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Revista GC - Ed.13 - Março 2011
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Especial Nordeste

Um país emergente chamado Nordeste

O Nordeste brasileiro vive o maior período de desenvolvimento de toda a sua história, com índices de crescimento comparáveis aos verificados na China. O volume de investimentos e quantidade de empreendimentos em execução ou em projetos são de tirar o fôlego. Dados do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e do Banco do Nordeste (BNB) revelam que a região registrou, no período 2004/2008, uma taxa média anual de crescimento de 19,5%, passando a apresentar, já em 2009, crescimento de 132%. Em 2010, o crescimento da economia nordestina foi de 7,8%, superior à do Brasil (7,6%).

Outro indicador do desenvolvimento da região é o Produto Interno Bruto (PIB), que vem crescendo muito acima da média nacional. De acordo com o BNB, em 2005, enquanto o crescimento do PIB brasileiro era de 3,2%, o do Nordeste atingia a casa dos 5,9%. No ano seguinte, o índice de crescimento nacional foi de 4%, contra 4,5% para o Nordeste. O ano de 2007 foi ligeiramente desfavorável para a região, cujo PIB cresceu 5,6% contra 6,1% do Brasil como um todo. Mas em 2008, o Produto Interno Bruto do Nordeste voltou a crescer, com 5,5% para a região, contra 5,2% do índice nacional, em comparação ao ano anterior. Naquele ano, o PIB da região foi de R$ 420,1 bilhões, superando o de países como Chile, Singapura e Portugal.

Em 2009, como resultado da crise econômica mundial e da retração dos investimentos no Brasil e no exterior, o Produto Interno Bruto nacional sofreu uma retração de 0,6%, segundo o BNB. Foi o primeiro resultado negativo da atividade econômica brasileira desde 1992, ano do impeachment do ex-presidente Fernando Collor. Apesar da queda, o Brasil obteve um excelente resultado se comparado a nações como os Estados Unidos, com queda de 2,4%, e dos países da Zona do Euro, que mostraram recuo médio de 4,1%. No mesmo ano, o PIB do Nordeste teve queda de -1,0%.

No entanto, superados os momentos mais difíceis da crise mundial, a região retomou a curva de crescimento, com índices de crescimento excepcionais atingidos em 2010, quando o PIB chegou a 8,3% de crescimento, segundo o Boletim Conjuntura Econômica, publicado pelo Escritório Técnico de Estudos Econômicos do Nordeste (Etene), vinculado ao BNB. No mesmo ano, o crescimento d


O Nordeste brasileiro vive o maior período de desenvolvimento de toda a sua história, com índices de crescimento comparáveis aos verificados na China. O volume de investimentos e quantidade de empreendimentos em execução ou em projetos são de tirar o fôlego. Dados do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e do Banco do Nordeste (BNB) revelam que a região registrou, no período 2004/2008, uma taxa média anual de crescimento de 19,5%, passando a apresentar, já em 2009, crescimento de 132%. Em 2010, o crescimento da economia nordestina foi de 7,8%, superior à do Brasil (7,6%).

Outro indicador do desenvolvimento da região é o Produto Interno Bruto (PIB), que vem crescendo muito acima da média nacional. De acordo com o BNB, em 2005, enquanto o crescimento do PIB brasileiro era de 3,2%, o do Nordeste atingia a casa dos 5,9%. No ano seguinte, o índice de crescimento nacional foi de 4%, contra 4,5% para o Nordeste. O ano de 2007 foi ligeiramente desfavorável para a região, cujo PIB cresceu 5,6% contra 6,1% do Brasil como um todo. Mas em 2008, o Produto Interno Bruto do Nordeste voltou a crescer, com 5,5% para a região, contra 5,2% do índice nacional, em comparação ao ano anterior. Naquele ano, o PIB da região foi de R$ 420,1 bilhões, superando o de países como Chile, Singapura e Portugal.

Em 2009, como resultado da crise econômica mundial e da retração dos investimentos no Brasil e no exterior, o Produto Interno Bruto nacional sofreu uma retração de 0,6%, segundo o BNB. Foi o primeiro resultado negativo da atividade econômica brasileira desde 1992, ano do impeachment do ex-presidente Fernando Collor. Apesar da queda, o Brasil obteve um excelente resultado se comparado a nações como os Estados Unidos, com queda de 2,4%, e dos países da Zona do Euro, que mostraram recuo médio de 4,1%. No mesmo ano, o PIB do Nordeste teve queda de -1,0%.

No entanto, superados os momentos mais difíceis da crise mundial, a região retomou a curva de crescimento, com índices de crescimento excepcionais atingidos em 2010, quando o PIB chegou a 8,3% de crescimento, segundo o Boletim Conjuntura Econômica, publicado pelo Escritório Técnico de Estudos Econômicos do Nordeste (Etene), vinculado ao BNB. No mesmo ano, o crescimento do PIB nacional foi de 7,5% de crescimento, em relação ao ano anterior.

O ritmo de crescimento do número de empregos formais na indústria da construção civil é outro indicador que confirma o aquecimento da região. Em 2010 foi registrada alta de 27,4% na taxa de ocupação, em relação a 2009, segundo levantamento do IBGE. Na mesma base de comparação, o emprego formal no Brasil cresceu 15,1%.

Para 2011 e 2012, a expectativa é de continuidade de crescimento do PIB do Nordeste, com resultados acima do esperado para o País e incrementos de 5,4% e 5%, respectivamente. Em 2011, a previsão de expansão da economia brasileira é de 5,3% e, no ano seguinte, 4,5%.

Mercado interno impulsiona crescimento 
Para o superintendente do Etene, José Narciso Sobrinho, o incremento dos investimentos em infraestrutura – boa parte dos quais está prevista no programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal – é um dos principais fatores que têm levado a região a crescer acima da média brasileira. Nunca se investiu tanto em infraestrutura ou no parque industrial na região quanto agora.

“O Nordeste tem recebido importantes investimentos em infraestrutura e no setor produtivo, a exemplo das refinarias, ferrovias e rodovias, transposições de bacias e os complexos portuários de Suape, Pecém e Itaqui. A expansão dos programas sociais e do salário mínimo também são fatores a serem considerados. Dessa forma, o crescimento do Nordeste tem sido estimulado pelo mercado interno”.

Jose Narciso Sobrinho refere-se a programas sociais como o Bolsa Família, que influenciaram no continuado crescimento do consumo das famílias. Esse mercado interno, no entanto, ainda tem muito o que crescer, o que faz com que a região seja vista por muitos economistas como uma das mais promissoras do mundo ocidental. Cerca de 30% da população brasileira vive na região Nordeste e grande parte desta população ainda está fora do mercado consumidor.

Já a intensificação dos investimentos privados refletiu diretamente no aumento das operações de crédito a pessoas jurídicas, com atração significativa de investimentos e geração de milhares de novos empregos. As operações de crédito visaram, sobretudo, a aquisição de máquinas e equipamentos. Houve ainda uma extraordinária expansão das importações de bens de capital.

Segundo o gerente da área de macroeconomia do Etene, Airton Saboya, o Ceará é um dos Estados cuja economia apresenta preponderância de indicadores com variações acima da média regional. O crescimento da indústria e do volume de vendas do comércio varejista são alguns destes indicadores. Respectivamente, cresceram 12,9% e 16,9% no Ceará, contra 11% e 12,6% na Região.

Mantendo o ritmo
Em seu primeiro encontro com governadores do Nordeste, desde a sua eleição para a Presidência da República, Dilma Rouseff anunciou investimentos da ordem de R$ 120 bilhões para o Nordeste até 2017. O anúncio trouxe alento para governadores e investidores da região, que temiam que as medidas adotadas para promover o ajuste fiscal implicassem na redução dos investimentos que têm possibilitado o crescimento econômico da região.

Dos R$ 120 bilhões previstos, cerca de R$ 64 bilhões deverão ser desembolsados até 2014, ainda dentro do mandato da presidente. Entre os principais projetos estão a continuidade das obras da transposição do Rio São Francisco, a recuperação da malha rodoviária federal, as obras ligadas à Copa do Mundo de 2014 e as novas refinarias da Petrobras.

Dilma Roussef declarou, durante o XII Fórum dos Governadores do Nordeste, realizado em Sergipe, que a continuidade dos investimentos é parte de um projeto estratégico para fomentar o desenvolvimento, promover a inclusão social na região e acabar com a pobreza nos nove estados nordestinos.

Ela afirmou ainda que pretende fomentar um processo de crescimento econômico na região com índices acima do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), que situa-se num patamar de 7% ao ano. Para reduzir as fortes desigualdades existentes, o Nordeste deve continuar crescendo acima da média nacional. Dilma Rouseff enfatizou a importância da manutenção de investimentos como o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), Minha Casa, Minha Vida, os investimentos preparativos para receber a Copa do Mundo em 2014, e o PAC II, especialmente na parte social e urbana. Prometeu apoio aos investimentos privados na região, investimentos estruturantes como a distribuição de água, além de medidas como a reestruturação do Ministério da Integração Nacional, com uma secretaria específica para a questão dos recursos hídricos, além da concentração de investimentos no semiárido.

Onde investir no Nordeste
Uma das motrizes desse ciclo de desenvolvimento nordestino, o estado de Pernambuco acumulou uma expansão do PIB de 15,78% num só ano. Em 2010, o PIB estadual foi de R$ 87 bilhões. Os investimentos públicos do Estado cresceram 2,5 vezes nos últimos quatro anos. A forte expansão econômica elevou a renda per capita do Estado a quase R$ 10 mil, acima da média do Nordeste, de R$ 7.488, mas ainda inferior à renda nacional, de R$ 15.990. A criminalidade, por sua vez, caiu 25% em quatro anos.

No período 2004/2008, os recursos destinados à infraestrutura totalizaram, em média, 0,85% do PIB, com ênfase nas participações dos segmentos de transporte terrestre (50%) e eletricidade (28%). Os investimentos destinados à indústria representaram 0,59% do PIB do estado, dos quais 30%, igualmente, direcionados aos setores de equipamentos de transporte e químico, no qual se destaca a cadeia de resina politereftalato de etileno (PET).

O complexo Portuário de Suape tem importância emblemática para o desenvolvimento econômico do estado. Os investimentos previstos para a área nos próximos quatro anos, parte dos quais com recursos do PAC, são de aproximadamente R$ 2,6 bilhões. Além dos recursos federais, estão previstos investimentos do Tesouro do Estado e do próprio complexo em obras de dragagem, construção de novos atracadouros, acessos rodoviários e ferroviários.

Ainda este ano, serão realizadas licitações para a construção, na retro área do complexo, de três novos terminais, sendo um ferroviário, um para contêiner e o terceiro para minérios. Ainda com foco em Suape, há projetos para a construção de uma refinaria, uma petroquímica e a expansão do Estaleiro Atlântico Sul.

Bem mais que axé e acarajé 
Na Bahia, a maior parte dos desembolsos realizados pelo BNDES no período 2004/2008 foi destinada à indústria – uma média de 1,27% do Produto Interno Bruto (PIB) estadual –, com ênfase nos recursos destinados aos segmentos de papel e celulose (56%), e químico (20%), este último com participação relevante na economia local em função do polo petroquímico de Camaçari.

No mesmo período, os recursos destinados à infraestrutura equivaleram, em média, a 0,98% do PIB, com destaque para os setores eletricidade (49%), e serviços de transporte terrestre (42%).

No Ceará, representaram, em média, 1,14% do PIB estadual no período 2004/2008, sendo 61% destinados à infraestrutura, nos setores de serviços de transporte terrestre e eletricidade, e 32% à indústria, com direcionamentos sobretudo aos setores de calçados (43%), alimentação e bebidas (34%). Em 2009, os financiamentos do BNDES no estado alcançaram 3,16% do PIB, dos quais 81% foram direcionados à infraestrutura, com destaque para os desembolsos no setor de eletricidade impulsionados por empréstimos para a construção de usinas termelétricas, e 16% à administração pública.

Para os próximos anos estão previstos investimentos associados a projetos de grande porte em vários estados, dentre os quais duas refinarias, uma no Maranhão e outra no Ceará, uma siderúrgica, a continuidade das ferrovias Transnordestina, Norte-Sul, Leste-Oeste e Carajás, além da construção de um polo naval em Pernambuco e na Bahia, que devem consolidar ainda mais o desenvolvimento industrial da região.

No que diz respeito ao parque industrial, grandes investimentos para a região encontram-se em estudo pelo Banco do Nordeste, dentre os quais se destacam as fábricas da Perdigão e Sadia, em Pernambuco, e diversos empreendimentos nos portos do Pecém, no Ceará, e de Itaqui, no Maranhão.

Saneamento e qualidade de vida 
Além de fortes investimentos em logística, energia e parque industrial, o Nordeste pode se transformar, nos próximos anos, em um grande canteiro de obras de saneamento, uma das suas principais carências. De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) 2009, realizada pelo IBGE, somente 33,8% da população nordestina – cerca de 5,2 milhões de domicílios – são atendidos pelo serviço de rede coletora ou por fossa séptica. Para o setor, estão sendo destinados cerca de R$ 7,7 bilhões do PAC 1 e outros R$ 2 bilhões estão previstos no PAC 2.

Das obras do PAC 1, R$ 7,3 bilhões foram efetivamente contratados. Entre as maiores obras está a ampliação do sistema de esgotamento sanitário para o emissário submarino de Salvador e da região metropolitana. Avaliada em R$ 260 milhões, já tem 98% concluídos e vai beneficiar cerca de 1,1 milhão de pessoas.

Já na lista do PAC 2 figuram projetos como a ampliação do sistema de esgotamento sanitário em Fortaleza, a expansão do sistema de abastecimento de água de Maceió e o saneamento integrado na Bacia do Rio Camaçari, na Bahia.

Veja a seguir tabela com os principais investimentos em execução no Nordeste, classificados por setor e em ordem decrescente por valor de investimentos previstos, com base na pesquisa encomendada pela Sobratema – Principais Investimentos nas Áreas de Infraestrutura e Indústria. A pesquisa indica a existência de mais de 9.500 obras de grande porte, identificadas em todo o Brasil, num horizonte até 2016.

 

Nordeste brasileiro em números 
9 Estados;
1.793 municípios;
1,5 milhão de km² (NE/BR: 20%)
3.300 km de litoral;
51,6 milhões de habitantes (NE/BR: 27,6 %).
PIB de US$ 93,6 bilhões (NE/BR: 12,8 %). 
PIB per capita de US$ 1,856.72 
18 terminais marítimos 
18 aeroportos, 9 internacionais 
405.396 km de rodovias 
8.231 km de ferrovias 
27.767.129 kW de capacidade instalada de energia

 

 

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