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Revista GC - Ed.28 - Julho 2012
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Transposição do Rio São Francisco tem primeiras obras inauguradas

Projeto que foi arquivado por mais de 160 anos começa a sair do papel, com o objetivo de acabar de vez com o problema da seca no Nordeste

Um dos mais antigos e polêmicos projetos de engenharia e infraestrutura do Brasil começa a sair do papel e ganhar o mundo real, depois de mais de 160 anos de discussão. O governo federal inaugurou, no dia 20 de junho, um canal e uma barragem, que integram o Eixo Norte do Projeto de Transposição do Rio São Francisco. Considerado como uma das mais importantes obras dentro do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), sob responsabilidade do Ministério da Integração Nacional, as obras foram  executadas pelo Departamento de Engenharia e Construção (DEC) do Exército, próximo ao município de Cabrobó, no Sertão de Pernambuco. Orçado atualmente em R$ 6,8 bilhões, o projeto da transposição tem o objetivo de irrigar a Região Nordeste e o semiárido do Brasil.

No conjunto de intervenções, está prevista a construção de mais de 600 km de canais de concreto em dois grandes eixos o Eixo Norte, com extensão de mais de 400 km, e o Eixo Leste, com extensão de 220 km ao longo do território dos estados de Pernambuco, Paraíba, Ceará e Rio Grande do Norte, para o desvio das águas do rio. O projeto prevê, ainda, a construção de nove estações de bombeamento de água. Quando concluído, o empreendimento deverá beneficiar mais de 12 milhões de pessoas.

O Eixo Norte captará água em Cabrobó (PE) para levá-la ao sertão de Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte. O Eixo Leste vai colher as águas em um ponto mais abaixo, em Petrolândia (PE), beneficiando o sertão e o agreste de Pernambuco e da Paraíba. O plano é concluir toda a obra, iniciada em 2007, até 2017.

Rebatizado pelo governo federal de Integração do Rio São Francisco, o projeto que se fundamenta na integração das bacias dos rios temporários da região do Semiárido, será possível com a retirada contínua de 26,4 m³/s de água, o equivalente a apenas 1,42% da vazão garantida pela barragem de Sobradinho (1850 m³/s), sendo que 16,4 m³/s (0,88%) seguirão para o Eixo Norte e 10 m³/s (0,54%) para o Eixo Leste. Nos anos em que o reservatório de Sobradinho estiver com excesso de água, o volume captado poderá ser ampliado para até 127 m³/s, aumentando a oferta de água para múltiplos usos.

Por enquanto, foram concluídas pelo 2º Batalhão de Engenharia de Construção, pertencente ao 1º Grupame


Um dos mais antigos e polêmicos projetos de engenharia e infraestrutura do Brasil começa a sair do papel e ganhar o mundo real, depois de mais de 160 anos de discussão. O governo federal inaugurou, no dia 20 de junho, um canal e uma barragem, que integram o Eixo Norte do Projeto de Transposição do Rio São Francisco. Considerado como uma das mais importantes obras dentro do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), sob responsabilidade do Ministério da Integração Nacional, as obras foram  executadas pelo Departamento de Engenharia e Construção (DEC) do Exército, próximo ao município de Cabrobó, no Sertão de Pernambuco. Orçado atualmente em R$ 6,8 bilhões, o projeto da transposição tem o objetivo de irrigar a Região Nordeste e o semiárido do Brasil.

No conjunto de intervenções, está prevista a construção de mais de 600 km de canais de concreto em dois grandes eixos o Eixo Norte, com extensão de mais de 400 km, e o Eixo Leste, com extensão de 220 km ao longo do território dos estados de Pernambuco, Paraíba, Ceará e Rio Grande do Norte, para o desvio das águas do rio. O projeto prevê, ainda, a construção de nove estações de bombeamento de água. Quando concluído, o empreendimento deverá beneficiar mais de 12 milhões de pessoas.

O Eixo Norte captará água em Cabrobó (PE) para levá-la ao sertão de Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte. O Eixo Leste vai colher as águas em um ponto mais abaixo, em Petrolândia (PE), beneficiando o sertão e o agreste de Pernambuco e da Paraíba. O plano é concluir toda a obra, iniciada em 2007, até 2017.

Rebatizado pelo governo federal de Integração do Rio São Francisco, o projeto que se fundamenta na integração das bacias dos rios temporários da região do Semiárido, será possível com a retirada contínua de 26,4 m³/s de água, o equivalente a apenas 1,42% da vazão garantida pela barragem de Sobradinho (1850 m³/s), sendo que 16,4 m³/s (0,88%) seguirão para o Eixo Norte e 10 m³/s (0,54%) para o Eixo Leste. Nos anos em que o reservatório de Sobradinho estiver com excesso de água, o volume captado poderá ser ampliado para até 127 m³/s, aumentando a oferta de água para múltiplos usos.

Por enquanto, foram concluídas pelo 2º Batalhão de Engenharia de Construção, pertencente ao 1º Grupamento de Engenharia do Comando Militar do Nordeste, um canal de aproximação com 2.080 metros de extensão e profundidade de 8 a 14 metros, entre o rio São Francisco e a primeira estação de bombeamento (EB1).  Também foram concluídas as obras da barragem de Tucutú, com 1.790 metros de extensão, altura máxima de 22 metros e capacidade de armazenamento, em seu reservatório, de 25 bilhões de litros de água, assistida por uma tomada d’água e um vertedouro.

Pelo projeto, a água deriva do Rio São Francisco para o canal de aproximação até a estação de bombeamento, em seguida vence uma altura de 35 metros, desaguando CN-01, de onde prossegue, por gravidade, até o reservatório de Tucutú.

As obras, que exigiram investidos da ordem de R$ 143,2 milhões, começaram há cinco anos e foram executadas diretamente por cerca de 1,8 mil pessoas, entre militares e civis.

Um ilustre ausente

A inauguração do canal e da barragem não contou com uma presença ilustre: as águas do São Francisco, apelidado carinhosamente pelos nordestinos como Velho Chico. Para que a água passasse pelos quase 4 km construídos pelos militares, era necessário que tivesse sido finalizada uma estação de bombeamento e uma ponte, cujas obras estão sob a responsabilidade de empreiteiras que, no entanto, não concluíram os trabalhos.

Em vários lotes as obras se encontram atrasadas, em alguns casos, por divergências entre o projeto básico, elaborado pelo Ministério da Integração Nacional, e o executivo, feito pelas empresas.

A ideia de transposição das águas existe desde 1847, quando Dom Pedro II era imperador do Brasil, já sendo vista, por alguns intelectuais de então, como a única solução para a seca do Nordeste. Naquela época, no entanto, não foi iniciado o projeto por falta de recursos da engenharia e de consenso na sociedade.

 

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