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Mercado de capitais poderá ter mais espaço no financiamento de projetos

Com menor participação do BNDES nas próximas licitações de infraestrutura, fundos de pensão devem ocupar a lacuna, mas, para isso, será preciso melhorar garantias para redução dos riscos

DCI

11/04/2018 11h19 | Atualizada em 12/04/2018 13h49


O mercado de capitais é saída para a falta de fontes de financiamento para infraestrutura. A realidade, no entanto, ainda exige redução de risco de projetos, melhoria do modelo de licitação e novo papel do BNDES dentro da operação.

Na explicação do diretor gerente do Banco Bradesco BBI, Leandro de Miranda Araujo, a tendência é que, com a redução da participação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no financiamento de projetos, o mercado de capitais ganhe cada vez mais espaço através de duas vertentes: debêntures [títulos de dívida] de infraestrutura e fundos de pensão.

“Acho que as pessoas físicas vão ter uma vantagem competitiva pela isenção de imposto de renda, o que faz com que caia o custo para o tomador dos recursos, mas aqui as pessoas físicas têm um horizonte de investimento de no máximo cinco ou sete anos. Para projetos maiores acho que os fundos de pensão fazem bastante sentido”, destaca Araujo.

Apesar do mercado extremamente líquido, o problema, para ele, é a carência dos títulos de dívida corporativa, sobretudo pela demanda de mercado de notas duplo A e triplo A, ou seja com melhor qualidade creditícia.

“Acho que naturalmente o mercado d

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O mercado de capitais é saída para a falta de fontes de financiamento para infraestrutura. A realidade, no entanto, ainda exige redução de risco de projetos, melhoria do modelo de licitação e novo papel do BNDES dentro da operação.

Na explicação do diretor gerente do Banco Bradesco BBI, Leandro de Miranda Araujo, a tendência é que, com a redução da participação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no financiamento de projetos, o mercado de capitais ganhe cada vez mais espaço através de duas vertentes: debêntures [títulos de dívida] de infraestrutura e fundos de pensão.

“Acho que as pessoas físicas vão ter uma vantagem competitiva pela isenção de imposto de renda, o que faz com que caia o custo para o tomador dos recursos, mas aqui as pessoas físicas têm um horizonte de investimento de no máximo cinco ou sete anos. Para projetos maiores acho que os fundos de pensão fazem bastante sentido”, destaca Araujo.

Apesar do mercado extremamente líquido, o problema, para ele, é a carência dos títulos de dívida corporativa, sobretudo pela demanda de mercado de notas duplo A e triplo A, ou seja com melhor qualidade creditícia.

“Acho que naturalmente o mercado de capitais vai ser sócio do BNDES nessas operações de melhor risco de crédito e vai ser amparado pelos bancos nas operações que sejam de menor qualidade creditícia até que elas venham a ficar numa qualidade creditícia maior”, explica.

Compliance

Para conseguir atrair estes fundos de pensão, no entanto, é imprescindível diminuir o risco dos projetos. “É necessário ter operações bem estruturadas, que consigam mitigar os diversos riscos, sejam eles operacionais, ambientais, de receita, riscos específicos de cada cidade onde está localizado o projetos, das receitas. Quanto melhor o componente de risco, melhor o rating e a absorção dele pelo mercado”, explicou Araujo durante o Seminário MBA PPP e Concessões realizado pela FESPSP.

“A gente precisa atrair esse capital de longo prazo que é o fundo de pensão. E quando você poupa para a sua aposentadoria, o que quer? Um investimento seguro e estável. Você aceita um retorno menor, desde que seja seguro”, acrescenta o sócio-diretor de governo e regulação da KPMG e coordenador do projeto Infra2038, Diogo Mac Cord de Faria.

Por isso, para trazer conforto para esse investidor, sobretudo o estrangeiro, ele destaca que o projeto deverá ser racional, transparente e ter um conjunto de regras de compliance. Segundo ele, o projeto tem dois momentos e a tendência é que na fase de construção – mais arriscada – participem fundos como os de private equity, que assumem maior risco e têm visão de curto prazo, para posteriormente vender para um fundo de pensão.

“Só que você precisa para isso garantir que a agência reguladora vai cumprir o contrato, que o prefeito em uma canetada não vai impedir o reajuste e dar as garantias necessárias”, ressalta o consultor.

De acordo com ele, a tarefa do governo para os próximos dois anos é entender o que foi feito de correto ou errado nos projetos licitados nos últimos anos, para assim conseguir realizar um modelo que traga garantias maiores para os envolvidos. “Com isso, você consegue estabelecer uma padronização, algo fundamental se você quer atrair um fundo. Pega todas as boas práticas que deram certo nos últimos anos – como a publicação do edital em inglês ou o prazo mínimo de 100 dias para o investidor – e institucionaliza”, diz.

Na explicação do especialista, o custo de transação de um único projeto para um fundo atuar aqui é alto, por isso, com a padronização o mesmo fundo de pensão consegue vir ao País diluindo este custo. “A partir do momento que você padroniza vários projetos, ele consegue com o mesmo esforço analisar um conjunto de projetos”, diz, enfatizando a liquidez atual existente no mercado internacional .

Novo papel

Dentro desta nova estrutura, ele destaca que o BNDES terá um papel importante, “passando de financiador para multiplicador”. Ou seja, em vez de financiar 70% ou 80% de um projeto, com subsídios, ele pode financiar 20% do projeto como uma dívida subordinada. “Isso passaria uma confiança muito maior para o mercado, então talvez essa seja a mudança do papel do BNDES – começando com esse passo para atrás – para um multiplicador”, explica.

Isso inclusive, deverá exigir do banco “um mergulho maior no projeto”, no qual deverá existir um project finance, modalidade de estruturação financeira para a realização de projetos de grande porte. “Hoje ele é amparado pelo corporate financeque dá muito conforto para ele, então tem que sair e avaliar o projeto. Perguntar se esse lance que o operador deu faz sentido”, conclui.

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