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Revista GC - Ed.25 - Abril 2012
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Concreto Hoje

Concreto Autoadensável ganha corpo no Brasil

Tecnologia é respaldada por norma de 2010 da ABNT e deve ser mais utilizada no País, dado os seus vieses de qualidade e produtividade

A mistura de areia, cimento, água, brita e aditivos faz com que o concreto autoadensável (CAA) seja mais pesado do que o concreto convencional e, portanto, autossuficiente na finalização do assentamento. A tecnologia foi desenvolvida pelos japoneses no final da década de 1980, e consiste em uma solução que dispensa vibração ou compactação para preencher as formas metálicas. Com aplicações em âmbito mundial, o CAA também tem no Brasil um corpo de especialistas voltados a sua utilização como solução produtiva para a cadeia de concreto.

A engenheira Inês Battagin, superintendente do CB-18 - Comitê Brasileiro de Cimento, Concreto e Agregados, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), informa que o CAA é indicado para obras onde os elementos estruturais têm alta taxa de armadura, tanto para concreto moldado no local, como pré-fabricado. Com a tecnologia, pode-se ainda eliminar ou diminuir significativamente a ocorrência de falhas.

E as vantagens para a indústria de concreto não se limitam a isso. Inês acrescenta que o CAA dispensa o adensamento na concretagem, o que reduz o nível de ruído no processo produtivo e também o retrabalho em função de possíveis correções de irregularidade no acabamento das superfícies de peças pré-fabricadas, por exemplo. Apesar de muito utilizado na Europa, Ásia e Estados Unidos, a tecnologia está em adaptação no Brasil. Segundo a especialista, a principal razão é o conservadorismo de muitos dos envolvidos com o processo construtivo. “Ainda há pouca experiência prática no uso do concreto autoadensável, o que gera falta de conhecimento”, argumenta.

O engenheiro Paulo Helene, diretor da PhD Engenharia & Consultoria e professor da USP, complementa a opinião de Inês: “Infelizmente, a maioria das empresas ainda toma decisões baseadas unicamente no preço do m³ do concreto, sem considerar os demais benefícios como maior rapidez, menor demanda de mão de obra, menor ruído e menor consumo de energia, o que se reflete em sustentabilidade, maior preservação e reaproveitamento de formas de concretagem e melhores acabamentos”.

Helene acrescenta ainda outro limitador para a não adoção da tecnologia: o mau costume generalizado de subempreitar todos os serviços de obra, caso da subempreita de f


A mistura de areia, cimento, água, brita e aditivos faz com que o concreto autoadensável (CAA) seja mais pesado do que o concreto convencional e, portanto, autossuficiente na finalização do assentamento. A tecnologia foi desenvolvida pelos japoneses no final da década de 1980, e consiste em uma solução que dispensa vibração ou compactação para preencher as formas metálicas. Com aplicações em âmbito mundial, o CAA também tem no Brasil um corpo de especialistas voltados a sua utilização como solução produtiva para a cadeia de concreto.

A engenheira Inês Battagin, superintendente do CB-18 - Comitê Brasileiro de Cimento, Concreto e Agregados, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), informa que o CAA é indicado para obras onde os elementos estruturais têm alta taxa de armadura, tanto para concreto moldado no local, como pré-fabricado. Com a tecnologia, pode-se ainda eliminar ou diminuir significativamente a ocorrência de falhas.

E as vantagens para a indústria de concreto não se limitam a isso. Inês acrescenta que o CAA dispensa o adensamento na concretagem, o que reduz o nível de ruído no processo produtivo e também o retrabalho em função de possíveis correções de irregularidade no acabamento das superfícies de peças pré-fabricadas, por exemplo. Apesar de muito utilizado na Europa, Ásia e Estados Unidos, a tecnologia está em adaptação no Brasil. Segundo a especialista, a principal razão é o conservadorismo de muitos dos envolvidos com o processo construtivo. “Ainda há pouca experiência prática no uso do concreto autoadensável, o que gera falta de conhecimento”, argumenta.

O engenheiro Paulo Helene, diretor da PhD Engenharia & Consultoria e professor da USP, complementa a opinião de Inês: “Infelizmente, a maioria das empresas ainda toma decisões baseadas unicamente no preço do m³ do concreto, sem considerar os demais benefícios como maior rapidez, menor demanda de mão de obra, menor ruído e menor consumo de energia, o que se reflete em sustentabilidade, maior preservação e reaproveitamento de formas de concretagem e melhores acabamentos”.

Helene acrescenta ainda outro limitador para a não adoção da tecnologia: o mau costume generalizado de subempreitar todos os serviços de obra, caso da subempreita de formas e de concretagem. “Esses subempreiteiros também não contabilizam as melhorias do CAA e cobram por m² de forma ou m³ de concreto, com valores fixos sem considerar os benefícios institucionais, os de responsabilidade social e os indiretos”, diz.

Em função dos fatores citados, o engenheiro avalia que o CAA ainda é destinado, no Brasil, exclusivamente a obras especiais em aplicações de estruturas executadas in loco, nas quais o concreto autoadensável é indispensável. “Em outros países, o uso é amplo e generalizado. A indústria do pré-fabricado no Brasil já começou a utilizar, mas ainda de forma gradativa, podendo acelerar este processo de forma significativa em função dos benefícios que a aplicação do material pode trazer”, explica, lembrando que as edificações que mais se beneficiam do CAA são os pré-fabricados e as paredes de concreto.

O uso do concreto autoadensável pode aumentar ainda em função de um recente incentivo: a norma NBR 15823, elaborada pelo já citado CB-18, da ABNT. Publicada em abril de 2010, a normalização estabelece requisitos para a classificação desse tipo de concreto no estado fresco e determina as metodologias de ensaios para a comprovação das propriedades do CAA, além de prever seu controle em laboratório. A norma fortalece a opção pelo concreto autoadensável, reconhecido por acelerar o tempo de finalização de projeto, reduzir a mão de obra no canteiro, melhorar o acabamento da superfície e eliminar o barulho da vibração. A tecnologia permite também concretagens em peças de seções reduzidas e ainda pode aumentar a durabilidade por ser mais fácil de adensar.

As seis partes do texto da NBR 15823 foram revisadas por especialistas em concreto autoadensável de todo o País e o documento teve como referências as seguintes normativas: NBR 12655 - Concreto de Cimento Portland - Preparo, Controle e Recebimento - Procedimento; NBR 6118 - Projeto de Estruturas de Concreto - Procedimento; e também a europeia EN 206, que especifica critérios de desempenho, produção e conformidade do concreto. A informação é da engenheira Inês Battagin, superintendente do CB-18. “Seguimos a mesma linha das normas europeias, adaptando-as à nossa realidade”, explica. Ela esclarece ainda que a norma abrange concretos de massa específica normal e os grupos 1 e 2 de resistência - ou seja, inclui o concreto de alta resistência. Em sua primeira parte do texto, a NBR 15823 define os termos utilizados e classifica o material quanto ao comportamento e desempenho. Para isso, ela especifica os ensaios de realização obrigatória. Assim, na fase de dosagem, o concreto autoadensável deve passar pelos ensaios de habilidade passante na caixa L, de determinação da viscosidade por meio do método do funil V e da determinação da resistência à segregação por meio do método da coluna de segregação.

Ao chegar ao canteiro, o material deve ser submetido ainda aos ensaios de espalhamento e de habilidade passante pelo método do anel J. Os testes têm a finalidade de verificar a capacidade que o concreto tem para preencher todos os espaços entre as armaduras, consideração importante já que a tecnologia dispensa o uso de vibradores. Essa primeira parte da NBR 15823 vem acompanhada de anexo que estabelece requisitos em função da aplicação. “É um guia de orientação, não obrigatório, que prevê as exigências para alguns tipos de aplicação do concreto autoadensável”, detalha Inês. As partes de 2 a 6 da norma descrevem e detalham os ensaios exigidos.

A Associação Brasileira da Construção Industrializada de Concreto (Abcic) também esteve presente nessa comissão de norma, representada pela engenheira Íria Lícia Doniak, presidente executiva da entidade. Na ocasião, foram observados não somente aspectos do concreto para as obras convencionais, mas também a aplicação da normalização na indústria do concreto pré-fabricado em requisito específico, conforme aborda o item 6.3, que aborda Ensaios de Controle para Concreto na Indústria de Pré-moldados ou em Casos Especiais.

 

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