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Revista GC - Ed.54 - Novembro 2014
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Matéria de Capa - Especial Odebrecht

Uma história sobre homens e cidades

Família Odebrecht tem raízes fincadas na história de urbanização das cidades de Blumenau (SC), Recife (PE) e Salvador (BA), além de uma marca na evolução do concreto armado e no desenvolvimento moderno no País

As origens da Organização Odebrecht remontam ao século XIX, quando imigrantes alemães, como Emil Odebrecht, migraram para o Sul do Brasil, trazendo para cá influências forjadas na formação luterana. Buscavam a oportunidade de possuir terras, algo quase impossível no lugar de onde vinham, onde a propriedade da terra era hereditária e praticamente imutável. Emil Odebrecht, nascido na Pomerânia (região até recentemente dividida entre a extinta República Democrática Alemã e a Polônia), no Reino da Prússia, tinha 21 anos em 1856, quando chegou a Blumenau acompanhado por dois colegas de ginásio, Meletin e Kreplin. Entusiasta da nova terra, em 1859 Emil naturalizou-se brasileiro, mas voltou para a Prússia para formar-se em Engenharia pela Universidade de Greifswald.

Em 1861 voltou a Santa Catarina para trabalhar ao lado do Dr. Hermann Bruno Otto Blumenau, fundador de uma colônia batizada com seu nome. Emil e outro imigrante, Hans Breithaup, formaram a dupla de engenheiros que realizaram serviços de topografia, agrimensura e outros, fundamentais para o processo de colonização das novas terras. A colônia Blumenau, liderada por Blumenau, foi fundada em 1850, na barra do ribeirão Garcia com o rio Itajaí-Açu. Logo se tornou a mais próspera de todas, estimulada pelas obras de construção de estradas e pontes, além de se aproveitar do transporte fluvial. Além de agricultores e engenheiros, a pequena elite econômica da colônia era composta de ferreiros, carpinteiros, marceneiros, médicos, naturalistas, teólogos, professores, militares, pequenos e médios comerciantes. Em comum, tinham uma formação religiosa de origem luterana, com ênfase no trabalho e desenvolvimento, sem abandonar os princípios de simplicidade e humildade.

Uma peculiaridade da colônia é a de que, ao contrário do que acontecia na economia brasileira em geral, lá jamais se desenvolveu o latifúndio à base do trabalho escravo e praticava-se uma economia voltada para o mercado interno. Em 1859, Blumenau desistiu de tocar a colônia como projeto particular e a vendeu ao governo brasileiro, que o manteve no cargo de diretor.  Nos 11 anos seguintes, a população da colônia cresceu mais de 500% saltando de 1.000 para 6.286 habitantes.


As origens da Organização Odebrecht remontam ao século XIX, quando imigrantes alemães, como Emil Odebrecht, migraram para o Sul do Brasil, trazendo para cá influências forjadas na formação luterana. Buscavam a oportunidade de possuir terras, algo quase impossível no lugar de onde vinham, onde a propriedade da terra era hereditária e praticamente imutável. Emil Odebrecht, nascido na Pomerânia (região até recentemente dividida entre a extinta República Democrática Alemã e a Polônia), no Reino da Prússia, tinha 21 anos em 1856, quando chegou a Blumenau acompanhado por dois colegas de ginásio, Meletin e Kreplin. Entusiasta da nova terra, em 1859 Emil naturalizou-se brasileiro, mas voltou para a Prússia para formar-se em Engenharia pela Universidade de Greifswald.

Em 1861 voltou a Santa Catarina para trabalhar ao lado do Dr. Hermann Bruno Otto Blumenau, fundador de uma colônia batizada com seu nome. Emil e outro imigrante, Hans Breithaup, formaram a dupla de engenheiros que realizaram serviços de topografia, agrimensura e outros, fundamentais para o processo de colonização das novas terras. A colônia Blumenau, liderada por Blumenau, foi fundada em 1850, na barra do ribeirão Garcia com o rio Itajaí-Açu. Logo se tornou a mais próspera de todas, estimulada pelas obras de construção de estradas e pontes, além de se aproveitar do transporte fluvial. Além de agricultores e engenheiros, a pequena elite econômica da colônia era composta de ferreiros, carpinteiros, marceneiros, médicos, naturalistas, teólogos, professores, militares, pequenos e médios comerciantes. Em comum, tinham uma formação religiosa de origem luterana, com ênfase no trabalho e desenvolvimento, sem abandonar os princípios de simplicidade e humildade.

Uma peculiaridade da colônia é a de que, ao contrário do que acontecia na economia brasileira em geral, lá jamais se desenvolveu o latifúndio à base do trabalho escravo e praticava-se uma economia voltada para o mercado interno. Em 1859, Blumenau desistiu de tocar a colônia como projeto particular e a vendeu ao governo brasileiro, que o manteve no cargo de diretor.  Nos 11 anos seguintes, a população da colônia cresceu mais de 500% saltando de 1.000 para 6.286 habitantes.

Nessa época, Emil Odebrecht, casado com Berta Brichels, fez a medição e a discriminação dos lotes dos colonos. Participou como voluntário da guerra do Paraguai (1865), voltando com o posto de tenente. Ao retornar, participou da exploração do Alto Itajaí, atuando na abertura de um caminho entre Blumenau e o planalto de Lajes e Curitibanos fazendo a conexão com a estrada da Mata ou “das Tropas”, entre o Rio Grande do Sul e o Paraná. Levantou linhas e foi engenheiro-chefe do Distrito de Santa Catarina, na Repartição dos Telégrafos. Aposentou-se nesse cargo e morreu em de janeiro de 1912, aos 76 anos. A região que ajudara a fundar já tinha se consolidado como cidade-modelo em Santa Catarina, com o desenvolvimento da indústria tecelã, a chegada dos trilhos da estrada de ferro e duas hidrelétricas. Os filhos dos colonos não mais precisavam voltar para a Alemanha para estudar, mas deslocavam-se rumo a São Paulo e  Rio de Janeiro.

Pioneiros no concreto no Brasil

Emílio Odebrecht era filho primogênito de Edmundo, e neto de Emil. Desde pequeno, foi influenciado pela tradição familiar na engenharia, seja por meio do avô, seja por conta do tio Adolfo, engenheiro civil formado pela Politécnica do Rio de Janeiro no início do século dezenove. Emílio acompanhou o avô em explorações e nos serviços de rede telegráfica e em 1914, aos 20 anos, mudou-se também para o Rio de Janeiro.

Lá se encontrou com o primo Emílio Baumgart, estudante da Escola Politécnica que trabalhava na Companhia Construtora em Cimento Armado. Por seu intermédio, entrou na empresa fundada pelo alemão Lambert Riedlinger, que chegara ao Brasil em 1911 trazendo a técnica de construção do concreto armado, já adiantada na Alemanha e que começava a chegar por aqui. Ao lado de Baumgart e Riedlinger, Emílio iria participar da introdução no Brasil da “era do concreto armado”. Emílio Baumgart se consolidaria mais tarde, dentre os calculistas brasileiros, como o “pai do concreto armado”.

O processo se iniciou por volta de 1900 e o registro mais representativo de obra em concreto armado nessa época é da construção da Estação Mayrink (SP) e da Estrada de Ferro Sorocabana, pelo arquiteto belga Victor Dubugras. A Companhia Construtora em Cimento Armado é tida como a primeira construtora especializada em cimento armado no Brasil, funcionando já em 1912, fase em que as principais cidades brasileiras, como Rio de Janeiro e São Paulo, passavam por grandes transformações urbanas.

A fase de experimentação da tecnologia atingiu seu ápice com a inauguração do grande edifício do jornal A Noite, no Rio, e do Edifício Martinelli, em São Paulo, no final dos anos 20, chamados de arranha-céus, que simbolizavam uma fase de modernização do país. A Companhia Construtora assinou edificações históricas como os hotéis da Central, Glória e Copacabana Palace e os escritórios da Companhia Antartica, no Rio de Janeiro.

O Nordeste também começou a viver uma fase de expansão urbana, a partir do crescimento da importação e exportação de açúcar. Obras como ampliação dos portos, construção de armazéns, silos e moinhos, melhoramentos nas áreas urbanas antigas, ampliação da rede ferroviária, construção de estradas, pontes, onde se começou a utilizar o concreto armado.

A Ponte Maurício de Nassau, em Recife, por exemplo, com seus 180 m de comprimento tornou-se um recorde da engenharia estrutural brasileira naquela época. Os cálculos da ponte foram feitos por Emílio Baumgart e, para executá-la, Lambert Riedlinger mandou ao Recife, em 1917, o jovem Emílio Odebrecht, que já vinha se capacitando na nova técnica desde 1914.

A ponte Mauricio de Nassau transformou-se num marco da engenharia brasileira e alçou Emilio Baumgart à categoria de Pai do Concreto Armado, sendo homenageado na ocasião, por seus colegas da Politécnica, durante a formatura de sua turma em 1918. A partir da obra, Emilio Odebrecht decidiu permanecer no Recife. Já casado com Hertha Hinsch, uniu-se a Isaac Magalhães de Albuquerque Gondim, também egresso da construtora onde trabalhava, para abrir a sua própria empresa. Gondim e Emílio criaram a Isaac Gondim & Odebrecht, a primeira empresa de construção do Nordeste com know-how na nova técnica. A sede ficava em Recife, na tradicional Rua do Imperador, logo recebendo uma filial em Jaraguá, Alagoas.

“Os primeiros anos foram duros, muito duros mesmo”, lembrou Isaac Gondim em seu livro Vultos e Problemas do Recife. “A concorrência era intensa e os recursos, pequenos. Depois veio a reação: o crédito subiu, a confiança cresceu, os negócios ampliaram-se e como consequência os resultados foram compensadores.” Nas zonas canavieiras havia necessidade de barragens, canais, reservatórios e pontes na linha ferroviária e nas estradas. Mas as primeiras obras foram relativamente modestas: moendas, chaminés de usinas, pequenas pontes no interior do Estado de Alagoas e o Mercado das Flores de Fortaleza. Logo vieram obras maiores como as pontes Buarque de Macedo, Afogados, Torre e Pina e o Quartel do Derby, ocupando uma área de 2.900 m2, com uma cúpula de concreto armado e alguns pavilhões.

Mas não tardou para a economia açucareira a entrar em colapso. Tão rapidamente como começara, a valorização das exportações cessou. Os produtores do Nordeste passaram a vender o grosso da sua produção no mercado interno. O Brasil só tinha condições de exportar quando, excepcionalmente, havia escassez no mercado mundial, por alguma causa externa à marcha normal do açúcar. Guerra, por exemplo. Entre 1914 (530 mil sacos) e 1918 (1,9 milhão de sacos) a exportação de açúcar quadruplicou, mas em 1924 o número caiu para a marca de 10 anos antes e, em 1925, para a irrisória quantia de 50 mil sacos. Mais ainda, o crescimento da produção nas usinas de São Paulo e Rio de Janeiro, altamente competitivas, passou a ameaçar os interesses e até mesmo a sobrevivência da economia açucareira pernambucana e nordestina em geral.

A Isaac Gondim & Odebrecht viveu tudo isso. Em 1923 deu início a sua última obra de vulto: o escritório da The Pernambuco Tramways and Power Co. Ltd., um prédio “majestoso, todo construído em cimento armado, de linhas sóbrias, com a comodidade e higiene necessárias a um grande escritório onde trabalham cerca de 500 empregados”, conforme registrou uma publicação da época. Em seguida, Gondim & Odebrecht fizeram o distrato da sociedade.

No mesmo mês e ano da dissolução da sociedade com Isaac Gondim – novembro de 1923 – Emílio Odebrecht, associado a Gustavo Adolpho Schaefer e Benedito Ximenes de Souza Neves, constitui uma empresa para exploração de construções em geral, principalmente com cimento armado e instalações hidráulicas. Com sede no Recife, na Rua Duque de Caxias, ao lado do prédio do Diário de Pernambuco, a Emílio Odebrecht & Cia. teria participação ativa nas obras realizadas durante o governo de Sérgio Loreto, entre as quais se destaca a construção do Palácio da Justiça. Os negócios açucareiros haviam alcançado o seu auge, iniciando, a partir dali, um processo de retração. Mas se o açúcar declinava em Pernambuco, a Bahia vivia um momento de bonança e crescimento, pois seus principais produtos de exportação, o cacau e o fumo, estavam em alta no mercado internacional. O porto de Salvador era o terceiro maior do Brasil em volume de exportação.

Emílio, atraído pelo surto do cacau, chegou à cidade em 1925, com um bom currículo e sua equipe de mestres de obras, treinados na arte do cimento armado. Naquele ano, a Emílio Odebrecht & Cia. já mantinha filiais, além de na capital baiana, em Blumenau, João Pessoa e Maceió. Gustavo Schaefer e Benedito Neves haviam deixado a sociedade, substituídos pelos engenheiros civis José Cândido de Morais Nascimento e Armando Campelo. Salvador era então uma cidade de 250 mil habitantes.

Emílio tinha um bom capital de obras realizadas em Pernambuco e Alagoas, contatos junto à futura clientela e a recomendação de um trabalho: a ponte sobre o rio Itajaí-Açu, feita naquele mesmo ano de 1925, em Indaial, Santa Catarina, e muito apreciada por Victor Konder, Ministro da Viação e Obras Públicas. A segunda metade dos anos 20, na Bahia, foi justamente chamada de “era da fermentação edificatória” (só para dar uma ideia: em 1924 o Estado tinha apenas 765 km de estradas e, quatro anos depois, 3.431 km).

A Emílio Odebrecht & Cia., já em 1926, fez uma ponte sobre o Rio Cachoeira, em Itabuna, a primeira de concreto armado da Bahia. Sua ação, porém, concentrou-se mais na capital. Veio o Edifício Magalhães, de Magalhães & Cia., em 1928, e, em seguida, o Palácio da Saúde e da Assistência para substituir a antiga construção dos tempos coloniais, que havia sido demolida um pouco antes. Em 1929, ergueram-se duas obras marcantes, uma na capital – a sede da Cia. de Navegação Baiana – e outra na fronteira com Pernambuco, junto ao Rio São Francisco, a Catedral de Petrolina, um templo grandioso no meio do sertão nordestino.

A pernambucana Petrolina só tinha contato com a capital por via fluvial e sua relação mais direta era com a baiana Juazeiro, em frente a ela e ligada por uma balsa. A ponte entre as duas só foi feita muito depois, em 1946. Cimento, ferro e outros materiais chegaram ali com dificuldade, passando por caminhos de barro, em carros de boi ou em barcas que vinham pelo São Francisco. Portanto, erguer a única igreja em estilo gótico do interior brasileiro exigiu de seu construtor um misto de audácia e criatividade. Encomendada pelo Bispado, sob a direção de Dom Malan, a catedral tem uma cúpula de 30 m de vão livre sobre a nave central. O povo da cidade achava que só um milagre poderia impedir sua queda. Assim, quando as escoras foram retiradas e a estrutura começou a estalar por força do retraimento ou expansão dos materiais, os fiéis que assistiam à cena pensavam que não haveria milagre. Começaram a gritar: “Vai cair”. Dom Malan e Emílio Odebrecht estavam sentados bem debaixo da cúpula. Despreocupados, seguros com a solidez da obra, ali almoçaram e passaram o tempo jogando gamão.

Mesmo com uma nova crise econômica rondando, na medida em que diminuía a atividade industrial do Nordeste e crescia a participação paulista, a Emílio Odebrecht & Cia. ganhou diversos contratos na virada da década. Destacam-se no período o Hospital São Jorge, o Colégio Antônio Vieira, dos jesuítas, e os pavilhões do Liceu Salesiano, todas em Salvador.

Entre 1933 e 1936, a construtora intensificou sua atuação no interior do Estado, particularmente em obras ligadas aos negócios do fumo e do cacau: o edifício da Associação Comercial de Ilhéus, quando a exportação de cacau vivia seu auge, e a fábrica de Charutos Suerdieck, em Maragogipe. Na capital, ergueria a fábrica de Chocolates Behring, os cinemas Aliança e Santo Antônio, a abóbada e o telhado do Mosteiro de São Bento e, em Itaparica, o cais principal da ilha. As marcas da Emílio Odebrecht & Cia. deixadas na Bahia já eram, na época, numerosas e expressivas. No ano de 1936, a empresa tem como sócios o construtor e sua mulher Hertha Odebrecht e se encontra sediada em Salvador, no imponente edifício do jornal A Tarde.

Na segunda metade dos anos 30, a empresa construiria o Hospital das Clínicas da Universidade Federal da Bahia (projeto e estruturas) e o Hospital Santa Terezinha (atual Otávio Mangabeira). A construção do edifício da Secretaria de Segurança Pública, para o governo do Estado, já contava com um ajudante especial: o jovem Norberto, responsável pela construção das esquadrias.

No mesmo período, a Emílio Odebrecht e Cia. construiu, entre outros empreendimentos, um novo cinema, o Excelsior, o edifício da Companhia de Seguros Aliança da Bahia, na Cidade Baixa de Salvador, o Hospital da Sagrada Família e, no começo da década de 40, a ponte ferroviária de Mapele-Passagem, com 720 m, para a Estrada de Ferro Leste Brasileiro. Com o início da Segunda Guerra, o material de construção importado tornou-se raro. Os preços do ferro, cimento, louças e ferragens dispararam. Mas os preços dos contratos já assumidos eram fechados, sem possibilidade de revisão. Isso fez com que muitas empresas do ramo pressionadas pelos credores, tivessem de fechar suas portas. Emílio Odebrecht não escapou ao problema e preferiu retirar-se dos negócios. Nos primeiros anos da década de 40, ainda estudante, foi o jovem Norberto Odebrecht quem deu andamento às obras contratadas pelo pai, que, em 1941, retornou a Santa Catarina. Pouco antes da formatura de Norberto, como engenheiro civil, em 1943, pela Escola Politécnica da Universidade Federal da Bahia, as obras da Emílio Odebrecht & Cia. estavam concluídas.  Emílio voltaria à Bahia na década seguinte, a convite de Norberto, para assessorar a empresa do filho. Ele torna a frequentar canteiros de obras, orientar mestres e aprendizes e atuar como calculista em várias obras, até falecer, aos 68 anos.

 

 

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