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Revista GC - Ed.3 - Abril 2010
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Petróleo e gás - gasodutos

Gasene integra a malha de gasodutos no Brasil

A exemplo do que já existia com a energia elétrica, que conta com um sistema interligado de transmissão de 96% de toda a produção da eletricidade gerada pelas empresas das regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste, Nordeste e parte da região Norte, o Brasil agora conta com uma malha de integração que permite aumentar significativamente a oferta e o consumo de gás natural em todo o País, imprimindo maior confiabilidade ao suprimento e aumentando a flexibilidade operacional para atendimento aos mercados térmico e não térmico. Essa integração foi viabilizada com a inauguração, no final de março, do Gasoduto da Integração Sudeste Nordeste (Gasene), maior gasoduto em extensão construído no Brasil, nos últimos 10 anos.

Considerada uma das principais obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do governo federal, o Gasene tem 1.387 km, 28 polegadas e capacidade para transportar 20 milhões m³/dia de gás natural. É o principal empreendimento para expansão da malha de transporte de gás natural do País entre 2003 e 2010, período em que a rede de gasodutos de transporte brasileira passou de 5.451 km para 9.219 km. Acima de tudo isso, sua importância é estratégica: ele tem a função de romper uma fronteira gasífera existente no Brasil, onde se tinha, de um lado, o Sudeste, onde estão situados os principais campos produtores e o maior mercado consumidor, e, de outro, o Nordeste, que produz gás natural em quantidade insuficiente para permitir o crescimento do mercado. Agora, o gás natural produzido na região Sudeste (bacias de Campos, Santos e Espírito Santo), importado da Bolívia ou regaseificado no terminal de gás natural liquefeito (GNL) da Baía de Guanabara pode chegar aos estados do Nordeste.

Construção exigiu combinação de tecnologias
As obras foram executadas pelo Consórcio Gascac, formado pelas empresas Mendes Júnior, grupo Azevedo & Travassos, Bueno Engenharia e Construção, Companhia Nacional de Dutos e GDK. O EPCista do projeto foi a empresa chinesa Sinopec. Cerca de 47 mil trabalhadores atuaram na construção, que exigiu investimentos da ordem de R$ 8,8 bilhões, incluindo as estações de compressão de gás. As obras do gasoduto da integração foram divididas em tr


A exemplo do que já existia com a energia elétrica, que conta com um sistema interligado de transmissão de 96% de toda a produção da eletricidade gerada pelas empresas das regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste, Nordeste e parte da região Norte, o Brasil agora conta com uma malha de integração que permite aumentar significativamente a oferta e o consumo de gás natural em todo o País, imprimindo maior confiabilidade ao suprimento e aumentando a flexibilidade operacional para atendimento aos mercados térmico e não térmico. Essa integração foi viabilizada com a inauguração, no final de março, do Gasoduto da Integração Sudeste Nordeste (Gasene), maior gasoduto em extensão construído no Brasil, nos últimos 10 anos.

Considerada uma das principais obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do governo federal, o Gasene tem 1.387 km, 28 polegadas e capacidade para transportar 20 milhões m³/dia de gás natural. É o principal empreendimento para expansão da malha de transporte de gás natural do País entre 2003 e 2010, período em que a rede de gasodutos de transporte brasileira passou de 5.451 km para 9.219 km. Acima de tudo isso, sua importância é estratégica: ele tem a função de romper uma fronteira gasífera existente no Brasil, onde se tinha, de um lado, o Sudeste, onde estão situados os principais campos produtores e o maior mercado consumidor, e, de outro, o Nordeste, que produz gás natural em quantidade insuficiente para permitir o crescimento do mercado. Agora, o gás natural produzido na região Sudeste (bacias de Campos, Santos e Espírito Santo), importado da Bolívia ou regaseificado no terminal de gás natural liquefeito (GNL) da Baía de Guanabara pode chegar aos estados do Nordeste.

Construção exigiu combinação de tecnologias
As obras foram executadas pelo Consórcio Gascac, formado pelas empresas Mendes Júnior, grupo Azevedo & Travassos, Bueno Engenharia e Construção, Companhia Nacional de Dutos e GDK. O EPCista do projeto foi a empresa chinesa Sinopec. Cerca de 47 mil trabalhadores atuaram na construção, que exigiu investimentos da ordem de R$ 8,8 bilhões, incluindo as estações de compressão de gás. As obras do gasoduto da integração foram divididas em três trechos: Cacimbas-Vitória (130 km), Cabiúnas-Vitória (303 km) e Cacimbas-Catu (954 km) e o traçado cortou 70 municípios – cinco no Rio de Janeiro, 17 no Espírito Santo e 48 na Bahia.

Para concluir esse longo traçado e vencer desafios construtivos, foram adotadas diversas tecnologias especiais. Nas áreas de terreno rochoso, localizadas entre as cidades de Ipiaú e Itabuna, por exemplo, foi utilizado o processo de detonação de rochas com uso de explosivos, de forma controlada e localizada. Esse método substituiu o processo tradicional de abertura de vala.

Já nos trechos de travessias de rios (mais de 150 em todo o traçado) foi utilizado o método de furos direcionais. Nos cruzamentos de rodovias e ferrovias foram construídas cerca de 90 obras-de-arte especiais. Parte do traçado divide a faixa com a Orsub, poliduto da Petrobras que liga Salvador a Itabuna, no transporte de derivados de petróleo (gasolina, diesel e GLP).

Outra novidade foi o uso do Pipe Sak, método alternativo à concretagem de dutos, no qual se utiliza sacos de polipropileno trançado, preenchidos com britas e cintados aos dutos para impedir flutuabilidade em áreas alagáveis.

Também, pela primeira vez no País, foi utilizado o Vacuum Lift, equipamento que faz içamento de dutos por meio de sucção a vácuo, dispensando o uso de cabos de aço e cintas. Usado no trecho entre as cidades de Valença e Catu, o Vacuum Lift reduziu o tempo de içamento das tubulações, de 28 polegadas, de 10 minutos para 25 segundos.

Energia limpa para o Nordeste
No começo de sua operação, o Gasene parte com capacidade de transporte de 10 milhões m³/dia, que será ampliada, por meio de estações de compressão, à medida que o mercado cresça. Os 20 milhões m³/dia correspondem ao dobro do consumo médio da região Nordeste no ano de 2009, que foi de 9,8 milhões m³/dia (21,5% do consumo nacional de gás natural).

Fundamental para a função integradora entre as duas regiões, o Cacimbas-Catu interliga a Estação de Tratamento de Gás de Cacimbas, em Linhares (ES), à Estação de Distribuição de Gás de Catu, em Pojuca (BA), local onde se configura o Hub 1 (ponto de encontro de diferentes gasodutos). Em Pojuca, o Gasene se interliga ao gasoduto Catu-Pilar. É por essa infraestrutura, agora integrada, que o gás natural é levado aos estados de Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará.

Ao longo de seu traçado, o Gasene tem oito pontos de entrega (Itabuna, Eunápolis e Mucuri, na Bahia; Cachoeiro de Itapemirim, Anchieta, Viana e Vitória, no Espírito Santo; e Campos de Goytacazes, no Rio de Janeiro) e três estações de compressão (Piúma e Aracruz, no Espírito Santo, e Prado, na Bahia).

Os pontos de entrega permitem que o gás natural chegue a novos mercados e promova a interiorização do uso do produto. Exemplo disso é o atendimento ao mercado de Itabuna. Um acordo comercial, assinado no último dia 1º de março entre Petrobras e Bahiagás – distribuidora de gás natural da Bahia –, permite antecipação da entrega do gás natural no sul da Bahia.

Os três primeiros clientes do gás transportado pelo Gasene no Sul da Bahia são as indústrias Trifil (têxtil) e Nestlé (alimentício) e o Posto Universal (GNV), todos localizados em Itabuna. Na mesma data, os três clientes assinaram contrato com a Bahiagás e com a Companhia de Distribuição de Gás Natural (CDGN). A distribuidora estadual é responsável pelo fornecimento do gás natural e a CDGN, pela compressão e transporte do combustível, via carreta, até os consumidores finais. A CDGN fará a entrega do gás até o último trimestre de 2010, quando a Bahiagás terá concluído a construção do ramal de distribuição que receberá o gás no ponto de entrega do Gasene, em Itabuna, levando-o aos consumidores finais.

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