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Revista GC - Ed.18 - Agosto 2011
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Tecnologia

Soluções rápidas em curto prazo

Especialista norte-americano avalia que novas tecnologias podem reduzir tempo em obras de infraestrutura pesada

No seu livro Checklist – como fazer as coisas certas, o médico Atul Gawande estudou a operação de construção de edifícios nos Estados Unidos e chegou à conclusão de que essa área tornou-se tão complexa como a medicina, englobando vários especialistas e superespecialistas. Para ele, assim como um cirurgião possui inúmeros passos que precisam ser checados durante uma cirurgia, os engenheiros civis, projetistas, calculistas, etc, devem cumprir etapas detalhadas para avançar na obra. Qualquer prédio médio envolve diversas especialidades, e manter uma comunicação efetiva entre tantos profissionais tornou-se um desafio para os empreendedores. O norte-americano Terry Bennett, gerente sênior da Área de Engenharia Civil e Construção Pesada da Autodesk, não está envolvido diretamente na construção de nenhum edifício, mas tem uma longa experiência para estudar como as novas tecnologias podem ajudar nesse desafio.

O especialista esteve no final de julho no Brasil, onde participou de um seminário, mostrando as novidades da modelagem em 3D para a construção civil e arquitetura. Segundo ele, desde a década de 1970, a Autodesk tem aprimorado seus produtos justamente para acompanhar a complexidade da construção. Conhecida mundialmente pela solução AutoCAD, a empresa tem se empenhado em divulgar o BIM, sigla em inglês para Building Information Modeling, ou modelagem de informações de construção. No Brasil, a evangelização começou mais intensamente a partir de 2007 e o País já conta com adeptos da tecnologia (veja entrevista).

Basicamente falando, as soluções englobadas pelo BIM racionalizam o planejamento de uma obra e otimizam o gerenciamento da construção em si. O desafio do Brasil de erguer uma infraestrutura para a Copa do Mundo e para as Olimpíadas é um exemplo de aplicação possível, de acordo com Bennett. O processo de modelagem é tão intenso que pode antecipar até mesmo como uma rodovia vai ficar depois de pronta, antes mesmo de o processo sair do papel. É o caso do projeto Presidio Parkway atualmente em construção em São Francisco, na Califórnia. Estimado em US$ 1.045 bilhão, ele vai substituir a Doyle Drive, estrada de 2,4 km que liga o Marina District ao acesso sul da ponte Golden Gate, passando pela região de Presidio. Construída em 1936,


No seu livro Checklist – como fazer as coisas certas, o médico Atul Gawande estudou a operação de construção de edifícios nos Estados Unidos e chegou à conclusão de que essa área tornou-se tão complexa como a medicina, englobando vários especialistas e superespecialistas. Para ele, assim como um cirurgião possui inúmeros passos que precisam ser checados durante uma cirurgia, os engenheiros civis, projetistas, calculistas, etc, devem cumprir etapas detalhadas para avançar na obra. Qualquer prédio médio envolve diversas especialidades, e manter uma comunicação efetiva entre tantos profissionais tornou-se um desafio para os empreendedores. O norte-americano Terry Bennett, gerente sênior da Área de Engenharia Civil e Construção Pesada da Autodesk, não está envolvido diretamente na construção de nenhum edifício, mas tem uma longa experiência para estudar como as novas tecnologias podem ajudar nesse desafio.

O especialista esteve no final de julho no Brasil, onde participou de um seminário, mostrando as novidades da modelagem em 3D para a construção civil e arquitetura. Segundo ele, desde a década de 1970, a Autodesk tem aprimorado seus produtos justamente para acompanhar a complexidade da construção. Conhecida mundialmente pela solução AutoCAD, a empresa tem se empenhado em divulgar o BIM, sigla em inglês para Building Information Modeling, ou modelagem de informações de construção. No Brasil, a evangelização começou mais intensamente a partir de 2007 e o País já conta com adeptos da tecnologia (veja entrevista).

Basicamente falando, as soluções englobadas pelo BIM racionalizam o planejamento de uma obra e otimizam o gerenciamento da construção em si. O desafio do Brasil de erguer uma infraestrutura para a Copa do Mundo e para as Olimpíadas é um exemplo de aplicação possível, de acordo com Bennett. O processo de modelagem é tão intenso que pode antecipar até mesmo como uma rodovia vai ficar depois de pronta, antes mesmo de o processo sair do papel. É o caso do projeto Presidio Parkway atualmente em construção em São Francisco, na Califórnia. Estimado em US$ 1.045 bilhão, ele vai substituir a Doyle Drive, estrada de 2,4 km que liga o Marina District ao acesso sul da ponte Golden Gate, passando pela região de Presidio. Construída em 1936, a Doyle Drive atingiu sua vida útil e precisa ser substituída.

Como a obra vai causar um certo estresse pela interrupção da via, a construtora resolveu mostrar o resultado final aos usuários por meio do Autodesk Gallery, que é um dos módulos de simulação do BIM. “Foi uma estratégia de relações públicas que ajuda a comunidade a entender os desdobramentos da construção e como a rodovia vai melhorar o tráfego na região”, explica Bennett. De acordo com ele, a experiência virtual de trafegar pela futura rodovia é apenas um dos recursos adotados pela empreiteira.

Entre os módulos principais que a Parsons Brickenhorff (PB) utiliza nessa obra estão o AutoCAD Civil 3D para criar um modelo virtual do projeto e o Navisworks, dedicado ao planejamento da construção em si. A empreiteira também usou o 3ds Max Design para criar uma visualização baseada em modelo da obra, solução que permite que a equipe de projeto analise as alternativas de cada etapa, além dos planos de construção, e agilize a comunicação das propostas de projeto para os públicos internos. Com isso, as etapas de aprovação podem ser reduzidas por meio do compartilhamento de mudanças.

Bennett lembra que a terminologia de BIM admite outras duas dimensões além do 3D. De acordo com ele, a inteligência do processo já inclui o 4D, que cruza os prazos de cada fase, ao 5D, que identifica os custos. A inclusão de todos os dados permite que as construtoras possam visualizar passo a passo, não só cada movimentação, mas verificar se os prazos e os investimentos estão dentro do previsto. Tudo isso, em tempo real, e numa mesma tela de computador. Na maioria dos casos, Bennett avalia que há uma redução do valor a ser investido.

Experiência brasileira

A Método Engenharia é uma das empresas brasileiras que adota o BIM. Segundo Joyce Delatorre, Coordenadora do Núcleo BIM da empresa, a construtora usa a tecnologia desde 2008, primeiramemente em projetos pilotos, e agora no desenvolvimento de processos e capacitação para a aplicação nas fases de projeto, planejamento, orçamentos e execução. “Hoje já usamos o BIM em mais de 25 empreendimentos e para isso possuímos um Núcleo BIM interno, responsável pela gestão e aplicação da tecnologia nos projetos”, informa a executiva. Ela adianta que a modelagem dos projetos é internalizada na Método em função da existência de poucos projetistas que podem entregar os projetos no formato da tecnologia. A opção de internalizar a modelagem também acontece porque a tecnologia auxilia os profissionais da Método na definição de soluções técnicas, na análise crítica e compatibilização dos projetos, no processo de orçamentação e na definição do plano de ataque da obra.

“Nos projetos em que os especialistas envolvidos também utilizam a tecnologia, a Método atua na gestão e coordenação do desenvolvimento dos trabalhos em BIM desde as fases preliminares, orientando para que ele seja desenvolvido de maneira compatível com os objetivos BIM definidos”, complementa Joyce. Para ela, a participação da Método desde o início também é fundamental para que as informações criadas na fase de projeto sigam o padrão e parametrização necessária para a utilização do modelo para a gestão de informações durante a execução da obra. “Também estamos investindo no desenvolvimento de processos e ferramentas para o processamento de todas as informações do modelo BIM, de forma a gerir o escopo, prazos, custos e qualidade dos projetos de forma integrada”, completa.

Na avaliação da executiva, a integração do modelo com as informações de tempo (4D), que permite simular o melhor plano de ataque para a obra, ajuda a otimizar o cronograma do projeto. ”Com a resolução de conflitos de projeto antes da execução, temos menos retrabalho e menos desperdício de material, diminuindo a necessidade da consideração de contingências no projeto e contribuindo para que os prazos de obra sejam cumpridos”, detalha. “A partir do momento em que pudermos manter as informações do modelo BIM sempre atualizadas durante a execução da obra, será possível visualizar no próprio modelo, quais materiais estão instalados, quais estão em estoque e assim por diante”. De acordo com Joyce, esse controle auxilia na medição e na gestão de suprimentos, com maior precisão sobre quais insumos devem ser adquiridos e os prazos disponíveis. Ter esse controle de informações facilita o planejamento das aquisições e garante maior poder de negociação com os fornecedores, na análise da especialista.

 

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