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Revista GC - Ed.72 - Agosto 2016
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Editorial

Por uma solução econômica para nosso patrimônio arquitetônico

A revista Grandes Construções de agosto aborda com destaque o processo de retrofit em dois prédios do Centro Antigo de Salvador (BA), como parte de um amplo programa de requalificação da região. Local onde se concentra um conjunto arquitetônico de grande valor histórico, o Centro Antigo da capital baiana já foi um poderoso polo turístico e econômico da cidade, até mergulhar, nas últimas décadas, em franco processo de decadência, fruto da migração das atividades econômicas para outras regiões e do abandono pelo poder público.

O termo retrofit costuma ser usado com frequência por arquitetos, construtores e decoradores como sinônimo de reforma. Mas, numa análise mais técnica, fazer um retrofit deve ser entendido como promover a renovação e atualização de um imóvel, mantendo as suas características intrínsecas, tendo como principais compromissos a preservação da memória e da história de uma região, a manutenção do patrimônio histórico e cultural de uma cidade.

O retrofit passou a ser usado, também, como uma opção de melhoria do patrimônio em áreas de potencial construtivo esgotado, como as regiões centrais de algumas metrópoles, criando a possibilidade de novas funções e utilizações para os prédios recuperados.

Sua motivação principal deve ser a revitalização desses edifícios antigos – ou até mesmo de regiões inteiras – aumentando sua vida útil com o emprego de tecnologias avançadas e materiais modernos. Um dos maiores desafios do processo é, portanto,


A revista Grandes Construções de agosto aborda com destaque o processo de retrofit em dois prédios do Centro Antigo de Salvador (BA), como parte de um amplo programa de requalificação da região. Local onde se concentra um conjunto arquitetônico de grande valor histórico, o Centro Antigo da capital baiana já foi um poderoso polo turístico e econômico da cidade, até mergulhar, nas últimas décadas, em franco processo de decadência, fruto da migração das atividades econômicas para outras regiões e do abandono pelo poder público.

O termo retrofit costuma ser usado com frequência por arquitetos, construtores e decoradores como sinônimo de reforma. Mas, numa análise mais técnica, fazer um retrofit deve ser entendido como promover a renovação e atualização de um imóvel, mantendo as suas características intrínsecas, tendo como principais compromissos a preservação da memória e da história de uma região, a manutenção do patrimônio histórico e cultural de uma cidade.

O retrofit passou a ser usado, também, como uma opção de melhoria do patrimônio em áreas de potencial construtivo esgotado, como as regiões centrais de algumas metrópoles, criando a possibilidade de novas funções e utilizações para os prédios recuperados.

Sua motivação principal deve ser a revitalização desses edifícios antigos – ou até mesmo de regiões inteiras – aumentando sua vida útil com o emprego de tecnologias avançadas e materiais modernos. Um dos maiores desafios do processo é, portanto, a compatibilização da arquitetura original com soluções mais eficientes em instalações elétricas e hidráulicas, sistemas de circulação de ar, elevadores, proteção contra incêndio, itens de acessibilidade e demais melhorias encontradas nos prédios modernos. Isso sem falar no reforço de estrutura, quando necessário, utilizando métodos construtivos inovadores.

Um bom projeto de retrofit deve, também, levar em conta os princípios da sustentabilidade ainda durante as obras, de forma a amenizar os impactos à natureza, reduzir o máximo possível a geração de resíduos e utilizar com eficiência os bens naturais como água e energia.

Na maior parte dos casos, o retrofit acaba saindo mais caro do que derrubar o antigo edifício e construir um novo. Mas quando se trata de preservar o patrimônio histórico, esse custo é absorvido pelos responsáveis pelo projeto. Porém, não precisa ser assim. Um retrofit bem planejado, projetado e executado poderá manter o imóvel constantemente atualizado, aumentando sua vida útil, diminuindo custos com manutenção e aumentando suas possibilidades de uso. E os custos adicionais acabam sendo diluídos ao longo do tempo, graças aos ganhos em eficiência energética, sustentabilidade e funcionalidade.

As conclusões sobre a viabilidade econômica do projeto vão depender de uma análise muito criteriosa. A avaliação dos custos por parâmetros convencionais pode conduzir a equívocos, desconsiderando tanto valores mensuráveis quanto benefícios intangíveis, tais como a própria valorização do patrimônio histórico e cultural da cidade.

Longe de ser um mero exercício estético, o retrofit ecoeficiente passou a ser reconhecido como uma obrigação com o futuro do planeta e com a preservação do melhor da história da nossa engenharia e arquitetura.

Paulo Oscar Auler Neto

Vice-presidente da Sobratema

 

 

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