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Revista GC - Ed.68 - Abril 2016
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Portos - Pecém

Porto do Pecém: projeto sólido de crescimento

Localização estratégica e infraestrutura moderna e adequada poderão elevar o porto cearense ao status de hub de cargas em nível nacional, tornando-o um dos mais competitivos do Brasil

Uma parte importante do Plano Estadual de Logística e Transportes do Ceará (PELT) tem como foco a capacitação do Porto de Pecém para contribuir para o desenvolvimento econômico do estado. Estão em curso, neste momento, as obras da segunda expansão do Porto, que irão atender, sobretudo, às demandas da Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP), hoje com cerca de 75% de execução concluída, segundo informou a Secretaria da Infraestrutura do Ceará (Seinfra). A previsão é de que o empreendimento inicie suas operações neste semestre.

As obras no Porto, de responsabilidade do Governo do Estado, incluem a ampliação do quebra-mar, a construção de berços de atracação, a implantação de uma correia transportadora de minério, além de uma nova ponte de acesso ao quebra-mar.

Mesmo antes da conclusão da CSP, os produtos siderúrgicos já constituem a principal carga geral não conteinerizada, movimentada pelo terminal portuário. Em particular, bobinas e chapas de aço. Já a carga conteinerizada é constituída essencialmente por produtos frigorificados (frutas e pescados), além de produtos industrializados.

Vale destacar uma carga especial, que vem crescendo em demanda, na movimentação no porto. Trata-se das pás eólicas para as usinas de produção de energia a partir da captação dos ventos, que se multiplicam no Ceará. Essa é uma carga de difícil operação e que não é traduzida em alta tonelagem.

O porto tem ainda dedicado boa parte de sua atividade à atracação e serviço dos barcos de apoio marítimo, que servem às plataformas que exploram o petróleo na plataforma continental.

Entre os segmentos que ganharam destaque em 2015, no que se refere a exportação, estão as frutas, que cresceram 43%, quando comparado ao ano de 2014; produtos minerais como sal, enxofre, terras, pedras, gesso etc (55%); ferro fundido; ferro e aço (320%); peles e couros (35%); e algodão (33%) .

Em relação à importação, ganharam destaque os combustíveis e óleos minerais, matérias betuminosas e ceras minerais e adubos e fertilizantes.

Complexo Industrial do Pecém

Em 2015, registrou-se uma queda de 15% na movimentação de cargas no Porto do Pecém, quando comparado ao ano de 2014. Mas 2016 começou com res


Uma parte importante do Plano Estadual de Logística e Transportes do Ceará (PELT) tem como foco a capacitação do Porto de Pecém para contribuir para o desenvolvimento econômico do estado. Estão em curso, neste momento, as obras da segunda expansão do Porto, que irão atender, sobretudo, às demandas da Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP), hoje com cerca de 75% de execução concluída, segundo informou a Secretaria da Infraestrutura do Ceará (Seinfra). A previsão é de que o empreendimento inicie suas operações neste semestre.

As obras no Porto, de responsabilidade do Governo do Estado, incluem a ampliação do quebra-mar, a construção de berços de atracação, a implantação de uma correia transportadora de minério, além de uma nova ponte de acesso ao quebra-mar.

Mesmo antes da conclusão da CSP, os produtos siderúrgicos já constituem a principal carga geral não conteinerizada, movimentada pelo terminal portuário. Em particular, bobinas e chapas de aço. Já a carga conteinerizada é constituída essencialmente por produtos frigorificados (frutas e pescados), além de produtos industrializados.

Vale destacar uma carga especial, que vem crescendo em demanda, na movimentação no porto. Trata-se das pás eólicas para as usinas de produção de energia a partir da captação dos ventos, que se multiplicam no Ceará. Essa é uma carga de difícil operação e que não é traduzida em alta tonelagem.

O porto tem ainda dedicado boa parte de sua atividade à atracação e serviço dos barcos de apoio marítimo, que servem às plataformas que exploram o petróleo na plataforma continental.

Entre os segmentos que ganharam destaque em 2015, no que se refere a exportação, estão as frutas, que cresceram 43%, quando comparado ao ano de 2014; produtos minerais como sal, enxofre, terras, pedras, gesso etc (55%); ferro fundido; ferro e aço (320%); peles e couros (35%); e algodão (33%) .

Em relação à importação, ganharam destaque os combustíveis e óleos minerais, matérias betuminosas e ceras minerais e adubos e fertilizantes.

Complexo Industrial do Pecém

Em 2015, registrou-se uma queda de 15% na movimentação de cargas no Porto do Pecém, quando comparado ao ano de 2014. Mas 2016 começou com resultado positivo. Apenas em janeiro, foi registrado um aumento de 8% nas importações e exportações, em relação a janeiro de 2015. Ao todo, mais de 700 mil toneladas foram movimentadas pelo terminal.

Contribuíram para este aumento, as importações de carvão mineral (453,9 mil toneladas) e de produtos siderúrgicos (85,2 toneladas). Com relação às exportações, que cresceram 87% no período, totalizando 126,5 mil toneladas, o destaque foi o minério de ferro, com 40,2 mil toneladas.

E a expectativa é de que a performance deste ano seja melhor ainda, já que a CSP começa a funcionar e vai movimentar mais de 3 milhões de toneladas somente de placas de aço, fora a matéria-prima. Além disso, a Cearáportos, com o apoio do Governo do Estado, está buscando mais parcerias e investimentos para o Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP). Situado na retro área do porto o Complexo pode ser caracterizado, resumidamente, da seguinte forma:

Área total: 33.500 ha;

O Setor 1 incluirá a Termelétrica (PPGE) e Siderúrgica (CSP);

O Setor 2 incluirá a Refinaria e o Polo Petroquímico/Distribuidora de Derivados;

O Setor 3 incluirá o Polo Petroquímico e o Polo Eletrometalmecânico;

O Setor 4 incluirá a Área Institucional, ZPE e Termelétricas;

O TIC incluirá o Terminal Intermodal de Cargas. O TIC deverá incluir o parque de tanques, que será transferido em parte do Porto de Fortaleza para o do Pecém.

Logística intermodal

Por enquanto, apenas a rodovia CE-155, com 22 km de extensão e 12 m de largura, interliga o Terminal Portuário à BR-222 e deverá ser duplicada. Há uma rede de rodovias dentro do Complexo Industrial e Portuário do Pecém baseada no seu Plano Diretor Básico.

Além disso, um ramal ferroviário, com 22 km de extensão, interliga o porto à linha da Transnordestina Logística, ligando Fortaleza a São Luís (MA). Haverá a adição da bitola de 1,60 m à bitola de 1,00 m, existente atualmente.

A integração intermodal Porto - Ferrovia é de vital importância para o desenvolvimento econômico da região. A Transnordestina é uma ferrovia que liga os portos de Pecém (CE) e Suape (PE) ao cerrado do Piauí, no município de Eliseu Martins, um total de 1.728 km. O objetivo é elevar a competitividade da produção agrícola e mineral da região com uma moderna logística que une uma ferrovia de alto desempenho e portos de calado profundo que podem receber navios de grande porte. No território cearense os serviços foram divididos em três trechos: Missão Velha-Acopiara (183 km); Piquet Carneiro-Quixadá (179,2 km); e Itapiúna-Porto do Pecém (164,3 km), totalizando 526,5 km de ferrovia.

A implantação da Ferrovia Transnordestina prevê um investimento de R$ 6,5 bilhões. A construção da ferrovia permitirá a integração da estrutura produtiva do Nordeste com as demais regiões brasileiras a partir da união de três pontos do sistema ferroviário do Nordeste - Missão Velha (CE), Salgueiro (PE) e Petrolina (PE).

Investindo para crescer

Para atender ao crescimento da demanda a partir do incremento do transporte ferroviário e com o início da operação da siderúrgica no Complexo Industrial, Pecém realizou diversos investimento como a construção de uma nova ponte de acesso aos píeres para transportes das placas; uma nova rodovia que liga a CSP ao Porto do Pecém; a aquisição de novos descarregadores de placas e carregadores de minério de ferro; além da construção de uma nova correia que será exclusiva para minério de ferro.

Como essa correia exclusiva ainda está sendo finalizada, neste primeiro momento, o minério de ferro que chegou para a siderúrgica foi descarregado no Terminal de Múltiplas Utilidades (TMUT), com o uso de moegas, grabs e caminhões.

Pecém é um terminal offshore, sem canal de acesso oficialmente definido. Os píeres são protegidos por um quebra-mar de pedras em forma de L, que já foi ampliado na direção Leste-Oeste. Uma ponte de acesso liga o continente ao sistema de píeres com as seguintes características:

Comprimento total de 2.160 m;

Comprimento até o Píer 1 com 1.800 m;

Largura da faixa de rolamento de 7,20 m;

• Faixa lateral para pedestre de 1,50 m;

Lateral esquerda - suporte para correia transportadora;

Lateral direita - tubulações (dutovia).

Outra característica do porto são as facilidades de armazenagem existentes. Ele oferece um pátio de estocagem de contêineres com 380.000 m²; dois armazéns, um com 6.250 m² (125 m x 50 m) e outro com 10.000 m² (200 m x 50 m). Há, ainda, um armazém para cargas perigosas com 325 m² (13 m x 25 m) e 114 tomadas para contêineres refrigerados.

Dois armazéns infláveis encontram-se na retaguarda do Terminal de Múltiplo Uso (TMUT) para receber o clínquer de uma empresa importadora e reduzir a dependência dos navios com respeito à disponibilidade de caminhões.

Uma área externa de estocagem foi cedida à Globest para o armazenamento de minério de ferro destinado à exportação.

Obras em andamento

De acordo com a Seinfra, o berço 8, que servirá para atracação de navios cargueiros e porta-contêineres, foi concluído em março. Já o berço 9, com a mesma finalidade, está na fase final de obras, devendo ser entregue em maio. Estes equipamentos serão voltados para operação da CSP e de cargas em geral. O berço 7, concluído em setembro de 2015, também irá atender à siderúrgica.

As obras da pavimentação e ampliação do quebra-mar devem ser concluídas neste semestre. E a nova ponte de acesso ao quebra-mar, que irá permitir o trânsito de caminhões para movimentação de placas produzidas pela siderúrgica deverá ser entregue em junho de 2017.

Em abril, deverá ser concluída a instalação de uma nova correia transportadora de minérios. Com investimento previsto de R$ 212 milhões e capacidade de transporte de 2.400 toneladas por hora, o equipamento será utilizado para transportar minério de ferro e outros granéis sólidos de alta densidade às empresas do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp), principalmente à Companhia Siderúrgica, que depende do insumo para a produção de aço.

Também são de responsabilidade do Governo do Estado a instalação do descarregador de minérios e de quatro carregadores de placas. O novo descarregador, utilizado para transferir os insumos dos navios para a correia transportadora, tem valor estimado em R$ 60 milhões e, assim como a correia, tem capacidade para movimentar 2.400 toneladas por hora.

Já os quatro carregadores de placas, que serão utilizados para o carregamento dos navios de exportação das placas produzidas pela Companhia Siderúrgica do Pecém, além de outras cargas no Terminal de Múltiplo Uso do Porto do Pecém (TMUT), também devem ser entregues ainda neste semestre. O valor do investimento é de R$117,9 milhões.

Ainda de acordo com a Secretaria de Estado, o investimento total da segunda ampliação do porto é de aproximadamente R$ 785,7 milhões, com recursos do tesouro do Estado e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A expansão do terminal irá quadruplicar a capacidade de movimentação de cargas do Porto.

Para o secretário André Facó, a expansão do terminal vai reforçar o papel fundamental do porto na garantia de infraestrutura econômica para o estado. "A meta é que, nos próximos quatro anos, o Porto do Pecém esteja entre os cinco portos mais movimentados do país. É isso que pretendemos, principalmente, a partir da operação da Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP) e com a abertura do Canal do Panamá", reforça o André Facó.

Por estar em uma localização estratégica e oferecer a infraestrutura adequada (profundidade, berços, equipamentos e área), o Porto do Pecém desponta como um forte candidato a receber um hub de cargas em nível nacional, principalmente depois da ampliação do Canal do Panamá e da construção do Canal da Nicarágua.

Ampliação do Terminal Portuário de Pecém - 2ª Fase:

Desapropriações, licenças e despesas afins para o Pecém: R$ 1.300.000;

Construção de obras complementares no Pecém: R$ 14.056.222;

Implantação de correias transportadoras no Pecém: R$ 339.182.921;

Aquisição e instalação de equipamentos para o Pecém: R$ 147.629.709;

Obras e estudos na área do Retroporto de Pecém: R$ 2.600.000;

Obras complementares e compra de equipamentos para o Pecém: R$ 37.023.122;

Carga de Apoio Marítimo

O Estado do Ceará deverá experimentar um desenvolvimento na pesquisa oceânica de petróleo e de gás, e na sua exploração. Essa movimentação é caracterizada pelo uso de embarcações pequenas, em torno de 100 m, operando durante atracações curtas (de duas ou três horas) um volume reduzido de cargas. A importância deste tráfego para um porto se traduz, no entanto, pelo intenso tráfego destas embarcações, que representam, de forma cumulativa, uma taxa alta de ocupação do cais.

É recomendável que os portos cearenses se preparem para este tráfego. Isso evitaria a implantação de novos portos especializados na costa do Estado do Ceará, com os problemas ambientais decorrentes, além de gerar uma receita bem-vinda. Portos pesqueiros como Camocim poderão, eventualmente, ser utilizados para este fim, necessitando evitar os problemas de poluição e superar os problemas da limitação de calado. Não foram feitas projeções de carga para esta movimentação já que este tráfego é difícil de dimensionar. Mas certamente não será desprezível.

 

 

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