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Revista GC - Ed.7 - Agosto 2010
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TECNOLOGIA

Empresa nacional desenvolve sistema que facilita a instalação de dutos pela Petrobras

>No momento em que o programa de fornecedores da Petrobras para estimular a compra de produtos e serviços nacionais encontra dificuldade de expansão por conta da falta de tecnologia dos fabricantes, e deficiência na capacidade de produção em escala, uma empresa genuinamente brasileira vem se destacando como fornecedora de tecnologia para a companhia.

A Liderroll, fundada há apenas três anos, é voltada para o desenvolvimento de soluções de engenharia na área de petróleo e gás, detendo tecnologia na área de proteção de juntas e soldas para tubulações enterradas ou submersas. A empresa desenvolveu um sistema de roletes motrizes, produzidos com plásticos de alta performance, que permitem o lançamento de dutos de quaisquer diâmetros, em ambientes confinados, como túneis. Patenteado em 55 países, o sistema foi empregado recentemente na obra do Gasoduto Gasduc III, recém inaugurado, e será instalado, em outra versão, no gasoduto do Gastau (que ligará Taubaté a Caraguatatuba).

Foram lançados em 4 km de dutos do Gasduc III, no túnel sob a Serra dos Gaviões, no Rio de Janeiro. Equipados com motores transversais, os roletes motrizes serão instalados em 5 km do gasoduto do Gastau, com apenas 5 m de diâmetro.

A empresa detém ainda outras patentes registradas: a de roletes de plásticos para dutos de todos os diâmetros de alta performance; as abraçadeiras de campo para revestimentos de soldas em tubulações de qualquer diâmetro para tubos lançados em mar e os roletes de plástico especial de alta performance para equipar stingers que lançam dutos de grandes diâmetros em mar aberto, os quais estão sendo equipados na Balsa BGL 1, da Petrobrás.

Sistema alivia carga sobre ponte
A empresa forneceu para a Petrobrás uma partida de roletes que têm como objetivo aliviar a carga sobre a ponte que dá suporte aos dutos que ligam dois terminais de Gás Liquefeito de Petróleo (GLP), localizados no Rio de Janeiro. O Terminal Aquaviário da Ilha Comprida e o Terminal Aquaviário da Ilha Redonda, ambos posicionados na Baía de Guanabara, ampliam a capacidade de escoamento do GLP processado na Refinaria de Duque de Caxias (Reduc). Os dutos que vêm da unidade estão instalados sobre uma ponte que liga os dois terminais.


>No momento em que o programa de fornecedores da Petrobras para estimular a compra de produtos e serviços nacionais encontra dificuldade de expansão por conta da falta de tecnologia dos fabricantes, e deficiência na capacidade de produção em escala, uma empresa genuinamente brasileira vem se destacando como fornecedora de tecnologia para a companhia.

A Liderroll, fundada há apenas três anos, é voltada para o desenvolvimento de soluções de engenharia na área de petróleo e gás, detendo tecnologia na área de proteção de juntas e soldas para tubulações enterradas ou submersas. A empresa desenvolveu um sistema de roletes motrizes, produzidos com plásticos de alta performance, que permitem o lançamento de dutos de quaisquer diâmetros, em ambientes confinados, como túneis. Patenteado em 55 países, o sistema foi empregado recentemente na obra do Gasoduto Gasduc III, recém inaugurado, e será instalado, em outra versão, no gasoduto do Gastau (que ligará Taubaté a Caraguatatuba).

Foram lançados em 4 km de dutos do Gasduc III, no túnel sob a Serra dos Gaviões, no Rio de Janeiro. Equipados com motores transversais, os roletes motrizes serão instalados em 5 km do gasoduto do Gastau, com apenas 5 m de diâmetro.

A empresa detém ainda outras patentes registradas: a de roletes de plásticos para dutos de todos os diâmetros de alta performance; as abraçadeiras de campo para revestimentos de soldas em tubulações de qualquer diâmetro para tubos lançados em mar e os roletes de plástico especial de alta performance para equipar stingers que lançam dutos de grandes diâmetros em mar aberto, os quais estão sendo equipados na Balsa BGL 1, da Petrobrás.

Sistema alivia carga sobre ponte
A empresa forneceu para a Petrobrás uma partida de roletes que têm como objetivo aliviar a carga sobre a ponte que dá suporte aos dutos que ligam dois terminais de Gás Liquefeito de Petróleo (GLP), localizados no Rio de Janeiro. O Terminal Aquaviário da Ilha Comprida e o Terminal Aquaviário da Ilha Redonda, ambos posicionados na Baía de Guanabara, ampliam a capacidade de escoamento do GLP processado na Refinaria de Duque de Caxias (Reduc). Os dutos que vêm da unidade estão instalados sobre uma ponte que liga os dois terminais.

A Galvão Engenharia foi contratada para construir e adaptar a ponte que atualmente sustenta quatro linhas de dutos e em breve receberá mais outras duas. No futuro, algumas linhas do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) também passarão pelo local.

Quando o gás passa pelos dutos instalados sobre a ponte, o calor faz com que os tubos de aço se expandam lateralmente, forçando a estrutura de concreto da ponte. Com a possível ampliação do número de linhas no local, poderia haver a necessidade de se reforçar a fundação da ponte. “Uma estrutura nova poderia estar sendo construída em seu limite máximo de utilização”, ressaltou o presidente da Liderroll, Paulo Fernandes. O rolete convencional da empresa possibilita que a linha se mova frontalmente, mas não lateralmente. A Liderroll teve de fabricar uma peça específica, já existente em catálogo, mas que nunca tinha sido comercializada, que permite também o movimento lateral das linhas.

A empresa já fabricou 430 roletes, dos quais 90 são bi-direcionais, especificamente para o projeto. A Liderroll foi contratada em dezembro e para conseguir atender à demanda contratou férias coletivas de seus fornecedores. A fábrica da empresa, no Rio de Janeiro, trabalhou em três turnos para entregar antes do prazo todas as peças. Inicialmente, os equipamentos seriam entregues em 15 de março, mas agora Fernandes garante a entrega com 15 dias de antecedência. “Nós já tínhamos os roletes bi-direcionais em catálogo, mas nunca havia tido demanda para eles. Sabíamos que cedo ou tarde eles teriam de ser utilizados em algum projeto”. Toda a estrutura da Liderroll está voltada para cumprir este contrato.

A empresa realizou a instalação de seus roletes motrizes (motorizados) no túnel do Gasduc III, gasoduto da Petrobras que liga o município de Macaé a Duque de Caxias, responsável pelo envio do gás retirado da bacia de Campos à Reduc.

A linha teve de passar, através de um túnel, sob a Serra de Santana no município de Cachoeiras de Macacu (RJ) e os roletes motrizes permitiram que as partes que compõem o duto fossem soldadas fora do túnel, fato que proporcionou muita agilidade à obra.

Além do Gasduc III, a Liderroll já forneceu roletes para o Terminal Marítimo de Ilha Grande, (Tebig), no Rio; o Terminal Marítimo de São Sebastião (Tebar), em São Paulo; e o Terminal de GNL de Pecém, no Ceará.

A empresa já foi procurada por outras companhias de petróleo e montou um escritório em Houston, nos Estados Unidos, para atender a um potencial crescimento. Segundo Paulo Fernandes, a prioridade da empresa é atender a demanda da Petrobras, mas há negociações com a Anglo American, que está em vias de construir de 12 a 15 minerodutos no Chile. “Ainda não expandimos nossa atuação internacional de forma agressiva, por acreditarmos que ainda temos que nos consolidar aqui para depois abrirmos mercado lá fora. Mesmo assim, não descartamos negócios no exterior”, afirmou Fernandes.

Gasduc: obra contou com primeiro túnel para passagem de dutos 
Concluído no início do ano, o gasoduto Cabiúnas-Reduc III (Gasduc III), empreendimento do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), é o maior gasoduto em diâmetro da América do Sul, com 38 polegadas (equivalente a 96,5 cm). Tem a maior capacidade de transporte (40 milhões de m³/dia) entre os gasodutos brasileiros. Nessas características (diâmetro e capacidade), supera o Gasoduto Bolívia-Brasil (Gasbol), que tem 32 polegadas (81,3 cm) e capacidade de transportar 30 milhões de m³/dia de gás natural. O Gasduc III aumenta a flexibilidade na oferta e a capacidade de transporte para atender o mercado do Sudeste, região de maior consumo de gás natural do país.

Estrategicamente localizado entre Macaé e Duque de Caxias (RJ), o Gasduc III amplia a capacidade de transporte neste trecho de 16 milhões m³/dia para 40 milhões m³/dia. O gasoduto pode transportar o gás natural produzido nas bacias de Campos e Espírito Santo; o gás importado da Bolívia, que chega ao estado fluminense por meio dos gasodutos Campinas-Rio e do Japeri-Reduc; e o gás proveniente do Terminal de Regaseificação de GNL (gás natural liquefeito) da Baía de Guanabara. Com a conclusão do gasoduto Caraguatatuba-Taubaté (Gastau), ainda neste ano, o Gasduc III poderá receber o gás procedente da Bacia de Santos.

Com alta complexidade construtiva e 179 km de extensão, a obra do Gasduc III, representou um marco na engenharia nacional ao contar, pela primeira vez, com a construção de um túnel para a passagem de dutos. Construído sob a Serra de Santana no município de Cachoeiras de Macacu (RJ), na Área de Proteção Ambiental Bacia do Rio São João/Mico Leão Dourado, o túnel do Gasduc III tem 3.758 metros de extensão, 6,2m de altura e 7,2m de largura. Em extensão é maior do que o túnel Rebouças, no Rio de Janeiro, que tem 2.840 metros. A obra evitou a supressão vegetal de uma área de 125,4 mil m² de Mata Atlântica, e o material retirado foi empregado na recuperação de áreas degradas.

A linha-tronco do Gasduc III atravessa oito municípios do Rio de Janeiro (Macaé, Rio das Ostras, Casimiro de Abreu, Silva Jardim, Cachoeiras de Macacu, Guapimirim, Magé e Duque de Caxias), passando por áreas urbanas de alguns deles. Para sua construção, foram realizadas 73 travessias de rios, córregos e similares, dois furos direcionais e 56 cruzamentos de estradas, rodovias, ferrovias e faixas de dutos existentes.

 

Ele não virou suco, mas professor Pardal
O empresário Paulo Fernandes, nascido no bairro de São Cristóvão, freqüentou a escola técnica federal Cefet-RJ, passou em concurso e foi trabalhar na Petrobrás na década de 1980. Passou pelas áreas de produção, sendo um dos primeiros a trabalhar na Bacia de Campos, quando a operação chegava à profundidade máxima de 110 m – hoje é de 2000 mil m, em média. Foi transferido para o Departamento Industrial, que agrega a operação das refinarias, chegando posteriormente ao departamento de Serviços de Engenharia. Depois de 20 anos, resolveu montar o próprio negócio, testando alguns mercados, sem no entanto alcançar bom resultado. Foi quando voltou-se para a atividade-fim da Petrobrás, e a que conhecia de perto, buscando na equação de problemas do dia-a-dia uma inspiração para o desenvolvimento de soluções.

A idéia de empregar roletes para o transporte e movimentação de peças de grande porte podia até não ser uma grande novidade, mas inexistiam peças ou sistemas com geometrias apropriadas, nas dimensões adequadas ou mesmo produzidas de modo a assegurar resistência e segurança à operação.

Fernandes empregou dinheiro do próprio bolso para adquirir os polímeros a base de fibras de carbono, material que só existia na Alemanha; gastou sola de sapato e lábia para conseguir uma fábrica para produzir a primeira peça – uma vez que, sem contrato de fornecimento e sem escala, a proposta não era atrativa – e por fim convenceu a Petrobrás a abrir uma janela para testar a peça em uma de suas operações. “Foram sete anos de testes e análises diversas pela Petrobrás até o produto ser aprovado pelo controle de qualidade da empresa”, lembra Fernandes, que credita à companhia o mérito de abrir espaço para a aplicação de novos produtos. Para moldar o primeiro jogo de roletes, o empresário inspirou-se no conceito aeroviário, pautado no uso de materiais de alta resistência, com baixo peso e estruturas delgadas. “É buscar novas soluções para velhos problemas”, diz, destacando que o conjunto testado pela Petrobrás ainda hoje está em operação.

Com o sistema aprovado pela companhia, Fernandes de imediato patenteou a solução não somente no Brasil, mas em outros países, e hoje colhe o resultado do sucesso, com o assédio quase diário de outras companhias que oferecem parcerias ou fazem proposta pela compra da Liderrol. Com apenas três anos, o faturamento da empresa saiu de R$ 2 mi para R$ 160 mi, o número de funcionários pulou de 20 para 90, e foi aberto outro escritório, em Houston, Estados Unidos.

A empresa tem atendido diversas consultas e convites para dar conta de demandas específicas no exterior. Paulo Fernandes fala com entusiasmo, mas com cautela. “Foi uma trajetória muito rápida. Muitas empresas estrangeiras me procuram para sociedade, mas é preciso levar em conta muita coisa, meus funcionários, por exemplo. As empresas de fora não entendem isso”, diz ele, que faz questão de reforçar sua origem carioca, de São Cristóvão, quando alguém lhe pergunta se é de São Paulo. “São Paulo tem muita coisa. Mas é hora do Rio de Janeiro mostrar seu valor também e acho que estamos fazendo nossa parte”.

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