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Revista GC - Ed.90 - Junho 2018
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Especial Sobratema – Belo Monte

Belo Monte, uma odisseia ainda longe do fim

Depois de pronto, empreendimento enfrenta desafios para colocar sua capacidade máxima em operação e se integrar definitivamente à vida das comunidades impactadas com sua construção

Belo Monte: ainda longe do fim

Em pleno 2018, a construção do Linhão de Belo Monte é uma das etapas obrigatórias para que o Brasil realmente usufrua de todo o investimento que foi realizado para construir a grande usina, localizada em Altamira e Vitória do Xingu, no estado do Pará. Mas, o linhão está paralisado por conta de um impasse. A obra passa por quatro fazendas da Agropecuária Santa Bárbara Xinguara, que pertencem ao empresário Daniel Dantas, dono do banco Opportunity. O proprietário, um investidor conhecido do ramo financeiro, não está disposto a dar passagem por suas terras. Ou seja, um empreendimento de grande importância para a economia de todo o País, está sendo atrasado justamente por causa de obstáculos criados por um grande empresário brasileiro. Isso mostra o quanto todas as operações relacionadas a Belo Monte são complexas e exige condições de análise globais e desapaixonadas.

A energia gerada por Belo Monte será levada para a região Sudeste por meio de duas grandes linhas. A primeira rede, de 2.076 km, custou R$ 5 bilhões e entrou em operação desde dezembro passado. Pertence à concessionária BMTE, controlada pela State Grid, em sociedade com a Eletrobrás. Vai de Anapu (PA) ao município de Estreito, na divisa de Minas e São Paulo. O segundo linhão, da XRTE, parte de Anapu com destino a Nova Iguaçu (RJ), contando com 2.526 km, tem previsão de ficar pronto em dezembro de 2019.

A questão foi parar no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e impõe um duro revés para a empresa chinesa State Grid, dona da concessionária Xingu Rio Transmissora de Energia (XRTE), responsável pelo investimento de R$ 9,3 bilhões, do Linhão. O projeto tinha a conclusão prevista para dezembro de 2019 quando a usina alcançar 100% da sua capacidade de potência.

A XRTE estava certa de que, com a declaração de utilidade pública do traçado concedida pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), era suficiente para liberar a passagem para a linha. Mas a empresa de Dantas não perm


Belo Monte: ainda longe do fim

Em pleno 2018, a construção do Linhão de Belo Monte é uma das etapas obrigatórias para que o Brasil realmente usufrua de todo o investimento que foi realizado para construir a grande usina, localizada em Altamira e Vitória do Xingu, no estado do Pará. Mas, o linhão está paralisado por conta de um impasse. A obra passa por quatro fazendas da Agropecuária Santa Bárbara Xinguara, que pertencem ao empresário Daniel Dantas, dono do banco Opportunity. O proprietário, um investidor conhecido do ramo financeiro, não está disposto a dar passagem por suas terras. Ou seja, um empreendimento de grande importância para a economia de todo o País, está sendo atrasado justamente por causa de obstáculos criados por um grande empresário brasileiro. Isso mostra o quanto todas as operações relacionadas a Belo Monte são complexas e exige condições de análise globais e desapaixonadas.

A energia gerada por Belo Monte será levada para a região Sudeste por meio de duas grandes linhas. A primeira rede, de 2.076 km, custou R$ 5 bilhões e entrou em operação desde dezembro passado. Pertence à concessionária BMTE, controlada pela State Grid, em sociedade com a Eletrobrás. Vai de Anapu (PA) ao município de Estreito, na divisa de Minas e São Paulo. O segundo linhão, da XRTE, parte de Anapu com destino a Nova Iguaçu (RJ), contando com 2.526 km, tem previsão de ficar pronto em dezembro de 2019.

História lendária do ataque da índia a executivo da Eletronorte

A questão foi parar no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e impõe um duro revés para a empresa chinesa State Grid, dona da concessionária Xingu Rio Transmissora de Energia (XRTE), responsável pelo investimento de R$ 9,3 bilhões, do Linhão. O projeto tinha a conclusão prevista para dezembro de 2019 quando a usina alcançar 100% da sua capacidade de potência.

A XRTE estava certa de que, com a declaração de utilidade pública do traçado concedida pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), era suficiente para liberar a passagem para a linha. Mas a empresa de Dantas não permitiu o acesso às terras. Inconformada, a XRTE obteve uma liminar da 1.ª Vara de Xinguara (PA) para acessar o imóvel. A Santa Bárbara, porém, recorreu ao Tribunal de Justiça do Pará e conseguiu nova decisão, impedindo os chineses de entrar na área.

A área prevista para ser cortada pela linha que ligará a usina de Belo Monte ao Rio de Janeiro envolve uma faixa de isolamento de até 120 metros, pelo qual existem "produções de teca (madeira) e cacau, que possuem relevante valor econômico". A Justiça do Pará aceitou os argumentos da Agropecuária Santa Bárbara, do banqueiro Daniel Dantas, contrária à obra. A decisão diz que a liberação da área pode resultar "em destruição dessas produções para a instalação das linhas de transmissão, esvaziando a possibilidade de uma posterior avaliação judicial do seu valor". Dantas pediu à responsável pela obra, a Xingu Rio Transmissora de Energia (XRTE), da chinesa State Grid, que mudasse o traçado da linha. A concessionária da State Grid declarou que "as propriedades interceptadas pelo empreendimento, sejam elas quais forem, estão sujeitas a constituição de servidão administrativa em prol da soberania do interesse público em detrimento do interesse privado".

Comunidades palafitas de Altamira ainda aguardam reassentamentos

Fila de dossiês

De fato, será difícil dizer se outra obra causou tanta oposição, quanto a construção da usina de Belo Monte. Da reação afirmativa de indígenas (do ataque a facão da indía Tuira à equipe da Eletronorte). Já pronto, o empreendimento continua a ser objeto de diversas ações do poder público em busca de uma compensação, sobretudo no setor ambiental.

Dois fatos recentes corroboram essa afirmação. No inicio do ano,  o Ibama  notificou a Norte Energia, para a realocação de moradores das palafitas na região da Lagoa do bairro Jardim Independente I, em Altamira (PA).  Proprietários de residências em que a interligação à rede de esgoto não é viável também devem ser reassentados. A empresa deverá elaborar um Plano de Trabalho e executar ações de mitigação dos impactos identificados no Jardim Independente I. Parecer técnico aponta que o aumento populacional a partir da emissão da Licença Prévia (LP) n° 342/2010 para a usina e a especulação imobiliária gerada pela obra foram os principais fatores para a ocupação desordenada da região da lagoa. A construção de acesso pela Prefeitura de Altamira e a falta de fiscalização municipal também agravam os impactos no bairro. Após o enchimento do reservatório, autorizado em novembro de 2015, moradores da área haviam alegado à Defensoria Pública da União (DPU) que a operação da UHE teria alterado o comportamento da água subterrânea, alagando o Jardim Independente I. Desde então, a comunidade reivindica que a empresa realize o reassentamento das famílias atingidas, que vivem em condições degradantes.

A relação entre o enchimento do reservatório e a elevação do nível da lagoa no Jardim Independente I foi descartada em parecer técnico da Diretoria de Licenciamento Ambiental do Ibama e da Agência Nacional de Águas (ANA), após análise de dados coletados em poços multinível implantados a partir da operação do empreendimento. A Prefeitura de Altamira deverá realizar a demolição das construções e a desinfecção e desinfestação, além de reparar a rede de drenagem pluvial e fiscalizar a área para evitar novas ocupações.

Equipamentos foram transportadas de balsa

Mortandade de peixes

Em outra notificação, emitida no dia 9 de março pelo Ibama à Norte Energia, o órgão determina que a empresa não realize comissionamento nem manobras de parada e partida das unidades geradoras em operação até que novo plano de mitigação de impactos à fauna aquática seja apresentado pela empresa e aprovado pela Diretoria de Licenciamento Ambiental.

Em janeiro, a realização de testes da oitava unidade geradora de Belo Monte a entrar em operação havia resultado na morte de cerca de uma tonelada de peixes. Na ocasião, o Ibama determinou por notificação a suspensão das atividades de comissionamento. Durante os testes, cardumes atraídos pela correnteza formada com o início da rotação das turbinas se aproximam do equipamento e morrem quando a velocidade aumenta. Em operação normal, a força da correnteza impede a aproximação da fauna aquática. Emitida preventivamente para impedir o comissionamento da nona turbina do empreendimento, a notificação da última sexta-feira também proíbe testes nas oito unidades geradoras que já estão em operação na UHE Belo.

Estes são apenas alguns exemplos para indicar que, uma vez superado o desafio da construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, o empreendimento deve encarar de frente outros desafios. O principal deles é de se integrar definitivamente a vida, a rotina e as necessidades das comunidades que a rodeiam respeitando as questões ambientais e sociais que a cerca. Uma vez pronto, Belo Monte passou a interferir diretamente na vida de um universo amplo de comunidades, afora sua importância para o Sistema Interligado Nacional. Quando esta convivência estiver harmonizada, talvez o país possa constatar a utilidade e necessidade da UHE Belo Monte para a sobrevivência do seu sistema de energia como um todo. Por isso, esta odisseia ainda não terminou.

Construção chegou a mobilizar 30 mil pessoas no pico

2011 – Início da obras

Foi na manhã de 5 de julho que um comboio de embarcações aportou no cais de Vitória do Xingu (PA), transportando as primeiras 37 máquinas pesadas para trabalhar na construção dos canteiros de obras pioneiros da Usina Hidrelétrica Belo Monte. Os equipamentos, adquiridos pelo Consórcio Construtor Belo Monte (CCBM), responsável pelas obras de construção da usina, saíram do porto de Belém na noite de 1º de julho, e chegaram ao destino após mais de 80 horas de viagem. O carregamento, que chegou acompanhado por duas carretas concluir o transporte das máquinas por meio de estradas vicinais, reuniu 10 tratores, sete motoniveladoras, sete rolos compactadores, cinco pás carregadeiras, cinco escavadeiras e três retroescavadeiras. Após essa primeira leva de máquinas, outras fariam o mesmo trajeto, somando cerca de 100 unidades dando início finalmente a montagem do canteiro principal da usina.

O Consórcio Construtor foi composto por 10 das maiores construtoras do País.  São elas a Camargo Corrêa, Norberto Odebrechet, OAS Ltda, Queiroz Galvão, Contern, Galvão Engenharia, Serveng-Civilsan, Cetenco e J. Malucelli, todas sob a liderança da Andrade Gutierrez. Finalmente, no dia 1º de Agosto foi outorgada pelo Ibama a licença de instalação definitiva do canteiro marcando definitivamente o inicio das obras de Belo Monte, após tantas idas e vindas.

Sucessão de desafios

Estava dada a largada, a partir do Sítio Belo Monte, em Vitória do Xingu para a maior odisseia na floresta amazônica cujos estudos e análises se arrastavam desde os anos de 1960/70.  A revista Grandes Construções noticiou a aquisição de 700 equipamentos do gênero para as obras de Belo Monte – incluídos os caminhões – que consistiram em um dos maiores, senão a maior frota de equipamentos no país. Maior hidrelétrica brasileira e a terceira maior do mundo, a construção de Belo Monte chegou ao ápice de gerar 30 mil empregos entre diretos e indiretos

Os primeiros projetos de Belo Monte começaram na década de 1980, mas foram sofrendo alterações até viabilizar-se em um modelo de usina a fio d´água, com turbinas bulbo, atendendo as demandas dos ambientalistas. A usina é a fio d’água – sua potência está diretamente associada à vazão do rio e não à queda d’água – e seu vertedouro principal apresenta uma vazão variável ao longo do ano. O projeto final optou pela construção de uma usina com potência instalada de 11.233 MW, com apenas parte desse total (4.500 MW) sendo utilizado com regularidade. Com isso, o projeto procurou atenuar os impactos ambientais, um dos principais obstáculos para sua execução.

A geração anual prevista chega a 38.790.156 MWh, o suficiente para abastecer 18 milhões de residências. Dividido em dois sítios, Pimental e Belo Monte, consiste em dois reservatórios que ocupam área total de 516 km quadrados, conectados por um canal de 20,5 km de extensão.  A Norte Energia assumiu o compromisso de manter, no trecho de vazão reduzida – na área conhecida como Volta Grande do Xingu, onde o rio faz uma grande curva – o volume mínimo de água correspondente aos períodos de seca.

O primeiro reservatório não altera o curso natural do rio, só alarga as suas margens, levando-o a ocupar, permanentemente, o mesmo espaço que atinge atualmente apenas nos períodos de cheia. Mas o segundo reservatório atingiu áreas ocupadas pela floresta, por pastagens e por áreas habitadas pela população ribeirinha. A Norte Energia S.A. teve como principal compromisso não permitir o alagamento de nenhum centímetro de terras indígenas.

Para que o fluxo mínimo seja garantido, sem comprometer a navegabilidade do Xingu e a vida das comunidades vizinhas, na época das cheias, parte da água é desviada para a usina. Já na época da seca, para manter a chamada “vazão ecológica” na Volta Grande, a usina reduz a produção de energia ou até parar.

Comunidades agora sentem efeitos da superpopulação e do desemprego

O ritmo das obras foi ditado pelo ritmo das chuvas. As obras aproveitavam a chamada janela hidrológica, que vai de julho até meados de dezembro. É nesse período de estiagem que as chuvas, abundantes na região, dão uma pequena trégua, permitindo a execução de obras de terraplanagem.

Foram quatro grandes frentes, com canteiros diferenciados: Pimental, Canais, Diques e Belo Monte, cada um com toda a infraestrutura necessária, como alojamentos, supermercado, farmácia, academia, banco, templo, cinema, escola, internet, etc. Três grandes dificuldades físicas foram vencidas de inicio: a primeira deu-se justamente na implantação da infraestrutura necessária, como a construção das rodovias de acesso, canteiros, alojamentos, porto e rede de energia e comunicação, devido as grandes distâncias e a inexistência de infraestrutura em transporte.

A segunda grande dificuldade ocorreu na execução das ensecadeiras do Rio Xingu, em função da antecipação, em 2011, da cheia do rio. Por fim, os engenheiros destacam as escavações em solo, numa região com alta taxa de precipitação pluvial durante todo ano, exigindo um trabalho preciso de planejamento, logística e acompanhamento dos processos.

Sem dúvida, soluções tecnológicas ajudaram a resolver diversos problemas logísticos. Por exemplo, a área de TI do CCBM, em parceria com a OI, desenvolveu e forneceu toda a infraestrutura de telecomunicação e dados necessária à gestão do empreendimento. No início foi utilizado um sistema via satélite; posteriormente, rádios VHF (Very high frequency); em seguida, telefonia celular e banda larga. Softwares próprios de gerenciamento foram desenvolvidos especificamente para o empreendimento, e outros adquiridos no mercado”, informa o consórcio. Outro aspecto central da usina de Belo Monte foi a grande movimentação de terra - em torno de 240 milhões de m³ de solo, quatro vezes mais que a usina de Itaipu – exigindo dimensionamento ideal de equipes e de máquinas.

Apesar dos percalços, com inúmeras paralisações, a obra alcançou um marco importante: dois milhões de m3 de rocha foram escavados no leito do Rio Xingu, na Unidade Sítio Pimental. O trabalho, iniciado na primeira quinzena de fevereiro foi concluído no final de julho. A escavação de rocha em Pimental, junto ao leito do rio, exigiu mais de mil toneladas de explosivos. Com a conclusão do processo de escavação de rocha, teve início a implantação da estrutura do Vertedouro e da Casa de Força Complementar.

Usina a fio d´água reduziu área a ser alagada, mas diminui a geração total de energia/p>

Um dos maiores desafios enfrentados pela obra foi justamente com respeito à capacitação e gestão de um verdadeiro exército de trabalhadores que passou pela obra. Para isso, foi implantado o  Centro de Capacitação Profissional do programa Capacitar para Crescer, que respondeu pela formação de  profissionais como instaladores hidráulicos, pedreiros, ferreiros, armadores, eletricistas, carpinteiros, soldadores, lubrificadores, sinalizadores e operadores de máquinas pesadas, entre outras funções, seguindo um modelo já testado e aprovado nas obras da usina de Santo Antonio e de Jirau, em Rondônia. Aliás, um dos grandes avanços do empreendimento foi a mobilização da mão de obra feminina: dos profissionais formados, 26% são mulheres, criando uma oportunidade inédita de emprego na região.

Outro grande desafio do empreendimento foi a construção do Canal de Derivação de Belo Monte. Com 16 km de extensão e vazão de adução de 13.950 m³/s, trata-se do maior canal artificial do Mundo para a geração hidrelétrica e um grande marco na engenharia brasileira dos últimos tempos.

Obra de engenharia gigantesca

Desenvolvido pela Intertechne – empresa líder do Consórcio Projetista de Belo Monte, o projeto do canal de derivação foi considerado extremamente desafiador devido as suas proporções.  A largura da extensão da base é de 210 metros; a escavação comum gerou um volume de 95.600.000 m³ e a escavação em rocha, um volume de 27.000.000 m³. “Trata-se de uma solução criativa que nossa equipe técnica encontrou visando a interligação do Reservatório Principal, localizado na calha do rio, com o Reservatório Intermediário”, explicou o engenheiro civil e gerente do projeto de Belo Monte, Rogério Piovesan.

Inicio de operação

Finalmente, em março de 2016ª, começou a operar a primeira turbina.  Em fevereiro de 2018, teve início a Operação Comercial da Unidade Geradora 08 da Casa de Força Principal, alcançando mais de 5,1 mil MW de potência instalada. No total serão 18 turbinas, cuja previsão de instalação é até 2019.

Construção da Casa de Força

A odisseia de Belo Monte, no entanto, ainda não tem data para terminar. A Norte Energia foi notificada pelo Ibama, em março deste ano, a paralisar os testes em unidades geradoras devido a morte de uma toneladas de peixes, ocorrida em janeiro, durante as ultima tentativas. A notificação proibiu a empresa de realizar novos testes e manobras de parada e partida das unidades operantes até apresentar um plano para diminuir impactos contra a fauna aquática. O projeto deve aprovado pela Diretoria de Licenciamento Ambiental. Segundo o Ibama, a rotação das turbinas atraíram cardumes que se aproximaram do equipamento.

Os animais acabam morrendo quando a velocidade aumenta. "Em operação normal, a força da correnteza impede a aproximação da fauna aquática", diz a nota do órgão. A Norte Energia alega que tem providenciado barreiras e outras soluções para dar evasão aos cardumes nas zonas próximas do tubo de sucção de unidades geradoras. A empresa informou ainda que mantém equipes de resgate de peixes, que atuam no acompanhamento das turbinas e nas manobras de comportas. Mas o Ibama informou que o aviso antecede o início dos testes da nova turbina do empreendimento, mas se aplica às outras oito unidades que já estão em operação.

É mais um capítulo dessa obra, que deve-se em grande parte a determinação de três presidentes,  Fernando Henrique Cardoso, Luis Inácio Lula da Silva e Dilma Roussef, deposta por conta do impeachment, passa por investigações da Lava Jato, é acusada pelo desequilíbrio social na região de Altamira e desequilíbrio ambiental da fauna e da flora.  Resta a Belo Monte um longo futuro para provar sua importância para a Amazônia e para o país.

Entrada do Canal de Derivação de Belo Monte, um grande desafio de engenharia

Linha de Transmissão com tecnologia inédita

Com dois meses de antecedência, o Consórcio Belo Monte Transmissora de Energia (BMTE) concluiu os testes de energização e entregou a operação do sistema elétrico o 1º Bipolo de Belo Monte, com 2.092 quilômetros de extensão, em dezembro do ano de 2017.  Esta Linha de Transmissão permite o escoamento da energia produzida na Usina Hidroelétrica Belo Monte para as cargas localizadas nos submercados do sudeste e do centro-oeste, a maior linha de transmissão de corrente contínua da América Latina.

A linha de transmissão tem tecnologia inédita no Brasil com ultra-alta tensão de 800 kV, permitindo o transporte de energia com redução de perdas. Antes do 1º Bipolo de Belo Monte, o Brasil utilizava a tensão de 600kV nos sistemas de transmissão em corrente contínua.

A Zopone Engenharia foi a empresa responsável pela construção civil e montagem eletromecânica e o prazo total foi de 20 meses. Segundo a empresa, os desafios da obra foram superados com gestão e o monitoramento do empreendimento,  com base em diversos recursos de tecnologia, além do compartilhamento de informações que envolveu diversas instituições governamentais, BMTE, acionistas do consórcio e empresas contratadas. O leilão para licitação das obras do sistema de transmissão, que interliga Xingu (PA) a Estreito (MG), e tem investimento aproximado de R$ 5 bilhões, foi realizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) em 2014. A Belo Monte Transmissora de Energia (BMTE), sociedade de propósito específico formado pelas empresas State Grid Brazil Holding S.A. (51%), Furnas Centrais Elétricas S.A. (24,5%), e Centrais Elétricas do Norte do Brasil S.A. Eletronorte (24,5%), foi a vencedora do Leilão.

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