV) Rio, São Paulo e Campinas. “Eu sou apaixonado pelo trem de alta velocidade”, ressaltou. Segundo o consultor, o Brasil somente será uma grande potência mundial com a implantação do TAV.

No mesmo painel, Vicente Abate, presidente da Associação Brasileira da Indústria Ferroviária (Abifer), complementou que o Brasil vive uma nova revolução no transporte sobre trilhos também no transporte de carga. Ele relatou que atualmente a malha ferroviária conta com 30 mil quilômetros para transporte de carga e 1 mil para o transporte de passageiros. Até 2020 a previsão é aumentar estes números para 40 mil e 4 mil, respectivamente.

Munido de gráficos, estatísticas e fotografias, Abate mostrou a evolução histórica da produção dos equipamentos oferecidos pela indústria nacional, que abrange toda a cadeia produtiva do setor.

Ele enfatizou as inovações tecnológicas da indústria metroferroviária para o transporte de passageiros, como sistemas de sinalização utilizando comunicação via rádio (CBTC); motores em corrente alternada, que reduz o consumo de energia elétrica; sistema de tração com motores assíncronos, com recuperação de energia da frenagem; portas mais amplas dotadas de sistema de endereçamento IP, que permite isolá-las individualmente; operação driverless, sem condutor; e fixações pré-montadas para metrô, que atenuam ruídos e vibrações de via.

No setor de carga, o presidente do Simefre listou novidades como os novos vagões de alta capacidade para transporte de minérios, e do transporte de açúcar a granel com descarga em movimento. Lembrou também dos modelos Double Strack, para transporte de containers empilhados.

Abate destacou o Programa de Investimentos em Logística (PIL), lançado em agosto do ano passado. O PIL prevê investimentos totais de R$ 133 bilhões, dos quais R$ 91 bilhões serão destinados à construção de 10 mil quilômetros de modernas ferrovias. “O objetivo desse programa é equilibrar a matriz de transporte de carga, atingindo a meta mínima de 32% de participação do transporte ferroviário em 2020”, disse. O presidente da Abifer revelou que a indústria ferroviária brasileira prevê fornecer, ao longo da década atual, 40 mil vagões de carga, 2.100 locomotivas e 4 mil carros de passageiros.

Durante o Seminário Mobilidade sobre trilhos projetos e obras, Roberto Arantes, coordenador de Relações Institucionais da Secretaria de Transporte Metropolitanos do Estado de São Paulo, fez uma exposição sobre a expansão do sistema de Metrô na cidade paulista. “Há 55 novas estações já com contratos assinados”, afirmou.

Arantes também discorreu sobre as linhas da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), cujos trilhos integram a região metropolitana com vários municípios vizinhos, bem como os projetos de trens regionais que atendem as cidades de Jundiaí, Campinas, Taubaté, São José dos Campos e Baixada Santista.

No Rio de Janeiro, as expectativas também são de crescimento do transporte sobre trilhos. De acordo com Delmo Pinho, subsecretário da Secretaria de Transportes do Estado, a meta do estado é chegar a 2016 transportando pelos trens da Supervia, operadora do sistema metropolitano, 1.5 milhão de viagens/dia. Ele lembrou que em 1984 o sistema chegou a transportar 1 milhão de passageiros/dia.

Pinho informou que em todos os 20 municípios da Região Metropolitana do Rio de Janeiro vivem 11,28 milhões de habitantes. Na região ocorrem 19 milhões de viagens/dia, das quais, 12 milhões são viagens motorizadas.  Desse total, 10 milhões são feitas pelo sistema de transporte público.

Os chamados sistemas de grande capacidade trens, metrôs e barcas ficam com pequena parcela desse total. Os trens metropolitanos transportam 1 milhão de pessoas, todos os dias; o metrô responde por 1,1 milhão; as barcas Rio-Niterói, por 150 mil; e as linhas de BRT, por 1,1 milhão. O restante fica por conta do sistema de ônibus convencionais.

Delmo Pinho afirmou que para melhorar o desempenho do sistema de transporte de passageiros, visando ofertar melhor transporte para a Copa 2014 e para os Jogos Olímpicos de 2016, estão sendo investidos cerca de R$ 15 bilhões.

Para Joubert Flores, presidente da ANPTrilhos,  o transporte de passageiros sobre trilhos está muito aquém das necessidades brasileiras, principalmente levando em conta as dimensões continentais do País. Segundo ele, nada menos que 9 milhões de passageiros são transportados todos os dias, no Brasil, por sistemas sobre trilhos, como trens e metrôs. A expectativa de crescimento, para 2013, é da ordem de 10%. Com base nos dados da Associação, atualmente existem no país 1,028 km de sistemas sobre trilhos para transporte de passageiros. Mas tudo isso ainda  é muito pouco. Das 63 regiões metropolitanas existentes no Brasil, só 12 são servidas por sistemas de transporte de massa sobre trilhos. “É preciso mudar a matriz de transporte de passageiros no Brasil”, alertou.

Joubert Flores chamou a atenção do público para o recente crescimento da extensão da malha, já que em 2011 eram 996 km de vias. O número de veículos também cresceu, passando de 3.624 carros de passageiros, para 3.919, em 2012, considerando as frotas das entidades associadas à ANPTrilhos. “Atuamente, estão sendo investidos, em todo o País, cerca de R$ 100 bilhões, em obras que se encontram nos mais diferentes estágios, para a expansão da malha existente”, afirmou.

Para Flores, existe a expectativa de que essa malha dobre de tamanho, nos próximos cinco anos, já que há pelo menos 28 projetos bem adiantados, muitos dos quais já em fase de licitação ou contratação de serviços.

Ele citou obras como as dos VLTs de Cuiabá (MT), Brasília (DF), Fortaleza e Sobral (CE), Curitiba (PR), Recife (PE), João Pessoa (PB), Natal (RN) e Rio de Janeiro (RJ). Lembrou também da Linha 4 do metrô carioca e dos metrôs de Salvador (BA), Curitiba (PR), e de Porto Alegre (RS), além do monotrilho de Manaus (AM) e dos trens de passageiros de média distância em Minas Gerais.

Isabel Sales de Melo Lins, diretora do Departamento de Regulação e Gestão da Secretaria Nacional de Transportes e Mobilidade, do Ministério das Cidades, lembrou que o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal, contemplou, com recursos, vários projetos de mobilidade, com financiamentos diretos, com dinheiro do Orçamento Geral da União, ou financiando a iniciativa privada, através de PPPs, mas lamentou a falta de projetos de engenharia, projetos básicos ou licenciamentos ambientais, para a liberação do dinheiro e efetivo início das obras. “Os recursos existem, mas os municípios não apresentam os projetos, o que resulta em atrasos na liberação dos recursos para os empreendimentos”, denunciou.

 

 

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