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PIB da Construção pode cair 4,1% neste ano

Projeção foi apresentada na Reunião de Conjuntura do SindusCon-SP, que pontuou as preocupações do setor

Assessoria de Imprensa

06/08/2020 11h00 | Atualizada em 06/08/2020 13h17


A menos que uma improvável recuperação exponencial da construção ocorra de agosto a outubro, o PIB do setor deve fechar o ano com variação negativa em torno de -4,1%, sendo que o produto das construtoras deve variar -3,35%, e o dos demais segmentos desta atividade, -5%.

Esta foi a projeção apresentada por Ana Maria Castelo, coordenadora de Projetos da Construção da FGV/Ibre, na Reunião de Conjuntura do SindusCon-SP, em 4 de agosto.

Coordenando o encontro virtual, Eduardo Zaidan, vice-presidente de Economia da entidade, comentou que o maior problema do país para atrair capital externo é a falta de uma sinalização firme de que as finanças públicas estão e permanecerão em ordem.

“Há fortes pressões para flexibilizar o texto de gastos, parece que sociedade não introjetou a necessidade de mostrar ao mundo que temos responsabilidade fiscal, mantendo o déficit público bem comportado.”

A reforma tributária, motivo de grande preocupação dos participantes da reunião pelo aumento da carga tributária que trará para a ind&uac

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A menos que uma improvável recuperação exponencial da construção ocorra de agosto a outubro, o PIB do setor deve fechar o ano com variação negativa em torno de -4,1%, sendo que o produto das construtoras deve variar -3,35%, e o dos demais segmentos desta atividade, -5%.

Esta foi a projeção apresentada por Ana Maria Castelo, coordenadora de Projetos da Construção da FGV/Ibre, na Reunião de Conjuntura do SindusCon-SP, em 4 de agosto.

Coordenando o encontro virtual, Eduardo Zaidan, vice-presidente de Economia da entidade, comentou que o maior problema do país para atrair capital externo é a falta de uma sinalização firme de que as finanças públicas estão e permanecerão em ordem.

“Há fortes pressões para flexibilizar o texto de gastos, parece que sociedade não introjetou a necessidade de mostrar ao mundo que temos responsabilidade fiscal, mantendo o déficit público bem comportado.”

A reforma tributária, motivo de grande preocupação dos participantes da reunião pelo aumento da carga tributária que trará para a indústria da construção, foi comparada por Zaidan à construção de “uma torneira de ouro para irrigar uma caixa d’água furada.

Ninguém olha para a necessidade de uma reforma administrativa e para a redução dos gastos”.

Odair Senra, presidente do SindusCon-SP, anunciou que buscará uma articulação entre as entidades da construção para se opor “unanimemente e com firmeza” aos principais pontos das propostas da reforma que deverão onerar o setor.

Recuperação lenta
Em sua apresentação, Ana Maria mostrou os diversos indicadores de emprego, vendas da indústria e do comércio de materiais de construção, vendas de imóveis e volume de financiamento imobiliário, para mostrar que o setor saiu do baque sofrido em abril e maio, diminuindo o pessimismo.
No entanto, a demanda insuficiente continua sendo a principal preocupação das empresas, além do novo fator surgido entre os outros que preocupam: a Covid-19.

Para Zaidan, persistem as dificuldades para uma retomada mais pujante da atividade do setor.

“Toda recessão é concentradora e desestimula novos fornecedores de materiais de construção. Oligopólios da indústria de materiais sobem preço para fazer caixa. O crédito não está chegando. Mazelas como a reforma tributária e a disfunção da governabilidade entre os três Poderes estão aí. Neste cenário, a construção deverá ter uma recuperação bastante modesta, com muitos feridos no final da jornada.”

Ana Maria considerou que a construção poderá puxar o crescimento econômico, mas não como em 2008/2009, quando o poder público tinha força para investir em infraestrutura e habitação.

“Mesmo diante de incertezas como o tamanho do aumento da carga tributária e se o auxílio emergencial prosseguirá, aspectos positivos como a aprovação do marco regulatório do saneamento poderão atrair investimentos internos e externos, mas isso ainda vai levar um certo tempo.”

Já para o mercado de edificações, a economista considerou que os juros menores poderão favorecer maior demanda por imóveis de médio e alto padrão. No entanto, alertou, há incerteza se no futuro o FGTS terá orçamento para financiar o programa que sucederá o Minha Casa, Minha Vida.

Cenários possíveis
Robson Gonçalves, professor da FGV, não antevê um cenário otimista, com reformas como a administrativa, compromisso com a estabilidade fiscal e harmonia entre os Poderes.

Estão abertas possibilidades como um cenário de maior aumento de mortalidade, novas ondas de Covid-19 e maior carga tributária, agravando os problemas da construção. E até de piora ainda maior da dívida pública, ondas de novos vírus, uma guerra entre China e EUA e o agravamento da questão ambiental.

Para o economista, na atual conjuntura, com setores oligopolizados pressionando o custo da construção e a ameaça de aumento da carga tributária, a construção precisará elevar sua produtividade para não sucumbir. Em sua opinião, o setor precisa se opor fortemente à oneração tributária dos serviços, “um tiro no pé no processo de industrialização da construção”.

Ele comentou que a baixa taxa de juros reflete uma situação grave excepcional no mundo todo, que, no entanto, não é sustentável. “Nem desejamos que permaneça assim. Ganhamos tempo para buscar reequilíbrio fiscal, mas a economia recuperando-se, será preciso subir a taxa de juros se continuar vigorando o regime de metas de inflação e esta se elevar”.

Ele criticou a política econômica que só mira no aumento da arrecadação e não impulsiona privatizações e reduções de despesas.

Ao mesmo tempo, apontou que os juros baixos no mundo têm melhorado o ingresso de recursos externos no país. Relatou que, em junho, ingressaram US$ 4,7 bilhões, contra US$ 500 milhões no mesmo mês do ano passado. De janeiro a junho, entraram US$ 25 bilhões, contra US$ 32 bilhões no primeiro semestre de 2019.

“É uma oportunidade que estamos deixando passar e colocando em risco com incerteza política cíclica e propostas de aumento da carga tributária.”

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