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Revista GC - Ed.29 - Agosto 2012
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Entrevista

Levando o mar para dentro do continente

Dragas trabalham dia e noite, na abertura de canal de acesso, com 6,5 km de extensão, para levar o mar até o local onde está sendo construído o novo terminal e estaleiro do grupo EBX

Nesta edição, a Grandes Construções promoveu um ping-pong duplo, para levar aos seus leitores detalhes sobre dois empreendimentos que tomam corpo, com a proposta de revitalizar a indústria naval brasileira, fortalecer a infraestrutura de logística do País e ainda gerar empregos e estimular o desenvolvimento no norte do Rio de Janeiro e, por consequência, no Brasil.

Trata-se da construção do segundo terminal multiuso da LLX, localizado no Superporto de Açu, e da Unidade de Construção Naval (UCN), o novo estaleiro da OSX. As empresas são, respectivamente, o braço de Logística e a empresa da indústria naval offshore, do Grupo EBX, do empresário Eike Batista. São nossos entrevistados os engenheiros Luiz Otávio de Amorim, gerente geral de Engenharia da LLX, e Ivo Dworschak Filho, gerente Executivo da UCN.

Luiz Otávio de Amorim fala do andamento das obras do TX2, o segundo terminal portuário, onshore, que faz parte do complexo portuário de Açu. Fala também das obras de abertura do canal de acesso, que permitirá a instalação, no local, do novo estaleiro.

O canal de acesso terá um total de 6,5 km de extensão, 300 metros de largura e profundidade de 18 metros no início e 10,5 metros no fim – profundidades necessárias para o trânsito de navios supply. Às margens do canal, serão instaladas várias empresas para apoio, fornecedoras de peças, componentes e serviços para a indústria offshore; o Terminal Multiuso da LLX, e aquele que segundo o grupo EBX, será o mais moderno estaleiro da América Latina.

Com obras iniciadas em agosto do ano passado, o canal já conta com 2.500 metros de extensão, oito metros de profundidade e mais de 250 metros de largura. Atualmente, estão sendo executadas as dragagens do canal e das cavas de fundação, primeiro passo para o assentamento dos blocos de concreto para construção do quebra-mar do TX2 e da UCN.

Ivo Dworschak Filho fala especificamente do estaleiro da OSX, concebido para ser o mais moderno complexo da indústria naval das Américas. Ele foi dimensionado para apoiar o desenvolvimento do País na área de exploração e produção de petróleo e gás. Nele, serão processados materiais metálicos para a construção de novas unidades de exploração e produção de petróleo e gás, como FPSO (Unidade


Nesta edição, a Grandes Construções promoveu um ping-pong duplo, para levar aos seus leitores detalhes sobre dois empreendimentos que tomam corpo, com a proposta de revitalizar a indústria naval brasileira, fortalecer a infraestrutura de logística do País e ainda gerar empregos e estimular o desenvolvimento no norte do Rio de Janeiro e, por consequência, no Brasil.

Trata-se da construção do segundo terminal multiuso da LLX, localizado no Superporto de Açu, e da Unidade de Construção Naval (UCN), o novo estaleiro da OSX. As empresas são, respectivamente, o braço de Logística e a empresa da indústria naval offshore, do Grupo EBX, do empresário Eike Batista. São nossos entrevistados os engenheiros Luiz Otávio de Amorim, gerente geral de Engenharia da LLX, e Ivo Dworschak Filho, gerente Executivo da UCN.

Luiz Otávio de Amorim fala do andamento das obras do TX2, o segundo terminal portuário, onshore, que faz parte do complexo portuário de Açu. Fala também das obras de abertura do canal de acesso, que permitirá a instalação, no local, do novo estaleiro.

O canal de acesso terá um total de 6,5 km de extensão, 300 metros de largura e profundidade de 18 metros no início e 10,5 metros no fim – profundidades necessárias para o trânsito de navios supply. Às margens do canal, serão instaladas várias empresas para apoio, fornecedoras de peças, componentes e serviços para a indústria offshore; o Terminal Multiuso da LLX, e aquele que segundo o grupo EBX, será o mais moderno estaleiro da América Latina.

Com obras iniciadas em agosto do ano passado, o canal já conta com 2.500 metros de extensão, oito metros de profundidade e mais de 250 metros de largura. Atualmente, estão sendo executadas as dragagens do canal e das cavas de fundação, primeiro passo para o assentamento dos blocos de concreto para construção do quebra-mar do TX2 e da UCN.

Ivo Dworschak Filho fala especificamente do estaleiro da OSX, concebido para ser o mais moderno complexo da indústria naval das Américas. Ele foi dimensionado para apoiar o desenvolvimento do País na área de exploração e produção de petróleo e gás. Nele, serão processados materiais metálicos para a construção de novas unidades de exploração e produção de petróleo e gás, como FPSO (Unidade Flutuante de Produção, Armazenamento e Descarga), plataformas fixas de exploração e TLWP (Plataformas flutuantes com casco fixo tensionado), bem como navios-sonda e plataformas semissubmersíveis.

Dworschak Filho revela que já no primeiro trimestre de 2013 está prevista a entrada em operação da primeira etapa do empreendimento, para atender a uma carteira de pedidos da OSX, que já conta com embarcações destinadas à produção de petróleo e gás no Brasil. “Para quem não entende de construção naval, o que estamos fazendo aqui é impensável. Estamos construindo um estaleiro de ponta, de alta tecnologia, em terra firme, no continente, para somente no final trazermos o mar para banhar esse estaleiro”, comenta o engenheiro, entusiasmado com o projeto.

Atualmente em obra, o TX2 terá terminais para atracação de navios de granéis sólidos, produtos siderúrgicos, carvão, ferro-gusa, escória e granito, além de granéis líquidos, carga geral e veículos. Pelo cais do TX2 também passarão equipamentos e materiais destinados ao uso na exploração e produção de óleo e gás, jaquetas e módulos para unidades offshore. O TX2 oferecerá ainda uma área de frente para o canal interno de águas abrigadas, com 1,7 milhão de metros quadrados para aluguel a empresas de apoio às atividades offshore de petróleo e gás.

As obras do TX2 e do novo estaleiro acontecem paralelamente à construção do primeiro terminal, o TX1 (offshore), também no complexo portuário de Açu, dedicado à exportação de minério de ferro e petróleo. Juntos, o TX1 e o TX2 poderão abrigar até 40 berços e 17 km de píer, dando ao Superporto do Açu capacidade para movimentar até 350 milhões de toneladas de carga por ano, posicionando-se entre os três maiores portos do mundo.

Grandes Construções – Em que etapa do projeto estão concentradas as obras, neste momento?

Luiz Otávio de Amorim – Os trabalhos estão se concentrando em duas frentes paralelas. Em uma delas no TX2, o terminal onshore do Superporto do Açu, estamos trabalhando na construção do Molhe Norte e do Molhe Sul. Estamos dando prioridade para o Molhe Norte porque em setembro deste ano chegarão os primeiros caixões de concreto que serão usados na montagem do quebra-mar. Esses primeiros caixões estão sendo construídos no Porto do Forno, em Arraial do Cabo (RJ), com o Kugira (N.R.: maior dique flutuante da Europa e que está na América Latina pela primeira vez, para a fabricação desses caixões de concreto). Cada um deles tem 66 m de comprimento, 24 m de largura, 21 m de altura e 18 mil toneladas, dimensões equivalentes a um prédio de sete andares. Paralelamente a isso, prosseguem os trabalhos de abertura do canal de acesso para o TX2, na parte interna. Nessa etapa das obras nós já chegamos hoje a 2.500 metros de extensão, com cerca de 300 metros de largura.

GC – Quando as obras do canal deverão ser completadas?

Luiz Otávio – Dentro do ritmo atual das obras, a tendência é chegarmos a fevereiro do ano que vem com praticamente todo o canal completo.

GC – Quantas dragas trabalham na abertura do canal?

Luiz Otávio – Nós estávamos com três dragas trabalhando. Uma delas é do tipo cutter head, responsável pela sucção e recalque, para a execução de aterro hidráulico. Essa draga cutter tem a capacidade de retirada de 1 milhão e 200 mil metros cúbicos de areia por mês. As demais são do tipo Hopper, que levam o material de dragagem, que não é utilizável para a construção civil, para depósito no mar, a uma distância aproximada de 20 milhas. Mas no começo do mês de agosto chegou mais uma draga cutter, esta com capacidade para bombear material bom para construção, para fazer aterro, a uma distância de oito quilômetros.

GC – Qual o total dragado previsto até a conclusão da abertura do canal de acesso?

Luiz Otávio – Esse total previsto e de cerca de 50 milhões de metros cúbicos de material dragado. Desse total, metade, aproximadamente, deverá ser utilizada como aterro hidráulico, material de terraplenagem para a área industrial do complexo do Superporto do Açu.

GC – Quando o estaleiro entra em operação?

Ivo Dworschak Filho – A previsão para a entrada em operação parcial é no primeiro trimestre de 2013.

GC – Pelo que sabemos, o estaleiro nem está pronto, mas já conta com uma carteira de encomendas considerável. Qual o tamanho dessa carteira e o que isso representa para o projeto?

Ivo Dworschak Filho – Hoje, nós temos firmes contratados, cinco FPSOs FPSO (Floating Production Storage and Offloading); quatro plataformas fixas do tipo WHPs (Wellhead); 11 navios MRs, que são embarcações tipo tanques, com capacidade em torno de 50 mil toneladas; e um navio tipo PLSV (Pipelay Support Vessel), especializado na instalação de tubulações submarinas. É um total de 21 unidades, o que é uma situação muito confortável, por um lado, mas é também bastante desafiadora, se pensarmos que começamos a movimentar terreno em julho de 2011 e que a construção de um estaleiro implica numa série de condicionantes a serem atacados, é um trabalho a céu aberto. E apesar disso temos uma série de contratos assinados com empresas estrangeiras, cobrando a nossa performance, com cláusulas de multa.

GC – Quantos funcionários estão trabalhando no canteiro?

Ivo Dworschak Filho – Hoje, nós estamos com 350 funcionários e estamos investindo na formação de mão de obra. Formalizamos uma forte parceria com a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) e com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), em Campos e em São João da Barra, formando mão de obra da região, para aproveitamento no estaleiro. Estamos recrutando essa mão de obra – em uma primeira chamada tivemos cerca de 20 mil candidatos e estamos hoje treinando essa garotada nova, que vai ter de aprender não só a construção naval convencional, como também algumas peculiaridades específicas desse empreendimento, que tem seu foco na automação. Portanto, esses jovens vão ser treinados também em automação, que é o diferencial da competitividade.

GC – Quando o estaleiro estiver funcionando em sua capacidade plena, demandará que volume de mão de obra?

Ivo Dworschak Filho – Para o funcionamento em capacidade plena, estimamos uma demanda de cerca de 10 mil empregos diretos, mas imaginamos que para cada vaga criada dentro do cluster naval, estaremos gerando três ou quatro outros empregos indiretos, fora. Isso é uma condição extraordinária para o desenvolvimento da região e do Brasil como um todo. Serão parceiros nossos, fora desse cluster, que vão fabricar peças, equipamentos, prestar serviços e apoio para cá. O primeiro “boom” que identificamos é no setor da construção civil, que provocou praticamente a exaustão dos recursos disponíveis na região. É praticamente impossível encontrar por aqui mestres de obras, pedreiros, especialistas em formas, pintores, etc. Há uma demanda muito forte. A área de serviços, de hotelaria e alimentação, por exemplo, também se beneficia diretamente com o empreendimento. Já se percebe uma onda de progresso e prosperidade varrendo a região de influência do complexo.

 

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