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Revista GC - Ed.80 - Junho 2017
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Semana das Tecnologias Integradas

Sem planejamento o BIM perde eficácia

Que fatores que impedem a expansão do uso do BIM (Building Information Modeling) na fase de projetos da construção civil brasileira? Quais os caminhos para se alcançar uma adaptação bem-sucedida do BIM?  A plataforma digital é a solução para todos os problemas da cadeia da construção? Essas e outras questões entraram na pauta de discussão da mesa redonda BIM – Desafios e Oportunidades: Acelerando o BIM no Brasil – barreiras e facilidades para expansão da aplicação do BIM na construção brasileira, que aconteceu  no dia 7 de junho, durante o Sobratema Summit 2017.

O BIM pode ser utilizado para demonstrar todo o ciclo de vida da construção, incluindo os processos construtivos e fases de instalação. Toda a informação necessária à representação gráfica (desenhos rigorosos), a análise construtiva, a quantificação de trabalhos e tempos de mão-de-obra, desde a fase inicial do empreendimento até a sua conclusão, ou até mesmo ao processo de desmontagem ao fim do ciclo de vida útil, se encontra no modelo.

Para os participantes do encontro, ficou claro que, por melhor que seja a ferramenta, seus resultados nunca serão plenamente aproveitados sem um pré-requisito fundamental: o planejamento.  Planejar, levando em conta as necessidades dos diversos atores do cenário social, é algo que pode resultar em projetos customizados, que encantam pelo design original, sustentável, lucrativo no cenário de economia criativa e, sobretudo, possam reforçar a transparência, ao criar indicadores objetivos capazes de regular a relação entre agentes públicos e privados. “À medida que tivermos projetos mais bem desenvolvidos, com envolvimento de toda a cadeia produtiva, e previsão de custos bem definida, impede-se atos ilícitos, comuns em cenários em que os processos estão soltos e sem metodologias de controle”, avalia Eduardo Sampaio Nardelli, coordenador de Educação Continuada da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Presbiteriana Mackenzie.

Nardelli, que coordenou o Seminário, vê como positiva a criação por parte do governo brasileiro do Comitê Estratégico de Implementação do BIM (CE-BIM), por meio de decreto presidencial, datado de 5 de junho passado. “O comitê precisa identific


Que fatores que impedem a expansão do uso do BIM (Building Information Modeling) na fase de projetos da construção civil brasileira? Quais os caminhos para se alcançar uma adaptação bem-sucedida do BIM?  A plataforma digital é a solução para todos os problemas da cadeia da construção? Essas e outras questões entraram na pauta de discussão da mesa redonda BIM – Desafios e Oportunidades: Acelerando o BIM no Brasil – barreiras e facilidades para expansão da aplicação do BIM na construção brasileira, que aconteceu  no dia 7 de junho, durante o Sobratema Summit 2017.

O BIM pode ser utilizado para demonstrar todo o ciclo de vida da construção, incluindo os processos construtivos e fases de instalação. Toda a informação necessária à representação gráfica (desenhos rigorosos), a análise construtiva, a quantificação de trabalhos e tempos de mão-de-obra, desde a fase inicial do empreendimento até a sua conclusão, ou até mesmo ao processo de desmontagem ao fim do ciclo de vida útil, se encontra no modelo.

Para os participantes do encontro, ficou claro que, por melhor que seja a ferramenta, seus resultados nunca serão plenamente aproveitados sem um pré-requisito fundamental: o planejamento.  Planejar, levando em conta as necessidades dos diversos atores do cenário social, é algo que pode resultar em projetos customizados, que encantam pelo design original, sustentável, lucrativo no cenário de economia criativa e, sobretudo, possam reforçar a transparência, ao criar indicadores objetivos capazes de regular a relação entre agentes públicos e privados. “À medida que tivermos projetos mais bem desenvolvidos, com envolvimento de toda a cadeia produtiva, e previsão de custos bem definida, impede-se atos ilícitos, comuns em cenários em que os processos estão soltos e sem metodologias de controle”, avalia Eduardo Sampaio Nardelli, coordenador de Educação Continuada da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Presbiteriana Mackenzie.

Nardelli, que coordenou o Seminário, vê como positiva a criação por parte do governo brasileiro do Comitê Estratégico de Implementação do BIM (CE-BIM), por meio de decreto presidencial, datado de 5 de junho passado. “O comitê precisa identificar os atores envolvidos no processo e rever a legislação que trata da contratação de projetos e obras, porque as regras atuais são extremamente ruins. Daí, definir como tais agentes poderão migrar para essa nova sistemática de contratação de serviços”, conclui.

O CE-BIM será composto por um membro titular e um suplente do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, que o presidirá, da Casa Civil, do Ministério da Defesa, dos Ministérios do Planejamento, Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, das Cidades e da Secretária-geral da Presidência da República.

Para a arquiteta Cecília Levy, a plataforma BIM veio para ficar, mas precisa contar com o envolvimento de todos, desde o arquiteto, na elaboração do projeto, até as construtoras e fornecedores de materiais. “Estamos em um momento de ruptura e o BIM é a atual expressão da inovação na arquitetura”, resumiu Cecília. Ela crê que o sistema ofereça suporte ao projeto ao longo de todas as suas fases, produzindo com qualidade superior e sustentável. Mas o preço elevado do software, a necessidade de investimento em equipamentos mais potentes, pessoal especializado e o tempo maior de projeto são as principais dificuldades para o avanço do sistema no Brasil, segundo afirmou. “Temos ainda os fornecedores que não oferecem bibliotecas (catálogos) com seus produtos em BIM”, analisa.

Mas há quem já aposte há algum tempo na troca do CAD, programa utilizado atualmente na elaboração de projetos arquitetônicos, pelo BIM. A empresa de louças e metais sanitários Deca, desde 2013, oferece uma biblioteca com seus produtos voltados ao uso da ferramenta. Para Oswaldo Barbosa de Oliveira Júnior, coordenador da Engenharia de Aplicação da Deca, o fato da empresa sempre se manter atenta às tendências do mercado e se relacionar diretamente com seus clientes levou ao pioneirismo. “Vimos em 2008 haver uma tendência da migração para o BIM e começamos a estudar e identificamos que, como temos uma biblioteca em CAD, seria bom adotar o BIM”, disse.

Embora entenda que tenha escolhido o caminho certo, o engenheiro reconhece que ainda a utilização da plataforma BIM é pequena. “Enquanto tivemos cinco mil download do BIM desde o lançamento, o catálogo em CAD tem 10 mil, 15 mil mensais. A diferença ainda é grande”, lembra.

Henrique Cambiaghi, diretor da CFA Cambiabhi Arquitetura, que também participou do painel, reconhece as dificuldades de ampliação no uso do BIM no pais, mas concorda que ele veio para ficar. “Não tem volta, pois a eficiência é grande. Um estudo para análise de viabilidade de uma mudança no projeto, por exemplo, é quase imediata enquanto o sistema atual exige muito tempo”, analisa.

Cambiaghi aponta outras vantagens como a compatibilização de projetos, como o hidráulico e o elétrico, de forma mais eficiente. “Mas é preciso que todos tenham consciência e repassem todas as informações e de forma correta. Não adianta fazer como hoje, que o incorporador esconde detalhes do arquiteto, que acaba tendo surpresas na hora de aplicar o projeto”, afirma.

Já Wilton Silva Catelani, coordenador da Comissão Especial de Estudos da ABNT que estuda a padronização do BIM no Brasil diz que seu uso exige trabalho. “Tem que fazer todos os profissionais envolvidos nas obras, além dos fornecedores, interagirem e isso é um processo complicado”, diz. Mas garante que os estudos da ABNT estão avançadas. “A meta é oferecer diretrizes sobre os diferentes aspectos, como geometria, parâmetros, caracteres, aquisições, entre outros, para orientar fabricantes e desenvolvedores na criação de componentes BIM.”

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