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Revista GC - Ed.56 - Jan/Fev 2015
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Concreto Hoje

A indústria cimenteira brasileira é sustentável

País ocupa posição de destaque global pelas políticas ambientais adotadas e pelo ranking de sexto maior fabricante e quarto maior consumidor mundial do insumo

A sustentabilidade está na ordem do dia da indústria brasileira de cimento. Principal matéria prima da produção de concreto, o insumo ganhou mais uma forma de acompanhamento no ano passado, quando foi anunciada a versão brasileira do Cement Technology Roadmap, estudo global criado em 2009 pela International Energy Agency (IEA) em parceria com o World Business Council for Sustainable Development (WBCSD). A avaliação de quatro anos atrás projetava o cenário de redução de emissões do setor de cimento até 2050. Com a pesquisa brasileira, os dados locais devem enriquecer as informações mundiais do setor (a Índia também vai ter uma pesquisa própria). Na verdade, a produção nacional de cimento já incorpora vários destaques positivos nesse campo e os avanços podem ser visualizados pelo recente artigo A Indústria do Cimento e o Desenvolvimento do Brasil, escrito por Yushiro Kihara, da Associação Brasileira do Cimento Portland (ABCP) e Gonzalo Visedo, do Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC), e recém-publicado pela primeira entidade.

Os dois especialistas avaliam que a questão ambiental domina a agenda da indústria nos últimos anos, principalmente pelo fato de aproximadamente 5% das emissões de gás carbônico (CO2) de origem antrópica serem provenientes da produção de cimento. No Brasil, o índice é um pouco maior, chegando a 1,4%, de acordo com o último Inventário Nacional de Gases de Efeito Estufa (2010). Como somos uma economia emergente, a demanda por cimento deve aumentar nos próximos anos, tornando a gestão do CO2 ainda mais complexa. Kihara e Visedo lembram que a Política Nacional de Mudanças Climáticas, aprovada em 2009, estabeleceu o compromisso de redução voluntária de 36% a 39% das emissões totais brasileiras projetadas para 2020. Em nível estadual, 14 das 26 unidades federativas já tem uma política de mudanças climáticas própria.

Para os dois especialistas, o segmento ocupa uma posição de referência no combate aos gases de efeito estufa. Dois fatores explicariam isso: uma série de características do processo produtivo e diversas ações adotadas pelo setor, algumas alavancadas a partir da transformação industrial durante a crise do petróleo do final da década de 1970 e outras mais recentes. Os d


A sustentabilidade está na ordem do dia da indústria brasileira de cimento. Principal matéria prima da produção de concreto, o insumo ganhou mais uma forma de acompanhamento no ano passado, quando foi anunciada a versão brasileira do Cement Technology Roadmap, estudo global criado em 2009 pela International Energy Agency (IEA) em parceria com o World Business Council for Sustainable Development (WBCSD). A avaliação de quatro anos atrás projetava o cenário de redução de emissões do setor de cimento até 2050. Com a pesquisa brasileira, os dados locais devem enriquecer as informações mundiais do setor (a Índia também vai ter uma pesquisa própria). Na verdade, a produção nacional de cimento já incorpora vários destaques positivos nesse campo e os avanços podem ser visualizados pelo recente artigo A Indústria do Cimento e o Desenvolvimento do Brasil, escrito por Yushiro Kihara, da Associação Brasileira do Cimento Portland (ABCP) e Gonzalo Visedo, do Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC), e recém-publicado pela primeira entidade.

Os dois especialistas avaliam que a questão ambiental domina a agenda da indústria nos últimos anos, principalmente pelo fato de aproximadamente 5% das emissões de gás carbônico (CO2) de origem antrópica serem provenientes da produção de cimento. No Brasil, o índice é um pouco maior, chegando a 1,4%, de acordo com o último Inventário Nacional de Gases de Efeito Estufa (2010). Como somos uma economia emergente, a demanda por cimento deve aumentar nos próximos anos, tornando a gestão do CO2 ainda mais complexa. Kihara e Visedo lembram que a Política Nacional de Mudanças Climáticas, aprovada em 2009, estabeleceu o compromisso de redução voluntária de 36% a 39% das emissões totais brasileiras projetadas para 2020. Em nível estadual, 14 das 26 unidades federativas já tem uma política de mudanças climáticas própria.

Para os dois especialistas, o segmento ocupa uma posição de referência no combate aos gases de efeito estufa. Dois fatores explicariam isso: uma série de características do processo produtivo e diversas ações adotadas pelo setor, algumas alavancadas a partir da transformação industrial durante a crise do petróleo do final da década de 1970 e outras mais recentes. Os dois articulistas apontam três principais direcionadores, incluindo a eficiência energética, a presença de combustíveis alternativos e adições ao clínquer.

No primeiro caso, a existência de um parque industrial moderno e eficiente para a produção de cimento é o destaque. Os fabricantes nacionais já operam com baixo consumo energético, o que leva à emissão menor de CO2 em relação a outros países. “Praticamente todo o cimento brasileiro é produzido por via seca, garantindo significativa diminuição do uso de combustíveis em relação a outros processos menos eficientes”, explicam. “Além disso, pré-aquecedores e pré-calcinadores reaproveitam os gases quentes para pré-aquecer a matéria-prima previamente à entrada do forno, diminuindo ainda mais o consumo de combustíveis”, completam. Kihara e Visedo acrescentam ainda que os fornos via seca com pré-aquecedores e pré-calcinadores são responsáveis por cerca de 99% da produção de cimento brasileira, contra um índice mundial de 87%. Os dados internacionais são do mais recente levantamento da Cement Sustainability Initiative (CSI).

Em relação aos combustíveis alternativos, os dois pesquisadores avaliam que o uso desse tipo de material é cada vez mais crescente no país, com destaque para o coprocessamento de resíduos e da utilização de biomassa. Segundo eles, mais de 1 milhão de toneladas de resíduos por ano são coprocessados pela indústria do cimento no Brasil, o que representaria cerca de 8% da matriz de combustíveis. Kihara e Visedo destacam que o potencial de aproveitamento é de 2,5 milhões de toneladas de resíduos, ou seja, uma vez e meia o que está sendo processado atualmente. No caso da biomassa, a indústria cimenteira nacional também sai na frente, com um índice de 12% na matriz energética do segmento. De acordo com eles, o carvão vegetal (principal) e resíduos de agricultura como palha de arroz, formam o universo de biomassa adotado.

O terceiro destaque em termos de sustentabilidade na produção cimenteira brasileira são as adições do clínquer. Na avaliação dos dois especialistas, essa adição é tradicional e ocorre há décadas e vários materiais tem sido adotados, desde a escória de alto forno até pozonalas artificiais. “Os cimentos com adições representam uma solução ambientalmente correta para subprodutos de outros processos produtivos, como escórias siderúrgicas e cinzas de termelétricas. Tudo isso atendendo, acima de tudo, às especificações das normas técnicas do país”, ressalta o artigo. Com 87 plantas industriais cimenteiras, controladas por 17 grupos industriais, o Brasil seria o sexto maior produtor mundial de cimento e o quarto maior consumidor dessa matéria prima, o que reforça ainda mais a necessidade de manter o perfil sustentável do setor.

 

 

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