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O novo acesso ao litoral paulista

A cidade de Santos passa por remodelagem em trecho de seu acesso principal, com obras de pavimentação e construção de viaduto, pontes e novos sistemas de drenagem

Redação

21/05/2020 11h00 | Atualizada em 02/06/2020 19h46


Maior instalação portuária do país em volume de carga, com 31,4% do total movimentado pelo modal (segundo dados da Agência Nacional de Transportes Aquaviários), a cidade de Santos está passando por obras de melhorias em seu acesso de entrada, no final da Rodovia Anchieta, principal artéria de ligação entre Santos e São Paulo.

A cargo da concessionária Ecovias, as obras estão sendo executadas sob gerenciamento e fiscalização da Artesp (Agência de Transporte do Estado de São Paulo), possibilitando uma nova configuração para eliminar os conflitos viários atualmente existentes e melhorar o acesso aos bairros do entorno e à zona portuária.

A remodelagem é crucial, pois pelo cais santista circulam cerca de 10 mil caminhõe

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Maior instalação portuária do país em volume de carga, com 31,4% do total movimentado pelo modal (segundo dados da Agência Nacional de Transportes Aquaviários), a cidade de Santos está passando por obras de melhorias em seu acesso de entrada, no final da Rodovia Anchieta, principal artéria de ligação entre Santos e São Paulo.

A cargo da concessionária Ecovias, as obras estão sendo executadas sob gerenciamento e fiscalização da Artesp (Agência de Transporte do Estado de São Paulo), possibilitando uma nova configuração para eliminar os conflitos viários atualmente existentes e melhorar o acesso aos bairros do entorno e à zona portuária.

A remodelagem é crucial, pois pelo cais santista circulam cerca de 10 mil caminhões todos os dias, somando-se ao intenso tráfego de veículos na cidade, que também é o maior polo empresarial, logístico, universitário e de unidades de saúde na região da Baixada. Com infraestrutura local saturada há um bom tempo, a solução foi executar obras para ampliar e replanejar a entrada da cidade, além de melhorar o fluxo do tráfego e dos bairros localizados em seus arredores.

O projeto prevê uma remodelagem completa entre os km 59 e 65 da Anchieta, canalizando o tráfego de chegada e saída da cidade exclusivamente para as pistas centrais, enquanto o fluxo do porto passa a ser escoado pelas pistas laterais. Para isso, a via marginal, que atualmente opera em mão dupla, será adaptada para funcionar apenas no sentido litoral, enquanto a Avenida Bandeirantes (SP-148, sob jurisdição do DER), será adequada para operar apenas em direção à capital.

ETAPAS

Construído pela Ecovias, um novo viaduto já foi concluído (em novembro de 2019) e as demais obras do pacote também estão em estágio avançado. Um segundo viaduto, o Piratininga, está com 80% de sua estrutura pronta, enquanto um terceiro e último, o Alemoa, já conta com 70% dos trabalhos concluídos.

A equipe da Terracom: projeto para redesenhar a acesso à cidade

As demais etapas da obra estão a cargo da Prefeitura de Santos, sob responsabilidade das construtoras Terracom e Queiroz Galvão. As obras realizadas pela Terracom estão divididas em três fases. A primeira, já concluída, incluiu trabalhos de pavimentação, calçamento, drenagem e construção de 18 km de corredores de ônibus. A segunda etapa envolve a construção de uma avenida (Beira Rio) que interligará os bairros Bom Retiro e Jardim São Manoel, além de abrir um novo acesso à Rodovia Anchieta.

Essa etapa contempla ainda a pavimentação e adequação de corredores de ônibus e a instalação de uma nova rede de drenagem (na Avenida Nossa Senhora de Fátima), que liga a entrada da cidade aos bairros da Zona Noroeste e à cidade de São Vicente, além da construção de 1 km de ciclovias e pontes sobre os canais em duas ruas (Roberto de Molina Cintra e Júlia Ferreira de Carvalho).

A terceira fase de obras prevê a construção de um viaduto em curva que ligará a Avenida Martins Fontes à Avenida Nossa Senhora de Fátima, além da reestruturação do sistema de drenagem do bairro Saboó e outras intervenções de infraestrutura na Avenida Martins Fontes. Somando-se todas as etapas realizadas pela Terracom, estão sendo executados aproximadamente 317 mil m2 de pavimentação e 108 mil m2 de calçadas adequadas ao padrão de acessibilidade exigido pela legislação.

Já a quarta etapa, em execução pela Queiroz Galvão, compreende a construção de uma ponte sobre o Rio São Jorge, na altura do km 65 da Anchieta. Prevista para ser entregue em 2021, a ponte proporcionará uma nova conexão à cidade, feita por um acesso direto entre a Zona Noroeste e a via Anchieta, além da conexão dos bairros Jardim São Manoel e Piratininga ao restante da região residencial da Zona Noroeste.

Ampliação de travessias e construção de galerias também integram as obras

A obra de arte terá dois conjuntos paralelos, com 600 m de extensão em cada conjunto, que incluem ainda duas faixas de rolamento de 3,50 m de largura, além de iluminação, sinalização rodoviária e proteção lateral. No local, já foram instalados geodrenos feitos de material sintético, por onde será retirada a água do terreno, do subsolo até a superfície, adequando-o ao uso como pista de veículos após tratamento.

Os projetos, tanto do viaduto como da ponte, integram um conjunto de obras planejadas pelo governo do Estado de São Paulo, União e município de Santos, com investimentos de R$ 320 milhões.

VIADUTO

Um dos principais destaques de engenharia do projeto, as obras do viaduto principal foram iniciadas em janeiro de 2019, com a escavação de cerca de 2.000 m3 de material na etapa de terraplenagem e aproximadamente 40.400 m3 na de pavimentação e macrodrenagem. Em seguida, foram aplicadas estacas a 45 m de profundidade em uma extensão de 6 km, de modo a dar apoio às 19 bases previstas para sustentação do viaduto.

De acordo com Márcio Brites, coordenador de engenharia da Terracom, a parte da fundação, em especial, exigiu um olhar técnico diferenciado, pois as características do solo na região são de baixa resistência. “Foi preciso cravar 143 estacas nas fundações, sendo 5.945 m de perfis metálicos, e 100 estacas para as estruturas provisórias de cimbramento, com mais 3.845 m de perfis metálicos”, ele detalha.

Viaduto é um dos principais destaques de engenharia do projeto

Formada por dois segmentos retos de rampas e um trecho em curva, a obra já recebeu 4.141 m3 de concreto, sendo 2.589 m3 na infraestrutura e 1.552 m³ na superestrutura. “Atualmente, os trabalhos se concentram na concretagem dos ramos entre os pilares já edificados, com instalação de fôrmas especiais, armações e aplicação de concreto por bombeamento”, comenta Brites.

O viaduto inclui ainda dois muros de flexão em concreto armado (30 m + 46 m) nas extremidades, seguidos de 80 m de Encontro Leve Estruturado (80 m + 80 m) em cada lado, além de um trecho central (235 m) em Caixão Perdido, no formato de ‘cálice’ e distribuído em 6 vãos – cinco de 40 m e um de 35 m –, totalizando 471 m de extensão.

Para vencer os grandes vãos entre os pilares e, simultaneamente, manter a elegância do projeto arquitetônico, foi preciso empregar o sistema de cimbramento contínuo. “Foram empregadas 630 t de aço e 51 t de cordoalhas na protensão, o equivalente a 45.200 m de cabos de 15,2 mm de diâmetro”, explica Brites. “Além disso, em virtude da baixa capacidade de suporte do solo da região, foram criadas estruturas intermediárias provisórias para apoiar as treliças metálicas e realizar a montagem do cimbramento, assim como aplicar blocos de apoio nos pilares.”

Para executar todas as curvas concebidas em projeto, a construtora optou por fôrmas com estrutura em madeira e revestimento em madeirite plastificado. Também foram aplicadas 800 ‘cambotas’ (treliças de madeira com formato curvo) no fundo do viaduto, desenhadas, cortadas e montadas uma a uma na bancada.

Quando estiver pronto, em julho deste ano, pelas previsões iniciais, o viaduto também contará com iluminação cênica nas partes inferiores, feitas por conjuntos de refletores com lâmpadas de LED. “Sem dúvida, a cidade ganhará um viaduto com formas arquitetônicas bem-desenhadas, um verdadeiro monumento com todas as prerrogativas para ser o novo cartão-postal de Santos”, regozija-se Brites.

DRENAGEM

Além da mobilidade, a remodelagem da entrada de Santos também traz nova perspectiva aos moradores dos bairros da Zona Noroeste da cidade e das pessoas que utilizam o sistema Anchieta-Imigrantes para trabalhar. Devido à proximidade e influência das marés, a região é historicamente acometida por problemas de enchentes em época de chuva. Para minimizar o problema, estão sendo implantados 7,6 km de redes de drenagem, além de limpeza e recuperação das galerias existentes no local. “Com essas intervenções, os transtornos com os alagamentos e congestionamentos na entrada da cidade irão diminuir”, prevê Brites.

Reurbanização dará maior agilidade ao intenso tráfego na região

Somente na parte de drenagem, os investimentos chegam a R$ 32 milhões. De acordo com a construtora, as maiores intervenções de macrodrenagem estão sendo realizadas na Avenida Martins Fontes, com instalação de novas galerias de 4 x 2 m, recuperação de galerias antigas e ampliação da travessia por pontilhão sobre o Rio Lenheiros, além de obras de drenagem na Rua Ana Santos e implantação de um novo sistema de drenagem da Avenida Nossa Senhora de Fátima. “As redes de macrodrenagem aceleram o processo de escoamento das águas durante as fortes chuvas.”, continua Brites. “Mas o problema das enchentes só será realmente solucionado com a implantação de equipamentos complementares, como comportas, elevatórias e estações de bombeamento, intervenções previstas para etapas futuras.”

Em termos técnicos, o principal desafio do projeto foi mitigar a interferência no trânsito da região, já que a construção se dá no principal acesso de circulação dos veículos da cidade. “Durante a execução, estão sendo garantidos os gabaritos livres de circulação de veículos de cargas especiais exigidos pela Artesp”, salienta o engenheiro.

Outro fator que afeta a evolução da obra são os remanejamentos das inúmeras interferências físicas (previstas e não previstas) no local, como adutoras de água, redes elétricas e de recalque, gasodutos e sistemas de drenagem, telefonia e fibra ótica. “Em virtude dessas limitações, o espaço físico disponível para o canteiro de obras ficou comprometido, restrito praticamente à projeção do viaduto”, relata Brites. “Isso, é claro, ocasiona algumas dificuldades logísticas na distribuição de insumos, gerando a necessidade de trabalho em turno complementar por algumas noites.”

REURBANIZAÇÃO

Já em termos de urbanismo, o projeto prevê a remodelagem completa das avenidas Martins Fontes e Nossa Senhora de Fátima, com pistas adequadas aos acessos novos, tanto do viaduto quanto das pistas que ligarão o Centro à Zona Noroeste, às demais cidades da região da Baixada Santista e à capital. Com essa intervenção, não haverá mais cruzamentos com semáforos no local, propiciando maior agilidade ao intenso fluxo de veículos que trafegam diariamente na região.

Outra etapa relevante prevista no projeto refere-se à Avenida Beira Rio, a ser implantada em uma área desapropriada pela prefeitura e que faz a conexão com as vias Jovino de Melo e Júlia Ferreira de Carvalho, em direção à futura ponte sobre o Rio São Jorge até chegar ao bairro Jardim São Manoel e à Via Anchieta.

Com 1 km de extensão, a Beira Rio será a via marginal do Rio São Jorge. Construída com duas faixas de trânsito de cada lado, a via terá canteiro central, iluminação por postes altos e ciclovia. Além da questão viária, a marginal servirá para proteger as margens do rio, evitando sua ocupação e promovendo a recuperação ambiental de suas margens, em uma característica contemplada no processo de compensação aprovado pela Cetesb.

Nessa obra, que também deve ser entregue em julho, foram utilizados sistemas geotécnicos especiais, como sobrecargas de aterros controlados por geodrenos e estabilização por geogrelhas. “Trata-se de um avanço técnico que nos permite dar maior segurança ao sistema viário construído sobre áreas e aterros com solos moles, como a argila marinha”, arremata Brites.

Saiba mais:
Terracom Engenharia: www.terracom.com.br

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